Por Altamiro Borges
O mega-engavetamento na rodovia Imigrantes, na semana passada, maculou a imagem vendida pelos tucanos sobre o paraíso das estradas paulistas e sobre o sucesso da privatização do sistema. Segundo a Polícia Rodoviária, a acidente envolveu cerca de 300 veículos. As cenas de destruição, incêndios e pessoas sangrando foram dramáticas. Uma pessoa morreu e mais de 50 ficaram feridas.
Medidas depois da tragédia
Diante do desgaste, o governador Geraldo Alckmin afirmou nesta semana que a empresa responsável pelo sistema Imigrantes-Anchieta, a Ecovias – que aufere bilionários lucros com a cobrança dos pedágios mais caros do país – “poderá” ser punida. “[Vamos] primeiro aguardar as apurações que estão sendo feitas”, ponderou o tucano.
A empresa privada tem sido duramente criticada pelas falhas na operação de monitoramento em caso neblina na serra que liga a capital ao litoral paulista. “A Artesp, que é a agência reguladora de transporte, já está trabalhando com a concessionária” para aperfeiçoar o serviço, garantiu o governador. Depois da casa arrombada, agora o governo providencia a fechadura.
O cinismo da empresa “privada”
A Ecovias, por sua vez, tenta tirar o corpo fora e culpa a natureza pelo mega-acidente. Procurada pelo portal R7, a assessoria de imprensa da companhia afirmou que “a neblina é uma condição climática que não pode ser evitada. Dessa maneira, a Ecovias não pode ser responsabilizada pelo ocorrido”. O cinismo da lucrativa empresa, porém, não convenceu os usuários.
O vendedor Fernando Augusto de Souza, que viu seu automóvel de trabalho Palio virar sucata, é um dos que já decidiu processar a empresa por danos materiais e morais. “Você paga pedágio para ter segurança, conservação, essa é a finalidade. A rodovia tinha a obrigação de saber se tinha neblina ou não”, argumenta o seu advogado. Outras vítimas do engarrafamento também devem acionar a Justiça.
Lucros exorbitantes e protestos
A privatização tucana das rodovias paulistas tem gerado cada vez mais criticas da sociedade. Tanto que o tema motivou intensos debates entre os candidatos ao governo estadual nas eleições de 2010. Usuários do sistema privatizado inclusive têm organizado vários movimentos de protestos, como o “pedagiômetro”, que mede o lucro exorbitante das concessionárias.
Segundo levantamento parcial, em 12 anos, de 1998 a 2010, as 12 concessionárias que atuam nas rodovias de São Paulo tiveram um lucro R$ 4,8 bilhões. Só a Ecovias garantiu um lucro líquido – líquido!!! – de R$ 997 milhões no período. Em 2009, ela arrecadou R$ 567 milhões nos pedágios do sistema Imigrantes-Anchieta; investiu uma parte em infra-estrutura e embolsou R$ 192 milhões de lucro líquido.
O mega-engavetamento na rodovia Imigrantes, na semana passada, maculou a imagem vendida pelos tucanos sobre o paraíso das estradas paulistas e sobre o sucesso da privatização do sistema. Segundo a Polícia Rodoviária, a acidente envolveu cerca de 300 veículos. As cenas de destruição, incêndios e pessoas sangrando foram dramáticas. Uma pessoa morreu e mais de 50 ficaram feridas.
Medidas depois da tragédia
Diante do desgaste, o governador Geraldo Alckmin afirmou nesta semana que a empresa responsável pelo sistema Imigrantes-Anchieta, a Ecovias – que aufere bilionários lucros com a cobrança dos pedágios mais caros do país – “poderá” ser punida. “[Vamos] primeiro aguardar as apurações que estão sendo feitas”, ponderou o tucano.
A empresa privada tem sido duramente criticada pelas falhas na operação de monitoramento em caso neblina na serra que liga a capital ao litoral paulista. “A Artesp, que é a agência reguladora de transporte, já está trabalhando com a concessionária” para aperfeiçoar o serviço, garantiu o governador. Depois da casa arrombada, agora o governo providencia a fechadura.
O cinismo da empresa “privada”
A Ecovias, por sua vez, tenta tirar o corpo fora e culpa a natureza pelo mega-acidente. Procurada pelo portal R7, a assessoria de imprensa da companhia afirmou que “a neblina é uma condição climática que não pode ser evitada. Dessa maneira, a Ecovias não pode ser responsabilizada pelo ocorrido”. O cinismo da lucrativa empresa, porém, não convenceu os usuários.
O vendedor Fernando Augusto de Souza, que viu seu automóvel de trabalho Palio virar sucata, é um dos que já decidiu processar a empresa por danos materiais e morais. “Você paga pedágio para ter segurança, conservação, essa é a finalidade. A rodovia tinha a obrigação de saber se tinha neblina ou não”, argumenta o seu advogado. Outras vítimas do engarrafamento também devem acionar a Justiça.
Lucros exorbitantes e protestos
A privatização tucana das rodovias paulistas tem gerado cada vez mais criticas da sociedade. Tanto que o tema motivou intensos debates entre os candidatos ao governo estadual nas eleições de 2010. Usuários do sistema privatizado inclusive têm organizado vários movimentos de protestos, como o “pedagiômetro”, que mede o lucro exorbitante das concessionárias.
Segundo levantamento parcial, em 12 anos, de 1998 a 2010, as 12 concessionárias que atuam nas rodovias de São Paulo tiveram um lucro R$ 4,8 bilhões. Só a Ecovias garantiu um lucro líquido – líquido!!! – de R$ 997 milhões no período. Em 2009, ela arrecadou R$ 567 milhões nos pedágios do sistema Imigrantes-Anchieta; investiu uma parte em infra-estrutura e embolsou R$ 192 milhões de lucro líquido.
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