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Diante das polêmicas relacionadas ao processo eleitoral na Venezuela, gostaríamos de manifestar nossa opinião.
1- Desde que Hugo Chávez ganhou as eleições em 1998 até hoje, o governo dos Estados Unidos e seus interesses petrolíferos movem uma guerra sem fim contra o povo da Venezuela.
2- Os EUA decretaram boicote a venda de seu petróleo, sequestraram contas no exterior e roubaram recursos depositados em vários bancos. No último mês, sequestraram até um avião de carga da empresa estatal em Buenos Aires, auxiliado pelo governo Milei. Apesar de ser Boeing, alegou que tinha sido comprado do Irã. Levaram o avião para Miami e o desmontaram com o medo que algum tribunal internacional mandasse devolvê-lo.
3- Os EUA impuseram um presidente fantoche, o senhor Juan Guaidó, que praticou uma série de crimes, além de se apropriar de mais de 50 milhões de dólares, denunciado por seus comparsas. Hoje, ele vive nos EUA protegido pelas autoridades.
4- A Venezuela tem um sistema eleitoral democrático, que usa urnas eletrônicas e que tem também voto impresso para checagem. Realizou mais de 25 eleições nesse período, todas auditadas por autoridades judiciais internacionais, inclusive do Brasil.
5- Nessas eleições, foram eleitos governadores, prefeitos e deputados da oposição ao chavismo, sem que ninguém tenha protestado. A campanha contra urnas eletrônicas tem sido uma prática da extrema-direita em vários países, assim como no Brasil.
6- O poder eleitoral é determinado pelo Tribunal eleitoral da Venezuela, parecido com o nosso TSE. São cinco juízes indicados pela sociedade e partidos políticos. A assembleia nacional vota e escolhe os membros. Do atual conselho, dois membros foram indicados por partidos de oposição.
7- A candidata Maria Corina, representante da extrema-direita, “bolsonarista” e rejeitada por todos os demais partidos de oposição, estava impedida de concorrer há mais de seis meses. Julgada por crimes de corrupção, traição à pátria e tentativas de golpe, patrocinados por ela e seu partido. Foi então declarada inelegível, assim como aconteceu com Bolsonaro no Brasil.
8- Maria Corina manteve a candidatura e, com uma jogada de propaganda, sabendo que estava inelegível, indicou outra pessoa de última hora, a senhora Corina Yoris. Porém, ela não estava registrada em um partido político e, simplesmente, não cumpriu as normas eleitorais. E o conselho eleitoral rejeitou por unanimidade, como com frequência acontece aqui no Brasil.
9- Estão inscritos para concorrer 13 candidatos, sendo 12 de oposição, entre eles um governador de oposição, do estado de Zulia.
10- Há total liberdade de imprensa no país, com diversas televisões e jornais que fazem oposição aberta ao governo, nos quais os opositores falam o que querem.
11- O bloqueio econômico dos Estados Unidos, a impossibilidade de peças de reposição para a indústria petroleira e os limites para as exportações causaram enormes dificuldades econômicas para a população e muitos deles resolveram migrar, se transformando em refugiados econômicos. Isso tem acontecido com povo de todos os países da América Latina, basta olhar para a fronteira do México. No Brasil, milhares de brasileiros deixam o país para tentar a sorte nos Estados Unidos e em Portugal.
12- A Venezuela sofreu duas tentativas de invasão militar por mar e através da Colômbia, que foram debeladas pelas forças públicas, com total apoio do povo.
13- O presidente Maduro sofreu duas tentativas de assassinato, por meio de drones, que também foram evitados e seus autores presos.
14- O povo da Venezuela precisa que haja justiça internacional para devolver os bens sequestrados no exterior, como todas as suas reservas em ouro sequestradas pela Inglaterra.
15- Os venezuelanos precisam também que cesse o bloqueio econômico e que possam usar seu principal patrimônio, o petróleo, para recuperar o desenvolvimento do país.
16- O que está em curso é uma campanha difamatória articulada pelos interesses econômicos dos Estados Unidos, com a imprensa burguesa de todo o continente para atacar o processo eleitoral venezuelano e desacreditar os resultados.
17- Recomendamos os movimentos populares, as centrais sindicais, os partidos políticos, as associações de juízes e do Ministério Público brasileiros a viajarem para a Venezuela para acompanhar in loco o processo eleitoral.
18- Os movimentos populares e a esquerda brasileira são solidários com o povo venezuelano e denunciam as ações do governo americano e seus tentáculos, insertos nos planos de guerra híbridos, em curso há tantos anos.
19- Conclamamos a que todos sejamos igualmente solidários com os pobres dos Estados Unidos, com o povo do Haiti, Palestina, Cuba, Porto Rico e dos países do SAHEL africano, que estão enfrentando os mesmos interesses do Império americano e de seus aliados europeus, como o império Francês, que está sendo expulso da África depois de ter roubado tantas riquezas naturais.
20- Há 25 anos, o povo venezuelano vem sofrendo as consequências da guerra híbrida imposta pelo governo dos Estados Unidos e suas petroleiras. Apesar dos prejuízos e das dificuldades, sempre venceu e vencerá novamente.
Brasil, abril de 2024
Adesão de movimentos populares e partidos
- Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil - CONTRAF-Brasil
- Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil- CTB
- Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz-CEBRAPAZ
- Central de Movimentos Populares - CMP
- Centro de Estudos de Religiões de Matriz Africana - CENARAB
- Coordenação Nacional de Comunidades Quilombolas -CONAQ
- Conselho Pastoral dos/as Pescadores/as - CPP
- Frente Evangélica pelo Estado de Direito
- Levante Popular da Juventude – LPJ
- Marcha Mundial de Mulheres - MMM
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST
- Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP
- Movimento Brasil Popular – MBP
- Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
- Movimentos dos Atingidos por Barragem – MAB
- Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
- Movimento dos Trabalhadores Desempregados- MTD
- Movimento pela Soberania Popular na Mineração - MAM
- Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo – MTC
- Partido Comunista do Brasil - PCdoB
- Rede de Médicos e Medicas Populares - RMMP
- União da Juventude Socialista - UJS
Adesão de personalidades e representantes da sociedade brasileira
- Acilino Ribeiro, dirigente do PSB
- Ariovaldo Santos, pastor evangélico
- Beto Almeida, jornalista
- Breno Altman, jornalista
- Celia Gonçalves, makota do povo de terreiro.
- Cesar Silva Fonseca, jornalista
- David Stival, ex-presidente do PT-RS, professor universitário
- Eduardo Moreira, empresário e comunicador
- Frei Sérgio Gorgen, frade franciscano
- Georgina de Queiroz, professora
- Guilherme Estrela , geólogo da Petrobras
- Joao Pedro Stedile, ativista da reforma agraria.
- José Reinaldo Carvalho, jornalista, presidente do Cebrapaz
- Júlio Flávio Gameiro Miragaya, economista
- Leila Jinkings, jornalista
- Luis Sabanay, pastor presbiterano
- Marcelo Barros, monge Beneditino
- Maria Luiza Busse, jornalista da ABI
- Mario Vitor santos, jornalista
- Monica Buckmann, professora universitária
- Ney Stronzake, advogado
- Nilza Valeria, jornalista
- Oswaldo Maneschy, jornalista
- Paulo Miranda, diretor da TV Comunitária de Brasília
- Pedro Augusto Pinho, ex-presidente da AEPET e do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra
- Roberto Requião, ex-governador , e ex-senador do Paraná
- Rosana Fernandes, da CPP da Escola nacional Florestan Fernandes
- Rui Portanova, desembargador aposentado do TJ-RS
- Sandra de Barreto, socióloga
- Socorro Gomes, ex-deputada federal pelo PCdoB e diretora de relações internacionais do Cebrapaz
- Valter Pomar, membro do Diretório Nacional do PT
Parlamentares
1. Airton Faleiro, deputado federal (PT-PA)
2. Dilson Marcom, deputado federal (PT-RS)
3. Joao Daniel, deputado federal (PT-SE)
4. Marina do MST, deputada estadual (PT-RJ)
5. Messias, deputado estadual (PT-Ceará)
6. Nilto Tatto, deputado federal (PT-SP)
7. Orlando Silva, deputado federal (PCdoB-SP)
8. Rosa Amorim, deputada estadual (PT-PE)
9.Valmir Assunção, deputado federal (PT-Bahia)
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