terça-feira, 14 de setembro de 2010

A pancadaria na mídia vai piorar, sim!

Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:

Serra já tentou ser bonzinho. Já tentou ser Zé. Tentou virar Lacerda, batendo à porta dos quartéis. Agora, virou o inquisidor-mor do Brasil (ou “caluniador”, como Dilma pregou na testa do tucano): nada disso deu resultado.

Serra encolhe, já beira os 20% dos votos na pesquisa Vox/Band/IG. Ele, a essa altura, virou uma espécie de Tiririca: pior do que está não fica.

O problema é que isso não tem graça nenhuma. Quanto mais despenca, mais Serra se afunda no gueto: vira um candidato acuado, ressentido, que mexe com os piores sentimentos do conservadorismo no Brasil. Quem fica ao lado dele é só a turma que quer conter o “comunismo”, que chama Bolsa-Família de “bolsa-esmola”, que insiste em chamar Lula de ”analfabeto”, “nordestino ignorante”, ”apedeuta”.

Passada a eleição, o tucano provavelmente vai ser lançado ao ostracismo. Mas o discurso do ressentimento – que ele encampou – seguirá vivo. Especialmente na velha imprensa. O festival de escândalos fabricados às vésperas da eleição mostra qual o clima que se pode esperar durante um provável governo Dilma. A guerra vai seguir. Engana-se quem pensa que o céu ficará desanuviado. Não. Derrotada e minoritária, a mídia velha vai ficar ainda mais aguerrida. Testará a capacidade de resistência de Dilma.

Lula não comprou essa briga de frente. Confiou em sua capacidade de ser o comunicador maior do governo, comendo pelas beiradas a velha mídia. Dilma não tem (ainda) a capacidade de mobilização de Lula. Como Dilma vai enfrentar a “Veja”, “O Globo”, a “Folha”, o “Estadão”?

Os três últimos são da velha escola golpista. A primeira é da nova escola fascista.

A provável presidenta Dilma travará essa batalha sozinha, no peito e na maciota, como fez Lula? Não. Essa precisa ser uma batalha da sociedade.

Há quem defenda a necessidade de uma articulação de partidos, sindicatos, movimentos sindicais, blogueiros e jornalistas progressistas, para dizer à turma (sedenta de sangue) que está do outro lado: se tentarem avançar o sinal, haverá reação.

Agora, na reta final da eleição, ou nos próximos meses, no início de um provável governo Dilma, a sociedade brasileira terá que dar conta dessa questão. A democracia brasileira precisa enfrentar e enterrar os velhos barões da mídia. Eles levarão uma surra nas urnas, abraçados ao candidato tucano. Mas - ao contrário de Serra - ainda não viraram Tiririca: são capazes de coisas muito piores do que promover crises e inventar escândalos. Já provaram isso no passado, como escrevi aqui.

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1 comentários:

blog do tata disse...

A PRÓPRIA fOLHA CONFESSA QUE INICIOU VERSÃO FAJUTA DA QUEBRA DE SIGILO DA RECEITA
"Tudo apareceu a partir da reportagem da Folha. O repórter procurou um dos brasileiros que tiveram seu sigilo violado, ligado ao partido, PSDB, apresentando a ele dados do seu Imposto de Renda. O repórter tinha a posse da informação. Questionado pelo Eduardo Jorge, respondeu que tinha obtido os dados do comitê eleitoral da candidata Dilma."
Na realidade, ao procurar EJ para checar a veracidade dos dados, o repórter informou que as declarações haviam circulado entre pessoas ligadas à chamada "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma, como publicado em 12 de junho.
Ontem, EJ conseguiu na Justiça ter acesso a todo o inquérito da Polícia Federal que investiga a violação dos sigilos dentro da Receita

trecho retirado de uma matéria de hoje na fsp