Nesta sexta-feira (1), a revista Forbes divulgou seu ranking atualizado dos maiores bilionários brasileiros. A lista é um escárnio para um país em que 33 milhões de pessoas passam fome. A mídia burguesa preferiu destacar a novidade de que pela primeira vez uma mulher surge no topo da publicação. Trata-se de Vicky Safra, viúva do banqueiro Joseph Safra. Ela pulou do sexto para o primeiro lugar, com patrimônio estimado de R$ 87,8 bilhões. Em segundo lugar, aparece Eduardo Saverin, um dos cofundadores do Facebook (R$ 83,5 bilhões de riqueza).
Na sequência, em terceiro, quarto e quinto lugares, está o trio caloteiro que comanda a corporação 3G Capital, que controla as Lojas Americanas e a AmBev, entre outros negócios. Jorge Paulo Lemann (R$ 74,9 bilhões), Marcel Herrmann Telles (R$ 50,4 bilhões) e Carlos Alberto da Veiga Sicupira (R$ 41,3 bilhões) não se abalaram muito com a crise da varejista, que teve um escandaloso rombo (ou roubo) de R$ 40 bilhões.
No restante do ranking da revista também não há grandes novidades. Os super-ricos nativos seguem os mesmos, com pequenas alterações. O bolsonarista Luciano Hang, por exemplo, caiu da 10ª para a 15ª posição. O patrimônio do “Véio da Havan” encolheu cerca de 31% no último ano. Mas sua fortuna ainda é calculada em R$ 14,7 bilhões. Ele perdeu postos para os três filhos do banqueiro Walther Moreira Salles (Itaú/Unibanco) e para outro abutre financeiro bem conhecido – André Santos Esteves, do BTG Pactual.
A urgência de taxar os super-ricos
A lista da Forbes, que aguça as vaidades, só confirma a urgência de tributar os ricaços. Como aponta Leonardo Sakamoto no site UOL, “em meio à discussão sobre leis para taxar os super-ricos, que pagam relativamente menos imposto do que a classe média, a revista Forbes divulgou sua lista anual de bilionários brasileiros. Ela é útil para dar dimensão do tamanho da concentração de riqueza no topo da pirâmide. Até para que o pessoal que parcelou o Renegade em 24 vezes e se acha rico entenda que a taxação não é sobre eles”.
O colunista lembra que “o governo Lula publicou uma Medida Provisória para taxar os fundos exclusivos (que detém carteiras com mais de R$ 5 milhões) pelo menos da mesma forma pelas quais os investimentos da classe média são tributados. E enviou ao Congresso um projeto de lei para taxar os fundos offshore, dinheiro de super-ricos brasileiros em paraísos fiscais no exterior. Mas as propostas não contam com a simpatia de uma parcela do Congresso, que está mais preocupada com seu dinheiro e o de seus parceiros e financiadores”.
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