domingo, 2 de abril de 2023

Bolsonaro descartou canetas de insulina

Charge: Nando Motta
Por Altamiro Borges


Uma auditoria do Tribunal de Contas da União divulgada na semana passada apontou que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem estoque para apenas mais um mês de canetas de insulina. A escassez da medicação, causada pela política genocida do “capetão” Jair Bolsonaro, pode ser fatal para os pacientes com diabetes do tipo 1 e o governo Lula já anunciou que deverá fazer uma licitação de emergência para conseguir o produto.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o quinto país do mundo – atrás apenas da China, Índia, EUA e Paquistão – com o maior número de diabéticos: são 16,8 milhões. De 5 a 10% desse total são casos de diabetes tipo 1, mais comum entre crianças e adolescentes. Os pacientes perdem peso, sentem fraqueza e sede constante. Com um pedido médico, a caneta da insulina pode ser adquirida de forma gratuita. Mas a auditoria do TCU constatou que o estoque do SUS, cerca de 190 mil unidades para todo o país, só será suficiente para mais este mês.

R$ 15 milhões jogadas no lixo

Reportagem da Folha de 21 de março revelou que o fascista Jair Bolsonaro descartou 999,7 mil canetas de insulina de ação rápida durante a sua gestão. “Avaliados em quase R$ 15 milhões, os produtos para diabetes perderam a validade de setembro de 2020 a junho de 2021. Os lotes eram parte de uma compra de 4 milhões de tubetes, feita em 2018”. O TCU aponta que “a causa dessa perda foi associada às deficiências no planejamento”. O covil bolsonariano ainda incinerou outros tipos de insulina, além de bomba de infusão e agulhas usadas na caneta.

Mas o desperdício criminoso não ocorreu apenas com a medicação contra a diabetes. Ainda segundo o jornal, “os dados sobre o estoque perdido do Ministério da Saúde, que deixaram de ser sigilosos, ainda mostram que foram descartados 39 milhões de imunizantes contra a Covid, avaliados em R$ 2 milhões. Na gestão Bolsonaro também foram perdidas terapias de alto custo e remédios para pessoas com HIV/Aids, entre outros produtos”.

Em outra matéria, a mesma Folha relata que “cerca de 1,2 milhão de testes para a detecção da Covid venceram em março de 2023 nos estoques do Ministério da Saúde. Avaliados em R$ 42,7 milhões, os produtos são do tipo RT-PCR e também servem para o diagnóstico do VSR (Vírus Sincicial Respiratório) e da influenza A e B. A equipe da ministra Nísia Trindade culpa a gestão Jair Bolsonaro pelo acúmulo de exames com validade curta. Afirma ainda que não teve acesso a dados sobre os estoques durante a transição de governo”.

Ministério Público vai apurar a ação criminosa

Já o ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), Claudio Maierovitch, avalia que o covil de Bolsonaro não estimulou a testagem. “As pessoas tinham muita dificuldade para conseguir fazer teste, o que acho que foi intencional. O Ministério da Saúde e o governo tentaram ao máximo evitar que os números viessem à tona”. Para o médico, “não havia um sistema adequado de gestão de estoques, distribuição e monitoramento”. O fascista era um genocida convicto!

Diante do descarte de tantos produtos essenciais à vida, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar os crimes de gestores bolsonarianos. “O MPF vai verificar os atos de improbidade administrativa e danos ao patrimônio. A determinação foi assinada pela procuradora Anna Carolina Resende Maia Garcia. Ela ordenou que o Ministério da Saúde mostre quais os medicamentos foram descartados nos últimos cinco anos por causa do fim da validade. A pasta ainda deve apontar os nomes de responsáveis pela distribuição dos medicamentos... O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) culpa a gestão Bolsonaro pela perda dos medicamentos e vacinas”.

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