segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Eleição na Argentina e as reações da mídia

Alberto Fernandez clama por Lula Livre

A derrota do neoliberalismo na Argentina

Do site Vermelho:

Deputados e lideranças de diferentes partidos veem na eleição do presidente eleito Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchner na Argentina a derrota das políticas neoliberais que afundaram a economia daquele país.

A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.

CPMI pode identificar fábricas de mentiras


O sociólogo Sérgio Amadeu, professor associado da Universidade Federal do ABC (UFABC), diz que a a Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito (CPMI) que investiga notícias falsas nas redes sociais vai ter muito trabalho pela frente para identificar as “fábricas de desinformação” que foram utilizadas durante a campanha eleitoral do ano passado. Ele afirma que a partir dos metadados de postagens patrocinadas no Facebook e disparos em massa no Whatsapp é possível chegar aos responsáveis que financiaram ilegalmente esses esquemas.

As novas mentiras do ministro "lacrador"

Por Cleo Manhas, do Inesc, no site Outras Palavras:

Ao anunciar que o governo liberaria todo o recurso contingenciado do MEC para o ensino superior, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se julgou “lacrador”. Sem entrar na questão da falta de maturidade que o cargo ocupado por Weintraub exige, há ainda dois problemas. Primeiro, ninguém “lacra” anunciando o que é obrigação do governo, ou seja, liberar o recurso que as instituições federais precisam para fechar o ano com as contas pagas.

A única ameaça a Bolsonaro

Por Vinícius Mendes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Este outubro que o calendário encaminha para o fim é, deste lado do mundo, mais um desses meses que permanecerão durante muito tempo como parte de nossas características nacionais. Há muitos desses na história da América Latina, como o janeiro da Revolução Cubana, em 1959, o março da Guerra da Água, na Bolívia, em 2000, o abril da tentativa de golpe de Estado na Venezuela, em 2002, ou mesmo o junho de 2013, no Brasil – todos eventos fundamentais para explicar os países que eles são hoje. A hesitação em acabarem também são, como nos livros de Gabriel García Márquez, manifestações inequívocas do nosso realismo mágico.

Porém, enquanto boa parte da América se rebela, o Brasil – das mesmas demandas – se silencia.

A luta pelos direitos sociais no Chile

Ilustração: Rice Araújo/Rebelión
Por Raoní Beltrão do Vale, no site da Fundação Perseu Abramo:

Há duas semanas o Chile vive a sua maior crise política desde o fim da ditadura. Iniciada com o aumento da tarifa dos transportes, em uma semana, a convocatória secundarista a saltar roletas do metrô se transformou na maior mobilização social em décadas.

O presidente Sebastián Piñera contribui à revolta, primeiro, invocando a Lei de Segurança Nacional contra manifestantes, segundo, declarando Estado de Emergência e Toque de Recolher por todo o país e, terceiro, anunciando medidas insuficientes e tardias.

Aos secundaristas se somou a Unidade Social, cem sindicatos e os movimentos por: água, assembleia constituinte, direitos das mulheres e migrantes, educação, justiça e memória, moradia e terra; e contra as previdências privadas, tratados de livre comércio e pedágios.

O cérebro tarado de Jair Bolsonaro

Por Fernando Brito, em seu blog:

Confesso que me sinto tentado a ouvir um psicólogo – ou mesmo um psiquiatra – para entender a estranha dinâmica daquilo que ocupa a caixa craniana do sr. Jair Bolsonaro.

Francamente, nem em Freud descobre-se tamanha obsessão por sexualizar as relações humanas que a política expressa.

Dos “namoros” e “noivados” em que se declarou com Rodrigo Maia, Dias Toffoli e outras autoridades da República até a grosseiríssima “brincadeira” de perguntar a Sergio Moro se faria um “troca-troca” com Ricardo Salles, o infeliz do meio ambiente, tudo é sexo no universo bolsonariano.

A derrota do candidato do FMI na Argentina

Por Leonardo Wexell Severo, de Buenos Aires:

O candidato da Frente de Todos, Alberto Fernández, foi eleito presidente da Argentina neste domingo (27) derrotando o atual mandatário e candidato do Fundo Monetário Internacional (FMI) à reeleição, Mauricio Macri, por 48,03% a 40,45%.

Com 97,58% dos votos apurados, não havia forma de reversão. No país, para vencer a eleição é necessário obter 45% dos votos ou 40%, com pelo menos dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.

Alberto Fernández tem como companheira de chapa Cristina Kirchner, senadora, ex-presidente (2007-2015) e viúva do também ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em 2010 e que é um ícone nacionalista.

A correção de rumo na América do Sul

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A espetacular vitória de Alberto Fernandez-Cristina Kirchner na Argentina mostra que está em curso uma correção de rota à esquerda na América do Sul, após uma guinada passageira em direção a governos conservadores.

Se Maurício Macri foi derrotado em primeiro turno, o que é sempre uma demonstração de força do lado vencedor, o prolongado cerco popular enfrentado por Sebastian Pinera em Santiago sinaliza o esgotamento sem retorno de uma experiência conservadora iniciada em março de 2018.

Pinera promete entregar todos os anéis ministeriais na esperança de não perder todos os dedos presidenciais.

domingo, 27 de outubro de 2019

A Argentina está sendo saqueada

Por Jeferson Miola, em seu blog:         

A Argentina está sendo saqueada.

Com o resultado das PASO [eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, ocorridas em 11 de agosto] e a expectativa de vitória de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner neste domingo, 27/10, a rapinagem neoliberal vive um clima de fim de festa na Argentina; desencadeia estratégias destrutivas contra as finanças nacionais.

É fácil entender esse terrorismo especulativo em que o capital financeiro atua nas 2 pontas: por um lado, cria problemas e dificuldades para o país e, ao mesmo tempo, obriga o governo a atuar não para estancar as perdas, mas para perder ainda mais.

No que vai dar o levante popular do Chile?

Santiago, 23/10/19. Foto: Ivan Alvarado/Reuters
Por Bepe Damasco, em seu blog:

Impressiona e emociona a massa humana que ocupa as ruas de Santiago, Valparaíso, Concepción e outras cidades do Chile. A marcha desta sexta-feira, 25 de outubro, que reuniu 1,2 milhão de pessoas na capital chilena, significa que mais de 1/5 da população da cidade aderiu ao protesto.

Tenho lido e ouvido avaliações de todo tipo sobre este tsunami político. Basicamente, na esquerda brasileira, eu dividiria o sentimento corrente em três categorias, a saber:

Como 'Veja' construiu nova farsa contra Lula

Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:

A capa da revista Veja desta semana é uma farsa, construída com ajuda de quem quer influir no julgamento sobre a prisão a partir da condenação em segunda instância.

“O Marcos Valério nunca afirmou que Lula é o mandante do assassinato de Celso Daniel”, disse ao DCM o delegado Rodrigo Pinho de Bossi, a autoridade que tomou o depoimento que Veja utiliza para construir a versão de que o ex-presidente está envolvido na morte do ex-prefeito de Celso Daniel.

“A Veja está querendo influir no julgamento da segunda instância, e nessa farsa posso dizer, com certeza, que há a ação de Mara Gabrilli”, afirmou, em referência à senadora do PSDB que é filha de um empresário do setor de ônibus que admitiu, em depoimento a uma CPI de Santo André, que participou, conscientemente, do esquema de corrupção que existia na cidade mesmo antes da administração petista.

"Veja" volta a ser fábrica de fake news

Lula: "Eu sou muito grato à solidariedade"

Questões sobre o neofascismo (e Bolsonaro)

Por Valério Arcary, no site A terra é redonda:

A ave de rapina não canta.
A desgraça não marca encontro.
A ignorância e o vento são o maior atrevimento.
(Sabedoria popular portuguesa)


Abriu-se um debate teórico-político, inclusive na esquerda, se Bolsonaro é ou não um neofascista. Este debate não é diletantismo. Exige rigor. Quais devem ser os critérios para a classificação de um movimento político? É preciso ser muito sério quando estudamos nossos inimigos. Quem não sabe contra quem luta não pode vencer.

Macri entregou a Argentina ao FMI

EUA promovem desestabilização na Bolívia

Por Álvaro Verzi Rangel, no site Carta Maior:

A invasão incendiária à sede do Tribunal Eleitoral Regional de Potosí, as ações violentas contra fiscais eleitorais nas regiões de Tarija, Chuquisaca, Oruro e La Paz e o vandalismo contra uma estátua do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez na cidade amazônica de Riberalta, confirmam as especulações sobre a existência de um plano golpista dos Estados Unidos contra a Bolívia.

A Central Operária Boliviana (COB) e a Coordenadora Nacional pela Mudança (Conalcam) resolveram declarar estado de emergência e convocaram a uma mobilização pacífica nacional em defesa da democracia, para enfrentar as ações violentas, racistas e antidemocráticas com as que os grupos de extrema-direita tentam convulsionar o país.

Há similaridades entre Bolsonaro e Collor

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Uma das coisas bonitas da democracia é que, adequadamente institucionalizada, ela oferece oportunidades para o eleitorado rever suas decisões. Os indivíduos sabem que podem errar e é preciso que o sistema lhes permita corrigir votos que considerem equivocados, seja pelo motivo que for.

A realização de eleições periódicas, de preferência próximas umas das outras, é o caminho mais comum para que essas reconsiderações sejam possíveis. Há também uma crescente tendência internacional de buscar soluções que abreviem o prazo para consertar equívocos. Muitos discutem a adoção de alguma forma de voto de referendo ou confirmação, como o chamado recall eleitoral, mediante o qual os eleitores podem retirar o mandato concedido a alguém que os decepcione de maneira grave.

Mídia argentina usa Bolsonaro para intimidar

Por Rafael Duarte, de Buenos Aires, no site do ComunicaSul:

De cada 10 matérias e reportagens sobre as eleições da Argentina na mídia tradicional do país, 9 são críticas aos candidatos da Frente de Todos Alberto Fernandez e Cristina Kirchner, que lideram a corrida presidencial. Nos últimos dias, até o presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PSL) foi usado para amedrontar os eleitores que vão às urnas no próximo domingo (27).

O tradicional Clarín publicou na página 9 a matéria “Bolsonaro habló de apartar a la Argentina del Mercosur” , na qual destaca uma declaração recente do brasileiro, em viagem ao Japão, ameaçando retirar a Argentina do Mercosul caso vença a chapa Fernandez/Cristina, numa clara tentativa de interferir no pleito vizinho.