Na edição desta semana, a revista IstoÉ, famosa por suas capas sensacionalistas e reportagens difamatórias, aprontou mais uma das suas. No artigo “O lobista de Chávez”, ela desferiu um ataque covarde contra o jornalista Carlos Alberto de Almeida, reconhecido por sua militância internacionalista e por seu compromisso com a ética jornalística. Descaradamente marcarthista, o texto insufla a perseguição política: “Jornalista brasileiro trabalha no Senado, mas faz hora extra para defender os interesses da Venezuela”. Nela, o senador tucano Álvaro Dias aparece pregando a apuração sobre a “dupla militância do funcionário”. Só falta pedir a sua demissão!
Para a revista, que nunca escondeu o seu ódio à revolução bolivariana, Beto Almeida seria um inimigo da “liberdade de expressão” por defender as medidas de Hugo Chávez contra a ditadura midiática. A fonte principal da IstoÉ é Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), a máfia dos barões da mídia que não tolera qualquer restrição legal à “libertinagem de imprensa”. O texto também desfere duro ataque à Telesur, “a emissora criada para se contrapor à rede americana CNN na América Latina”. Beto Almeida é membro do seu conselho diretivo, “seguindo à risca a cartilha do caudilho venezuelano”, esbraveja a revista.
Temores da mídia colonizada
Na prática, o rancoroso artigo visa atingir o presidente Hugo Chávez, num momento em que o parlamento brasileiro discute a adesão da Venezuela ao Mercosul. Ele também procura evitar o fortalecimento da Telesur, que já agrega vários países do continente e realiza o contraponto à mídia colonizada pelos EUA. A IstoÉ chega a alertar os reacionários de plantão. “Até agora, a emissora funciona de forma precária, quase na informalidade. Mas, aos poucos, Beto avança no lobby pelos ideais bolivarianos. Já emplacou, por exemplo, a programação da Telesur na grade do Canal Comunitário de Brasil, a ‘TV Cidade Livre’, da qual é presidente. E está costurando um convênio entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Telesur”.
No seu reacionarismo inconsistente e leviano, a IstoÉ joga farpas para todos os lados. Ataca o governo de Roberto Requião (PMDB), que retransmite a Telesur na TVE do Paraná, e critica a militância de Beto Almeida em defesa do “repasse das verbas públicas para emissoras públicas e comunitárias”. De forma marota, ela aproveita o episódio para se contrapor à 1ª Conferência Nacional de Comunicação. A revista não tolera a diversidade e pluralidade informativas e rejeita qualquer ação que vise enfrentar a concentração e a manipulação midiáticas. Para ela, a militância de Beto Almeida é incompatível “com os princípios da liberdade de expressão”.
“IstoÉ Daniel Dantas”
A publicação semanal da Editora Três já é bem conhecida por seu jornalismo sensacionalista e mercenário, sempre na busca insana por aumento de tiragem e de lucros. Em fevereiro passado, no texto intitulado “Stédile, o intocável”, ela procurou justificar a repressão às 270 famílias de sem-terras acampadas numa fazenda em Eldorado da Carajás (PA), adquirida ilegalmente pelo Grupo Opportunity, controlado pelo mega-especulador Daniel Dantas. A agressão ao líder do MST teve como objetivo criminalizar a luta pela reforma agrária e defender o banqueiro.
Na ocasião, o MST respondeu a altura no texto intitulado “IstoÉ Daniel Dantas”. Lembrou que a revista “atua como títere dos poderosos, ao passo que se distancia do compromisso com a sociedade e a ética jornalística”. Destacou que ela faz o papel de advogado do bandido e que evita noticiar as sujeiras de Daniel Dantas, “preso em julho passado durante a operação da Polícia Federal por prática de crimes financeiros e de desvio de verbas públicas”. E ironizou: “Resta saber se o conteúdo da reportagem é fruto de um trabalho investigativo competente ou se deve ao curioso fato de que a IstoÉ é publicada pela Editora Três, que por sua vez também é controlada pelo banqueiro Daniel Dantas. Desde 2007, ele possui 51% das ações da editora”.
11 comentários:
Isto mesmo prezado jornalista Altamiro Borges. Tenho acompanhado seu blog, os verdadeiros nacionalistas são perseguidos neste país, principalmente por esta mídia capitalista que só se preocupa com vendas e macular a vida das pessoas que têm um compromisso sério com a ética e o país, principalmente, quem cumpre o que está lá na Constituição brasileira em seu parágrafo único no artigo 4º " A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política , social, e cultural dos povos da América Latina , visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações"...o que o Beto faz é amor pela causa e o que a matéria e o jornalista que escreveu fazem é defender interesses dos capitalistas sem causas, só têm descaso pelo país.....
Mas quem é o senador Álvaro Dias para
denunciar Beto Almeida por “dupla militância do funcionário” e pedir a sua demissão do senado?
Prego o mesmo para o ilustre(?) senador, em função de ter afirmado à Rede Globo que vai assinar contrato com uma empresa de Houston (EUA), defensora de empresas concorrentes da Petrobrás, para "municiá-lo" na CPI da Petrobrás.
É o primeiro caso de quinta-coluna e entreguista explícito e assumido que aparece em nosso senado: cassação já para seu mandato e expulsão imediata do território nacional (se é que algum país o aceitará como refugiado...).
Estes panfletos reacionários só não acabaram ainda porque o Zé Pedágio compra milhares e milhares de exemplares para as escolas do estado (sem licitação, é claro). Quantas pessoas compram esse lixo nas bancas? É muito pouca gente, então esta é a única opção coerente para os seus donos, optar por uma linha extremamente conservadora, limitando ao máximo a concorrência para que não haja a voz dissonante, discordante, que exponha justamente aquilo que eles querem esconder.
Todo apoio ao brilhante colega Beto Almeida, lutador incansável pela democratização da Comunicação no Brasil. A IstoÉ e outros panfletos do PIG não tem autoridade moral para questionar alguém desta estatura.
A revista mostra, como suas comparsas do PIG, que estão desesperadas com a aproximação da Conferência Nacional de Comunicação. Se o governo quiser e usar rede nacional de rádio e TV para divulgá-la, os brasileiros saberão em que mãos sujas está o setor e o quanto somos manipulados pela máfia midiática.
Essa corja não tarda por esperar: Dilma não é Lula paz e amor....
Eu fiz um comentário não sei se chegou aí, mas confirmou que foi. grata Tânia
Muito bom seu texto Miro, permita-me reproduzi-lo em meu blog, ao qual lhe convido a conhecer. Trabalhamos com a Venezuela e textos como este sempre agregam em muito a discussão que esta se tendo à margem dos grandes meios de comunicação. Passarei a acompanhá-lo, forte abraço.
Se o jornalista Carlos Alberto de Almeida "defende os interesses da Venezuela", interesses de quem Alvaro Dias defende quando planeja buscar assessoria com uma concorrente da Petrobrás no exterior para detonar ela na CPI? Do Brasil é que não é.
Altamiro Borges,
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Voce sabe por que esta Revista é contra o Regime bolivarianos, por que ela é Americana, com $$$ americano, eles teem interesses diversos, ate mesmo aqui no Brasil.
Além da descarada materia fiquei pensando no descaso que a imprensa mostrou em relação ao acontecimento em Capãp Redondo, Pq do Engenho, São Paulo...onde dias antes da publicação deste semanario mediocre, aconteceu a barbarie do estado, imprimindo terror e dor aos moradores, masi de 600 familias...PM, bombas etc as 7hs da manhã???
E nenhum veiculo sequer questionou onde está a participação no desenvolvimento social dos governos paulistas???
é ninguem quer saber
Meus aplausos ao BETO ALMEIDA jornalista maior do Brasil que enxerga com clareza a América Latina.
Parabéns, Betão!
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