Por Altamiro Borges
Os EUA voltam a assustar a burguesia globalizada. Após a quebradeira do final de 2008, que agravou a crise sistêmica que já vinha das décadas anteriores, o país dá novos sinais de alerta para o mundo capitalista. A elite dominante não se entende sobre os remédios para enfrentar a doença e muitos “especialistas” já falam na iminência de um colapso econômico.
Até a mídia colonizada já reconhece o fiasco das políticas aplicadas pelo império. Em seu editorial de sábado, a Folha pinta um quadro bem sombrio. “Depois de numerosos alertas das agências de classificação de risco e de paralisantes confrontos entre democratas e republicanos, aproxima-se o momento da verdade para o governo dos EUA”.
Calote de conseqüências imprevisíveis
O dia 2 de agosto é o prazo final para Barack Obama elevar o limite do endividamento do país – que já atingiu o teto legal de US$ 14,3 trilhões. Caso não consiga dobrar o parlamento, o governo não conseguirá pagar os juros da dívida pública. “Na pior hipótese, seria inevitável um calote parcial, que teria conseqüências mundiais e imprevisíveis”.
As contas públicas dos EUA estão em frangalhos. Isto decorre da política neoliberal aplicada pelo governo, com os cortes nos impostos dos ricaços, iniciados por George W. Bush e mantidos por Obama; os bilionários gastos militares nas guerras imperialistas; e os pacotes de estímulo fiscal aos bancos e empresas que afundaram na crise de 2008.
Mais arrocho e miséria
Estas políticas, que socorreram os ricos e penalizaram o povo pobre, jogaram o déficit público dos EUA para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Estimativas da comissão de orçamento do parlamento ianque indicam que, sem adotar medidas urgentes, a dívida pública estadunidense superará 100% do PIB em 2021 e atingirá 190% em 2035.
Diante do caos, a elite dominante propõe mais arrocho sobre os trabalhadores. Os “democratas” defendem medidas mais “suaves”; já os republicanos, que sonham com a volta ao poder nas eleições de 2012, pregam botar para ferrar. A proposta de Obama é de um “ajuste fiscal” de US$ 2,4 trilhões em dez anos; mas os loucos do Tea Party, a extrema-direita do Partido Republicano, exigem mais.
“Desunidos num momento crucial”
Do “ajuste” proposto pelo presidente, 80% viriam do corte de gastos, incluindo programas sociais e sistema de saúde. Apenas 20% viriam do aumento de impostos. “Para republicanos moderados, a proposta de Obama era palatável. Ocorre que facções mais radicais do partido, como o movimento Tea Party, se recusam a aceitar acordo que envolva aumento de impostos”, relata a Folha, indignada com a desunião no império.
“Ninguém crê que o governo dos EUA cometerá suicídio financeiro. Fica, no entanto, a certeza de um sistema político em deterioração, polarizado e incapaz de encaminhar reformas estruturais. Com um índice de desemprego renitente e uma recuperação econômica frágil, os EUA se mostram desunidos num momento crucial”, conclui o editorial.
A insanidade imperial
Esta “desunião” tem reforçado os boatos sobre um possível calote da dívida. A moratória teria forte impacto sobre a economia mundial – inclusive no Brasil. Todas as nações seriam arrastadas pela insanidade imperial – que continua investindo em guerras (é responsável por 42% dos gastos militares no planeta) e socorrendo conglomerados falidos.
Na avaliação de Peter Diamond, Prêmio Nobel de Economia em 2010, os EUA caminham para o colapso e o calote da dívida é quase inevitável. Para o professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), este quadro dramático decorre das políticas ortodoxas, neoliberais, de cortes de gastos públicos e de redução dos impostos dos ricaços.
Ex-assessor de Obama, ele não vacila em criticar o atual governante, que descumpriu suas promessas de campanha e frustrou as esperanças de mudança. “A recessão mais profunda derrubou a arrecadação tributária do governo e limitou sua capacidade de tomar dinheiro emprestado. Resultou nas demissões... Foi uma política ruim estender por mais dois anos os cortes de imposto para quem ganha mais de US$ 250 mil promovidos por Bush... Certamente essa política pode provocar um default”.
Os EUA voltam a assustar a burguesia globalizada. Após a quebradeira do final de 2008, que agravou a crise sistêmica que já vinha das décadas anteriores, o país dá novos sinais de alerta para o mundo capitalista. A elite dominante não se entende sobre os remédios para enfrentar a doença e muitos “especialistas” já falam na iminência de um colapso econômico.
Até a mídia colonizada já reconhece o fiasco das políticas aplicadas pelo império. Em seu editorial de sábado, a Folha pinta um quadro bem sombrio. “Depois de numerosos alertas das agências de classificação de risco e de paralisantes confrontos entre democratas e republicanos, aproxima-se o momento da verdade para o governo dos EUA”.
Calote de conseqüências imprevisíveis
O dia 2 de agosto é o prazo final para Barack Obama elevar o limite do endividamento do país – que já atingiu o teto legal de US$ 14,3 trilhões. Caso não consiga dobrar o parlamento, o governo não conseguirá pagar os juros da dívida pública. “Na pior hipótese, seria inevitável um calote parcial, que teria conseqüências mundiais e imprevisíveis”.
As contas públicas dos EUA estão em frangalhos. Isto decorre da política neoliberal aplicada pelo governo, com os cortes nos impostos dos ricaços, iniciados por George W. Bush e mantidos por Obama; os bilionários gastos militares nas guerras imperialistas; e os pacotes de estímulo fiscal aos bancos e empresas que afundaram na crise de 2008.
Mais arrocho e miséria
Estas políticas, que socorreram os ricos e penalizaram o povo pobre, jogaram o déficit público dos EUA para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Estimativas da comissão de orçamento do parlamento ianque indicam que, sem adotar medidas urgentes, a dívida pública estadunidense superará 100% do PIB em 2021 e atingirá 190% em 2035.
Diante do caos, a elite dominante propõe mais arrocho sobre os trabalhadores. Os “democratas” defendem medidas mais “suaves”; já os republicanos, que sonham com a volta ao poder nas eleições de 2012, pregam botar para ferrar. A proposta de Obama é de um “ajuste fiscal” de US$ 2,4 trilhões em dez anos; mas os loucos do Tea Party, a extrema-direita do Partido Republicano, exigem mais.
“Desunidos num momento crucial”
Do “ajuste” proposto pelo presidente, 80% viriam do corte de gastos, incluindo programas sociais e sistema de saúde. Apenas 20% viriam do aumento de impostos. “Para republicanos moderados, a proposta de Obama era palatável. Ocorre que facções mais radicais do partido, como o movimento Tea Party, se recusam a aceitar acordo que envolva aumento de impostos”, relata a Folha, indignada com a desunião no império.
“Ninguém crê que o governo dos EUA cometerá suicídio financeiro. Fica, no entanto, a certeza de um sistema político em deterioração, polarizado e incapaz de encaminhar reformas estruturais. Com um índice de desemprego renitente e uma recuperação econômica frágil, os EUA se mostram desunidos num momento crucial”, conclui o editorial.
A insanidade imperial
Esta “desunião” tem reforçado os boatos sobre um possível calote da dívida. A moratória teria forte impacto sobre a economia mundial – inclusive no Brasil. Todas as nações seriam arrastadas pela insanidade imperial – que continua investindo em guerras (é responsável por 42% dos gastos militares no planeta) e socorrendo conglomerados falidos.
Na avaliação de Peter Diamond, Prêmio Nobel de Economia em 2010, os EUA caminham para o colapso e o calote da dívida é quase inevitável. Para o professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), este quadro dramático decorre das políticas ortodoxas, neoliberais, de cortes de gastos públicos e de redução dos impostos dos ricaços.
Ex-assessor de Obama, ele não vacila em criticar o atual governante, que descumpriu suas promessas de campanha e frustrou as esperanças de mudança. “A recessão mais profunda derrubou a arrecadação tributária do governo e limitou sua capacidade de tomar dinheiro emprestado. Resultou nas demissões... Foi uma política ruim estender por mais dois anos os cortes de imposto para quem ganha mais de US$ 250 mil promovidos por Bush... Certamente essa política pode provocar um default”.
3 comentários:
O maior credor do tesouro dos EUA é a China. O Brasil é o 4º maior. E os chineses estão começando a ficar nervosos. Essa dívida é impagável, é uma bolha mundial. Se houver uma "corrida aos bancos" em nível global para se livrar desses títulos podres, o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão.
É a cobra padecendo com o próprio veneno, depois da inulação no alheio!...Felismente no nosso caso,com LULA, ainda foi possivel minimizar esse efeito desenvolvendo algum anti-corpo.
Remedio feito por Lula??? Acorde!! Nossa divida interna chegará logo, logo aos R$ 2 trilhões de reais. Culpa desses Juros Básicos extorsivos que Dilma ainda insiste em manter!
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