Por Altamiro Borges
O oligárquico e decadente jornal Estadão, que apostou todas suas fichas na midiática Operação Lava-Jato como instrumento para satanizar as forças de esquerda, agora está desapontado com a deputada federal Rosangela Moro, “conje” do ex-juizeco, ex-ministro do fascista e atual senador Sergio Moro. Em editorial publicado nesta quarta-feira (7), intitulado “Oportunismo escancarado”, o jornalão expressa toda a sua magoa contra a traidora do eleitorado paulista.
“Não faz nem dois anos que a advogada paranaense Rosangela Moro (União Brasil) transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo a fim de concorrer a uma vaga como deputada federal. Sem jamais ter morado no Estado, apresentou-se como apta a representar os interesses dos paulistas no Congresso. Por alguma razão insondável – talvez o sobrenome do marido, o ex-juiz Sérgio Moro, sempre lembrado por sua atuação na Lava Jato, a tenha ajudado mais do que suas desconhecidas propostas eleitorais –, a sra. Moro foi eleita, e com expressivos duzentos e tantos mil votos. Eis que agora, no entanto, São Paulo já não interessa mais à deputada: ela tornou a transferir o domicílio eleitoral para o seu Paraná natal, onde, conforme acaba de anunciar, pretende concorrer como vice na chapa à prefeitura de Curitiba encabeçada pelo deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil)”.
O cinismo do jornalão oligárquico
Decepcionado, o Estadão até fustiga o seu novo queridinho na política, já paparicado como candidato da cloaca burguesa à sucessão presidencial de 2026. “A sra. Moro certamente não será a última pessoa a mudar de domicílio eleitoral conforme conveniências que nada têm a ver com os interesses dos eleitores. Recentemente, é bom lembrar, o carioca Tarcísio de Freitas mudou seu domicílio eleitoral para São José dos Campos, onde nunca viveu, a fim de disputar o governo paulista por ordem de seu padrinho, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Agora, Tarcísio mudou de novo de domicílio eleitoral, para a capital, com o objetivo de votar no prefeito Ricardo Nunes, a quem apoia”.
Historicamente, o jornal da famiglia Mesquita sempre adotou uma linha editorial de escandalização da política para demonizar as lideranças populares e projetar os políticos de direita e extrema direita. O livro “Nascidos para perder”, do jornalista Mylton Severiano, descreve com detalhes a trajetória sinistra deste veículo centenário da oligarquia paulista. Hoje, decepcionado com a “conje” do seu herói Sergio Moro, ele reclama que “os candidatos não precisam mais nem comer pastel para fingir que são paulistanos; basta que sejam notórios, truculentos ou excêntricos o bastante para angariar votos de quem perdeu a fé na política”. Haja cinismo!
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