terça-feira, 21 de março de 2023

Notícia-crime contra Dudu Bananinha: tudo joia?

Charge: Zé Dassilva
Por Altamiro Borges


Conforme o prometido, nesta segunda-feira (20) o ministro da Justiça, Flávio Dino, apresentou notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Eduardo Bolsonaro e outros seis parlamentares fascistas que espalharam mentiras na internet sobre sua visita ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, na semana passada.

Além de Dudu Bananinha, a representação mira outro filhote do “capetão”, o senador Flávio Rachadinha (PL-RJ), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e os deputados Carlos Jordy (PL-RJ), Paulo Bilynsky (PL-SP), Otoni de Paula (MDB-RJ) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB). O ministro afirma que os parlamentares atuaram de forma articulada e podem, portanto, ser enquadrados como uma organização criminosa.

Flávio Dino encaminhou a notícia-crime ao ministro Alexandre de Moraes, relator do Inquérito número 4.781, que trata das fake news e tramita no STF desde 2019. “É contra alguns parlamentares que estão propagando, em associação delituosa, duas mentiras. A primeira é de que eu estive no Complexo da Maré reunido com o Comando Vermelho. A segunda, igualmente criminosa, é que estava lá sem escolta policial”, explica o ministro.

Calúnia, racismo e organização criminosa

“Inicialmente, eu não tomaria nenhuma providência jurídica com essa gente. Prefiro tratá-los na esfera política, mas vi uma repercussão muito deletéria e nociva contra a comunidade da Maré e outras comunidades. Essa gente que propaga esse tipo de preconceito, na verdade, está estimulando violência e chacina... Na nossa ótica, isso pode configurar os crimes de calúnia, difamação, racismo com a configuração dada da lei sancionada em janeiro, e associação criminosa, na medida em que há uma concertação desses agentes”, finalizou Flávio Dino.

A rápida e enérgica reação do ministro da Justiça, de parlamentares e de setores da sociedade civil já fez Dudu Bananinha afrouxar. Após a visita de Flávio Dino à favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, o filhote 03 do “capetão” havia esbravejado no plenário da Câmara Federal que ela indicaria “o nível de envolvimento dele e de seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca”. Agora, o covardão nega que tenha sido racista e jura que não fez qualquer acusação leviana, mas que apenas cumpriu seu “dever de deputado”. Haja cinismo e covardia!

Armas, cocaína e joias sauditas

Quando rosnou no parlamento, na quarta-feira (15), Dudu Bananinha teve uma resposta à altura do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Irônico, ele mostrou que o pimpolho mimado estava apenas tentando desviar o foco das graves denúncias contra o seu pai fujão. Vale relembrar a cacetada no fascista:

“É engraçado que o deputado Eduardo Bolsonaro, sempre que tem a oportunidade, tenta criminalizar alguma comunidade do Rio de Janeiro. Só que a maior apreensão de armas e fuzis foi feita a partir da pista de onde? Do condomínio do pai dele! A grande apreensão de cocaína estava onde? No avião do pai dele! Ora, ora, ora... Tá querendo enganar a quem?”, disparou Glauber Braga, que ainda lembrou das joias sauditas:

“Já que está aqui no plenário, então tem que responder o seguinte: já devolveu o colar? Já devolveu o relógio e os outros itens de R$ 400 mil que seu pai levou pra casa? Por que isso, deputado Eduardo Bolsonaro, é corrupção. Vocês têm que responder exatamente por isso. Devolvam aquilo que levaram”.

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