Reproduzo artigo de Rogério Tomaz Jr., publicado no blog Conexão Brasília-Maranhão:
Sou entusiasta e ativista das redes sociais na Internet, mas não tenho qualquer ilusão em acreditar que o protofascista Jair Bolsonaro cairá — por isso, me refiro a ter o mandato cassado — sem grande pressão popular nas ruas.
A visibilidade que as mídias sociais emprestam a qualquer mobilização não significa, necessariamente, mudanças nas estruturas políticas atacadas.
No caso do Congresso Nacional, espaço fortemente marcado pelas relações de compadrio e corporativismo entre seus pares, será preciso muita cobrança e muita gente nos corredores, galerias e demais espaços da Câmara dos Deputados para que o homem das cavernas do PP do Rio de Janeiro perca o seu mandato parlamentar.
Na casa das leis, não são poucos os episódios onde o clamor popular foi frustrado (e até traído, em alguns casos) em razão dos “acordos por cima” que livraram a cara de muita gente que mereceria estar atrás das grades.
No caso de Boçalnaro, ainda há o fato de sua “base” ser composta por pessoas à sua imagem e semelhança: truculentas e sem qualquer pudor ou vergonha na cara.
A assessoria da presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), por exemplo, recebeu nos últimos dias um e-mail com o seguinte teor: “se não pudermos falar mal dos negros e homossexuais, o que mais teremos para fazer nessa vida?”.
Ninguém pode ter dúvida: as manifestações (virtuais ou no mundo real) a favor do ex-milico irão acontecer. Simplesmente porque há uma parcela – minoritária, mas ativa – da sociedade brasileira que se vê representada pelos pensamentos e atitudes medievais daquele sujeito.
Ele já escapou inúmeras vezes da cassação, mas desta vez há um crime em jogo, a indignação é bem maior e o caso pode ter um desfecho que não seja uma pizza.
Portanto, não deixe de divulgar, apoiar e participar dos atos públicos que ocorrerão nos próximos dias para cobrar a cassação do Boçalnaro. Se possível, proponha ou ajude a organizar os atos.
Em Brasília, o primeiro movimento, chamado pela União da Juventude Socialista (UJS), está marcado para a quarta-feira (6), a partir das 9h30, na própria Câmara dos Deputados, em local a ser definido.
No Rio de Janeiro, o protesto, convocado pela União dos Negros pela Igualdade (Unegro), será na terça (5), às 17h, na Cinelândia.
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