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Em entrevista concedida à CNN-Brasil na semana passada, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que os dados já enviados pelos EUA confirmaram parte da delação do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro. “Começamos a receber as primeiras documentações e informações, que vão corroborando os depoimentos, a própria colaboração premiada. E isso robustece nossas provas”, afirmou.
Os documentos foram encaminhados pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) a pedido do governo brasileiro. Eles tratam, principalmente, do caso do esquema ilegal de venda de joias da Presidência da República em lojas dos EUA. De acordo com o delegado da PF, apenas uma parte das informações coletadas pela polícia ianque já chegou ao Brasil. Outros dados devem chegar em breve. “É um processo lento que depende da autoridade central do outro país e da nossa autoridade central”, explicou.
Transações financeiras ilegais
A PF brasileira acionou o FBI em agosto passado para avançar nas investigações sobre as mutretas da famiglia Bolsonaro. Em outubro, o governo dos EUA permitiu que o órgão atuasse para apurar as transações feitas pelo ex-presidente e por seus milicianos no país. Segundo Andrei Rodrigues, já está provado que ocorreram várias movimentações financeiras ilegais nos EUA. “Houve, de fato, essas transações que estão sendo apuradas e aqueles que, em alguma medida, tem participação, serão responsabilizados”, garantiu.
Na entrevista à CNN-Brasil, Andrei Rodrigues também garantiu que a delação de Mauro Cid à PF tem “muita consistência”. Entre revelações mais recentes, o milico confirmou que o ex-presidente fujão deu ordens diretas para fraudar os cartões de vacinação da Covid-19. Jair Bolsonaro também teria orientado seu ex-ajudante de ordens para que escondesse no próprio Palácio da Alvorada vários golpistas investigados pela Justiça.
Duas novas deduragens do militar
Nas duas novas deduragens, o tenente-coronel revelou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o filhote 03 do “capetão”, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram os mais enfáticos defensores do golpe contra a posse de Lula; e que o vereador Carlos Bolsonaro, o pimpolho 02 do fascista, comandava o “gabinete do ódio”, que produzia e espalhava fake news contra a democracia, diretamente de uma sala no Palácio do Planalto.
Sobre a ação criminosa de Carluxo Pitbull, a GloboNews deu mais detalhes da recente delação. De acordo com o telejornal, Mauro Cid confirmou à PF que três assessores do “capetão” usaram uma sala no terceiro andar da sede do executivo, ao lado do gabinete presidencial, para produzir mensagens de ódio. Ele citou nominalmente José Matheus Sales Gomes, Mateus Matos Diniz e Tércio Arnaud Tomaz, três assessores do ex-presidente, e garantiu que Carlos Bolsonaro era o chefão do “gabinete do ódio”.
Segundo o depoimento obtido pela GloboNews, Mauro Cid afirmou que Jair Bolsonaro era o responsável por postar no próprio perfil no Facebook, enquanto o filhote e os três aspones cuidavam do Twitter, do Instagram e de outras redes sociais do ex-chefe do Executivo.
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