Charge: Adam C. Moore/Laemeur |
As respostas aos ataques do fascismo parecem estar sempre aquém do tom que o caso requer. Lula disse o seguinte sobre o gângster Elon Musk:
“Temos que escolher se queremos viver num regime democrático ou não queremos isso. Se vamos permitir que o mundo viva a xenofobia do extremismo de extrema direita, que se dá ao luxo de permitir que um empresário americano, que nunca produziu um pé de capim nesse país, ouse falar mal da Corte brasileira e do povo brasileiro”.
O que ficou disso tudo na imprensa, como resumo, foi que Lula acusou Musk de nunca ter produzido um pé de capim no Brasil. Quem acolhe essa declaração como a resposta que Musk merece?
Parece que falta nessas horas a capacidade de produção de uma frase definitiva sobre qualquer assunto, uma virtude que as esquerdas já tiveram. Uma frase no tom do que agora chamam de lacração.
As esquerdas não conseguem lacrar, não emitem sentenças definitivas sobre temas na ordem do dia. Até porque talvez nada possa ser equiparado, como reposta, ao tom usado pelo fascismo.
Dizer que Musk não plantou um pé de capim é tentar levar aos brasileiros a ideia de que o sujeito nunca contribuiu com nada pelo Brasil. Mas e daí?
É uma acusação branda perto da agressão sofrida. Musk chamou Moraes de ditador e disse que o ministro mantém Lula na coleira. As redes sociais não ruminam a história do capim.
Por que Lula, que já chamou Bolsonaro de genocida, aloprado, covardão, ignorante e gângster, não chamou Musk de mafioso das redes sociais ou de facínora.
Luis Nassif definiu bem o sujeito, no programa Café da Manhã, da DCM TV, em entrevista a Leandro Fortes e Thalita Sotero, e essa poderia ser também uma definição tomada emprestada por Lula: “Elon Musk é o Bolsonaro das big techs”. É uma comparação muito boa.
O sujeito é cruel, agressivo, inescrupuloso, é bandido e é falsamente inteligente em relação a temas mais complexos e delicados. Musk e Bolsonaro saíram da mesma forma.
São o que de mais precário o fascismo produziu desde Mussolini. São dois criminosos impunes, que usam a mesma tática antitudo e antissistema, quando são na verdade o fascismo que mantém, movimenta e se aproveita dos pântanos do sistema.
Dizer que o dono do X nunca plantou um pé de capim é ser cordial demais com o maior bandido dos negócios do mundo virtual. Não plantou, como maconheiro, nem um pé de maconha.
Mas Lula não pode levantar o tom? E quem pode? Quem, em nome do governo e de Lula, pode chamar Musk de bandidão amigo do covardão?
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