Por Altamiro Borges
Segundo pesquisa da consultoria Adimark divulgada neste sábado, o neoliberal Sebástian Piñera é o presidente mais impopular do Chile dos últimos 40 anos. Sua popularidade despencou rapidamente e hoje ele é aprovado por apenas 31% dos entrevistados. Empossado em março de 2010, o megaempresário e filhote do ditador Augusto Pinochet não consegue mais ludibriar os chilenos – mesmo sendo dono de veículos de comunicação e tendo o apoio da mídia.
Piñera é o primeiro presidente de direita após os 20 anos de governo da Concertación, a coalizão de centro-esquerda que frustrou as expectativas do povo devido às suas políticas conciliadoras e pragmáticas. Ele foi eleito logo depois do terremoto que devastou parte do país e causou um clima de comoção nacional. No governo, o neoliberal propôs cortes dos gastos em áreas sociais e uma nova rodada de privatizações.
Desgaste da figura midiática
Figura midiática, ele só conseguiu se projetar com o uso oportunista da tragédia dos mineiros no ano passado. A sua popularidade atingiu 63% após o resgate dos 33 operários soterrados por mais de dois meses. A encenação, porém, durou pouco. No mês passado, as vítimas da tragédia ingressaram com um processo na justiça exigindo indenização, acusando o governo de relaxar na fiscalização das minas e de beneficiar os poderosos empresários do setor.
O seu desgaste cresceu ainda mais com a recente onda de protestos que sacode o país. Na quinta-feira passada, pela terceira semana seguida, 80 mil estudantes e professores ocuparam as ruas de Santiago para exigir melhorias na educação, quase toda privatizada durante a ditadura de Pinochet. O protesto terminou em confronto, evidenciando a postura autoritária de Piñera. No choque com a polícia, 54 estudantes foram presos e vários policiais ficaram feridos.
Onda de protesto cresce no país
A pressão popular não mobiliza apenas a aguerrida juventude. Trabalhadores da estatal de cobre, principal matéria-prima do país, ensaiam uma greve nacional contra a ameaça de privatização das minas e por melhorias nas condições de trabalho. Há, ainda, mobilizações em curso contra a privatização da previdência e por melhorias na saúde. A CUT chilena inclusive já discute a possibilidade da convocação de uma greve geral.
Diante do desgaste, o neoliberal Piñera, que não conta com o apoio nem de um terço dos chilenos, mostra as suas garras. O governo abriu processo contra os líderes estudantis e ameaça endurecer na repressão. “Eles estão brincando com fogo”, esbraveja o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla. Os protestos de rua foram proibidos pela polícia e a mídia pinochetista criminaliza os manifestantes.
Piñera tenta aparentar força, mas até seus serviçais já reconhecem a sua fragilidade. Como confessou Ena Von Baer, porta-voz do governo, a onda de protestos e a queda nas pesquisas evidenciam “a pouca sintonia do presidente com os cidadãos”. A coisa tá feia para o neoliberal.
Segundo pesquisa da consultoria Adimark divulgada neste sábado, o neoliberal Sebástian Piñera é o presidente mais impopular do Chile dos últimos 40 anos. Sua popularidade despencou rapidamente e hoje ele é aprovado por apenas 31% dos entrevistados. Empossado em março de 2010, o megaempresário e filhote do ditador Augusto Pinochet não consegue mais ludibriar os chilenos – mesmo sendo dono de veículos de comunicação e tendo o apoio da mídia.
Piñera é o primeiro presidente de direita após os 20 anos de governo da Concertación, a coalizão de centro-esquerda que frustrou as expectativas do povo devido às suas políticas conciliadoras e pragmáticas. Ele foi eleito logo depois do terremoto que devastou parte do país e causou um clima de comoção nacional. No governo, o neoliberal propôs cortes dos gastos em áreas sociais e uma nova rodada de privatizações.
Desgaste da figura midiática
Figura midiática, ele só conseguiu se projetar com o uso oportunista da tragédia dos mineiros no ano passado. A sua popularidade atingiu 63% após o resgate dos 33 operários soterrados por mais de dois meses. A encenação, porém, durou pouco. No mês passado, as vítimas da tragédia ingressaram com um processo na justiça exigindo indenização, acusando o governo de relaxar na fiscalização das minas e de beneficiar os poderosos empresários do setor.
O seu desgaste cresceu ainda mais com a recente onda de protestos que sacode o país. Na quinta-feira passada, pela terceira semana seguida, 80 mil estudantes e professores ocuparam as ruas de Santiago para exigir melhorias na educação, quase toda privatizada durante a ditadura de Pinochet. O protesto terminou em confronto, evidenciando a postura autoritária de Piñera. No choque com a polícia, 54 estudantes foram presos e vários policiais ficaram feridos.
Onda de protesto cresce no país
A pressão popular não mobiliza apenas a aguerrida juventude. Trabalhadores da estatal de cobre, principal matéria-prima do país, ensaiam uma greve nacional contra a ameaça de privatização das minas e por melhorias nas condições de trabalho. Há, ainda, mobilizações em curso contra a privatização da previdência e por melhorias na saúde. A CUT chilena inclusive já discute a possibilidade da convocação de uma greve geral.
Diante do desgaste, o neoliberal Piñera, que não conta com o apoio nem de um terço dos chilenos, mostra as suas garras. O governo abriu processo contra os líderes estudantis e ameaça endurecer na repressão. “Eles estão brincando com fogo”, esbraveja o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla. Os protestos de rua foram proibidos pela polícia e a mídia pinochetista criminaliza os manifestantes.
Piñera tenta aparentar força, mas até seus serviçais já reconhecem a sua fragilidade. Como confessou Ena Von Baer, porta-voz do governo, a onda de protestos e a queda nas pesquisas evidenciam “a pouca sintonia do presidente com os cidadãos”. A coisa tá feia para o neoliberal.
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