quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sucesso do Barão de Itararé em Minas



Reproduzo artigo de Pedro Leão, publicado no sítio Vermelho:

A sede do sindicato dos jornalistas, palco de tantos momentos importantes na política mineira, recebeu na noite de ontem (16) um prestigiado evento. O debate “O PIG está na UTI e que de lá não saia” promovido pelos jornalistas Paulo Henrique Amorim e Altamiro Borges marcou o lançamento do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé em Minas Gerais.

Na platéia, dezenas de jornalistas, estudantes e militantes dos movimentos sociais das mais diversas correntes. Primeiro a falar, Paulo Henrique Amorim analisou a construção do monopólio das comunicações e a intrínseca ligação dos barões da mídia com o governo militar e com os governos de Fernando I e II (Collor e FHC). Amorim citou o exemplo da lei aprovada na República Argentina como uma maneira eficaz de controlar o poder onipotente das grandes empresas midiáticas.

Sobre a situação da mídia no Brasil, o jornalista foi taxativo. “É um absurdo, a Rede Globo deter 42% da audiência da TV brasileira e levar 80% de toda a verba publicitária, essa concentração é uma afronta ao regime democrático. O que tem aí em baixo? 10 bilhões do mercado publicitário, ou seja, os irmãos Marinho ficam com 8 bi da propaganda. É tudo um conluio de interesses”, afirmou.

A construção de canais alternativos de mídia foi apontada por Amorim como uma forte arma contra o monopólio das informações. Para ele, é preciso proteger os blogs das leis de controle, se referindo ao projeto do Senador Tucano, Eduardo Azeredo. “A elite controla a TV e a imprensa escrita, mas ainda não controla a internet”, comemorou. O plano nacional de banda larga foi também defendido como um instrumento importante de fortalecimento da Internet e, conseqüentemente, da quebra do monopólio da informação.

Ao falar sobre os 13 processos que carrega, o jornalista se disse orgulhoso. “Diga quem te processas e eu direi quem és”. Para Amorim, o Partido da Imprensa Golpista está em pleno funcionamento no Brasil já há alguns anos. “O PIG foi contra o trabalhismo de Vargas, tentou impedir a posse de Jucelino. O maior dos ‘piguistas’, Carlos Lacerda, certa vez disse: ‘Juscelino não será candidato, se for, não ganha, se ganhar, não toma posse, se tomar posse, não governa’. O PIG também derrubou Jango, governou com os militares e confabulou contra Brizola”. Sobre a posição do PIG frente ao governo Lula, Amorim foi enfático “Lula desarticulou a oposição que tem no PIG sua única voz”.

O presidente nacional do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, felicitou os mineiros pela iniciativa pioneira em lançar a entidade no estado. Borges fez uma análise da participação da grande mídia em páginas tenebrosas da história brasileira. “Os barões da mídia se aliaram à ditadura dos generais, se posicionam contra os direitos dos trabalhadores, produziram o presidente Collor e criaram uma fábrica de crises no Brasil. Isso tudo é o desespero da direita que está sem projeto, sem discurso e sem vice”, afirmou Borges.

Para o jornalista Kerison Lopes, um dos organizadores do evento, o lançamento do “Barão de Itararé” em Minas não poderia estar mais bem representado do que na figura de Paulo Henrique Amorim, que, Lopes aponta como um fiel seguidor do Barão, unindo a pontual critica com um humor único. Na última fala do debate, Amorim resumiu em uma frase o que para ele é o papel das novas mídias no confronto com as velhas: “É Davi enfrentando Golias diariamente pelo celular”.

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