sábado, 12 de março de 2011

Intelectuais contra a intervenção na Líbia

Reproduzo manifesto que circula na internet e que já recolheu importantes adesões – István Mészáros, Atilio Boron, François Houtart, Pascual Serrano, Silvio Rodríguez e dos brasileiros Theotonio dos Santos e Fernando Morais, entre outras. O documento, intitulado "Pela paz e contra a intervenção estrangeira na Líbia", continua aberto a novas adesões no endereço: defensadelapaz@gmail.com:

Nos últimos dois meses, uma onda de protestos populares está sacudindo várias regiões do mundo árabe – no Oriente Médio e no norte da África.

A indignação justa dos oprimidos levou a mudanças revolucionárias que os poderes hegemônicos mundiais agora tentam manipular com perfídia e oportunismo. A intromissão imperial foi desmascarada diante das complexas circunstâncias em que vive a Líbia. No entanto, as grandes corporações midiáticas competem entre si para legitimar a ocupação anunciada.

Os intelectuais, artistas e lutadores sociais da Rede em Defesa da Humanidade declaramos que a delicada situação interna que vive o povo da Líbia deve ser resolvida de forma pacífica, em estrito respeito a sua autodeterminação, sem interferência estrangeira e garantindo a integridade de seu território.

Apoiamos a iniciativa de paz e união do Conselho Político da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) em criar uma “Comissão Internacional Humanitária para a Paz e Integridade da Líbia”, proposta pelo presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez.

Repudiamos a mobilização de efetivos da OTAN e os pronunciamentos intervencionistas do governo e das forças armadas dos Estados Unidos.

Solidarizamos-nos com o povo líbio, seguros de ele que é o portador das soluções que contribuirão para construir a estabilidade e a paz nesse país norteafricano.

Assinaturas iniciais:

- István Mészáros (Hungria/Reino Unido);

- Alfonso Sastre (Espanha);

- Pablo González Casanova (México);

- Luis Britto García (Venezuela);

- Padre Miguel d’Escoto Brockmann (Nicarágua);

- Atilio Borón (Argentina);

- Alicia Alonso (Cuba);

- François Houtart (Bélgica);

- Alessandra Riccio (Itália);

- Saul Landau (EUA);

- Daniel Viglietti (Uruguai);

- Silvio Rodríguez (Cuba);

- Stella Calloni (Argentina);

- Roberto Fernández Retamar (Cuba);

- Keith Ellis (Jamaica/Canadá);

- Héctor Díaz Polanco (Dominicana/México);

- Carmen Bohórquez (Venezuela);

- Eusebio Leal (Cuba);

- Theotonio dos Santos (Brasil);

- Pascual Serrano (Espanha);

- Martín Almada (Paraguai);

- Eduardo Torres Cuevas (Cuba);

- Ramón Chao (França);

- Danny Rivera (Porto Rico);

- Gustavo Pereira (Venezuela);

- Francisco Sesto (Venezuela);

- Yadira Córdova (Venezuela);

- Fernando Morais (Brasil);

- Miguel Barnet (Cuba);

- Gilberto López Rivas (México);

- Carlo Frabetti (Itália/Espanha);

- Carlos Fazio (México);

- Ana Esther Ceceña (México);

- Cynthia McKinney (EUA);

- Andrés Sorel (Espanha);

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Para conferir as mais de 400 assinaturas e aderir, com urgência, ao manifesto acesse o sítio "Defensa de la Paz".

3 comentários:

Ana Cruzzeli disse...

Acho legal qualquer manifesto pelo paz na Líbia ou em qualquer parte do mundo, apoio a iniciativa ,contudo vejo na ONU maior chance de sucesso. Temos sim que mostrar aos EUA e a Europa através da ONU que o mundo está cansado de intervenções de países e organizações estrangeiras.
Esse tipo de manifesto é muito legal, só isso, legal. Sou mulher prática e gosto de resultados, os membros da AlBA são paises que só terão voz à partir de organismos maiores. Temos que fortalecer a ONU a partir do entendimento do Obama, ele é o rei no jogo é para ele que devemos canalizar nossas pressões.Se a OTAN invadir a Libia o Obama perde as eleições de 2012, se a OTAN invadir, seu partido enfrequece. Os eleitores do Obama não querem novas guerras. Se o Obama não apoiar a ONU pela não intervenção ele perde a eleição e seu partido também se enfraquece. Logo prefiro canalizar pensamentos e esforços no fortalecimento do conselho de segurança da ONU à partir do apoiamento do Brasil, India, Africa do Sul pressionando a Russia e China no veto pela intervenção e de quebra desmoralizando o Sarkozy e qualquer outro doido que ache que guerra resolve os males do mundo, assim vamos transformar a OTAN numa organização de paz, nem que seja por vias tortas.
Se o Lula conseguiu se eleger e governar apesar de tudo e apesar de todos, e ele sempre achou e sempre pregou que a paz mundial não se processaria sem a participação da ONU é esse caminho que também seguirei. O Lula errado está certo e certo ele é perfeito.
Desculpe-me Hugo Chávez, meus guias são o Lulinha e a Dilminha.

Eduardo Vasco disse...

Não podemos ser ingênuos. Os EUA controlam a ONU e a OTAN. Os países que são contra a ideologia imperialista deviam se unir e pressionar, ajudando a conservar a paz na Líbia, que, com Gadafi, evoluiu, tem um dos melhores índices econômicos, de desenvolvimento humano, etc.

Eduardo disse...

Estou achando nojenta essa intervenção da OTAN na Líbia; parece que eles se intitulam os "príncipes da paz" e fingem uma situação de massacre contra civis. Qual o problema de o exército Líbio combater rebeldes que ferem a Constituição do próprio país? Os americanos, franceses e britânicos não fariam o mesmo se isto acontecesse em seus respectivos países? Eles permitiriam alguma intervenção militar estrangeira? É um absurdo o que o ocidente está promovendo, na verdade objetivando outros interesses. Estou com vontade de vomitar. Eles não ouvem ninguém e deliberam à vontade, agindo como verdadeiros terroristas.