quinta-feira, 13 de junho de 2024
Criança não é mãe, estuprador não é pai
Foto: Junior Lima/MídiaNinja |
O obscurantismo parlamentar ameaça aprovar um projeto de lei hediondo, que pode mandar para a cadeia, para cumprir pena de 20 anos, uma criança ou adolescente que tenha sofrido estupro e feito aborto legal depois das 22 semanas de gravidez. A punição será para todas as mulheres mas sabemos todos que as meninas do Brasil são as vítimas mais frequentes da violência sexual. Já o estuprador, se chegar a ser punido, pegará pena de 6 a 10 anos. Que nome se pode dar a tamanha aberração jurídica?
Comportamento desejável do sindicalismo
Charge: Ota |
Depois da derrota maiúscula que o movimento sindical teve com a aprovação na CCJ do Senado do jabuti do senador Rogério Marinho (que praticamente inviabiliza as contribuições dos trabalhadores aos sindicatos nas negociações coletivas) dois extremos devem ser evitados: o desespero niilista e o relaxamento, ambos paralisantes.
Foi uma batalha perdida cujos desdobramentos podem ser ainda piores, mas que exige resposta imediata e inteligente das direções sindicais.
De saída, a constatação da esperteza e persistência do senador que procura criar um verdadeiro bloco antissindical no Congresso, reforçando assim sua posição de líder do bolsonarismo em ambas as casas congressuais.
Impasses e saídas para o momento político
Imagem do site gov.br |
A importante derrota do governo nas votações dos vetos presidenciais no Senado e na Câmara dos Deputados no dia 28 de maio mostra não só que a correlação de forças é adversa para a centro-esquerda - que reúne não mais que 130 deputados, o que é fato mais do que conhecido (no Senado o cenário não é muito diferente) - mas que a articulação política do governo com sua base ampliada falhou fragorosamente. Como muitos apregoam e defendem, tarefa urgente é arrumar a casa, se Lula não quiser enfrentar novas crises no Congresso.
Haddad, respeite a Conceição!
Foto: Ricardo Stuckert |
A professora Maria da Conceição Tavares vem sendo muito justamente homenageada e lembrada ao longo dos últimos dias. O seu falecimento recente operou como estímulo para que um número impressionante de colegas, alunos, ex-alunos, companheiros, professores, pesquisadores, dirigentes políticos e instituições de todos os tipos rendessem uma série de homenagens póstumas à grande mestra.
Ela havia completado 94 anos em abril, cumprindo uma trajetória maravilhosa ao longo de sua vida. Nascida em Portugal, fugiu da ditadura salazarista e foi acolhida em 1954 no Brasil, chegando em nossas terras bem na época de ouro do desenvolvimentismo. Desde o início se encantou pelo País e por aqui encontrou as oportunidades de levar em frente seus projetos de uma sociedade mais justa e igualitária. Tornou-se uma incansável estudiosa e pesquisadora da economia política, oferecendo sua colaboração também na formulação e implementação de políticas públicas. Trabalhou no BNDES e na CEPAL, tendo participado inclusive da equipe que concebeu o Plano de Metas do Presidente Juscelino Kubitscheck.
quarta-feira, 12 de junho de 2024
terça-feira, 11 de junho de 2024
As lições mexicanas para o campo popular
Claudia Sheinbaum e Andrés Manuel López Obrador |
O vídeo indicado ao final de nosso texto faz um repasso da repercussão no México e no resto do mundo da recente vitória eleitoral de Claudia Sheinbaum, a candidata vinculada com o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador.
Estamos falando de um fato muito relevante por vários motivos. Primeiramente, por tratar-se da primeira mulher a galgar ao posto de Presidente em toda a história do México, desde sua constituição como Estado. Em segundo lugar, poderíamos citar a circunstância de ela representar a continuidade de um governante que assumiu pondo fim a uma infindável sequência de mandatários vinculados aos interesses dos grupos oligárquicos e do imperialismo estadunidense. Mas, também merece ser destacada a ampla margem com a qual ela superou sua concorrente mais bem posicionada, já que obteve quase o dobro de votos que os recebidos pela candidata preferida dos grandes grupos midiáticos, dos setores mais endinheirados e, naturalmente, das forças alinhadas com o imperialismo estadunidense.
Estadão lambe as botas da extrema direita
Charge: Vitor Teixeira |
O Estadão descobriu que o governo usa as redes sociais para defender seus planos e suas ideias e para se defender dos ataques dos agressores, entre os quais o próprio Estadão. E descobriu ainda que a estrutura do Planalto de aproveitamento das redes usa formas de planejamento e de ação que o próprio Estadão usa como jornal. Que estudantes usam.
O Estadão é um descobridor. A reportagem, que se esforça para ter um tom de denúncia, descobriu que a Secretaria de Comunicação do governo tenta identificar uma pauta diária a partir do que considera temas que exigem ações no momento.
Não seria uma eureca nem nos primeiros jornais de poste da era de Gutenberg. Mas o Estadão descobriu que governo e aliados do governo tentam trabalhar nas redes os assuntos da ordem do dia, como se o Diário de Sorocaba, a Folha de Barbacena e a prefeitura de Quaraí não fizessem o mesmo. Fazem há décadas, pelo menos desde a primeira metade do século 20.
segunda-feira, 10 de junho de 2024
O avanço fascista no Parlamento Europeu
Charge: Antonio Rodríguez/Cartoon Movement |
Acabaram não se confirmando as expectativas de uma vitória acachapante da extrema-direita na eleição para o Parlamento Europeu.
Apesar disso, contudo, os resultados da votação são altamente preocupantes, pois evidenciam o maior ascenso da representação política e institucional da extrema-direita européia desde o final da Segunda Guerra, com a conquista de 170 cadeiras – quase 25% do total.
Com isso, a extrema-direita ampliou 52 assentos, significando um crescimento de 44% em relação à representação que conseguiu eleger em 2019.
Os agrupamentos que mais perderam cadeiras foram o Renovar Europa, neoliberal, que perdeu 23 cadeiras, e o Grupo Verdes/Aliança Livre Européia, com 18 cadeiras perdidas.
Apesar disso, contudo, os resultados da votação são altamente preocupantes, pois evidenciam o maior ascenso da representação política e institucional da extrema-direita européia desde o final da Segunda Guerra, com a conquista de 170 cadeiras – quase 25% do total.
Com isso, a extrema-direita ampliou 52 assentos, significando um crescimento de 44% em relação à representação que conseguiu eleger em 2019.
Os agrupamentos que mais perderam cadeiras foram o Renovar Europa, neoliberal, que perdeu 23 cadeiras, e o Grupo Verdes/Aliança Livre Européia, com 18 cadeiras perdidas.
Europa: o Partido da Guerra perdeu
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:
Ao dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições antecipadas no domingo (9/6), logo depois de sofrer derrota política avassaladora, o presidente da França, Emmanuel Macron, deu o tom das manchetes e análises sobre o resultado da disputa pelo Parlamento Europeu. A extrema direita teria obtido, em todo o velho continente, uma grande vitória. O resultado estaria fazendo tremer as instituições. Somado à alta probabilidade de triunfo de Donald Trump nos EUA, em novembro, ele pressagiaria o pior.
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