Por Altamiro Borges
O Estadão publicou ontem uma curiosa reportagem. Com o título “Tucanos tentam salvar espólio do DEM em cinco capitais”, ela relata os esforços da cúpula do PSDB para evitar que os demos rumem para o inferno nas eleições de outubro próximo. A matéria poderia até ter um subtítulo: “O abraço dos afogados”. E uma chamada: “Diabo já avisou que não aceita os demos”.
Segundo a jornalista Christiane Samarco, o desespero da oposição neoliberal-conservadora explica a operação-salvamento que está em curso. “Ameaçado de perder o ‘espólio’ do DEM para o governo petista de Dilma Rousseff, caso o partido desaparecesse do mapa político do Brasil, o PSDB resolveu dar um reforço eleitoral ao velho aliado nas eleições municipais”.
Aécio comanda a operação-salvamento
Os tucanos já decidiram se unir aos demos em cinco capitais e negociam parcerias em São Paulo, Recife e Campo Grande. Um dos operadores do socorro é o Aécio Neves, que tenta viabilizar seu sonho presidencial em 2014. “Vamos apoiar o candidato do DEM onde o partido tiver candidato viável... O esforço da direção partidária é para reatar a relação de confiança com o DEM”.
Prova desta disposição, segundo a reportagem, foi dada em Sergipe. A direção nacional do PSDB interveio no diretório estadual para garantir apoio à candidatura do ex-governador João Alves (DEM) a prefeito de Aracaju e pagou o preço da desfiliação do ex-governador Albano Franco. “Nossas relações com os democratas são prioritárias", justificou Sérgio Guerra, presidente do PSDB.
O jogo pragmático em São Paulo
Na capital paulista, depois de muito jogo de cena pragmático, tucanos, demos e kassabista decidiram se unir no apoio a José Serra e agora tentam curar as feridas. Para compensar a aliança com os “traidores” do PSD do ex-demo Kassab, a direção do DEM exige mais espaço no governo estadual de Geraldo Alckmin. “As mágoas serão superadas", garante Demóstenes Torres (DEM-GO).
O senador goiano ainda tenta disfarçar a decadência dos demos. “É claro que não podemos ser um partido satélite do PSDB, mas temos que estar juntos”, teoriza. O fato é que o DEM caminha para a extinção e muitos já apostam numa debandada geral ou numa fusão com o PSDB e o PPS de Roberto Freire. As eleições de 2012 serão decisivas para determinar o “espólio” dos demos.
O diabo que se cuide
Em 2010, a sigla direitista elegeu 46 deputados, menos da metade do que fez no reinado de FHC. Com a criação do PSD, ela ainda perdeu 17 deputados, uma senadora, um governador e centenas de prefeitos e vereadores. Sua maior estrela, o ex-governador José Roberto Arruda, foi preso por corrupção; e a sua “promessa” eleitoral, Gilberto Kassab, liderou a migração para o PSD.
Realmente, os demos necessitam de uma “operação-salvamento”. Do contrário, o diabo vai ter muito trabalho com os novos hóspedes.
*****
Leia também:
- PSD de Kassab enterra os demos
- Demo não quer ser mais chamado de DEM
- Demos no inferno; até o diabo rejeita
O Estadão publicou ontem uma curiosa reportagem. Com o título “Tucanos tentam salvar espólio do DEM em cinco capitais”, ela relata os esforços da cúpula do PSDB para evitar que os demos rumem para o inferno nas eleições de outubro próximo. A matéria poderia até ter um subtítulo: “O abraço dos afogados”. E uma chamada: “Diabo já avisou que não aceita os demos”.
Segundo a jornalista Christiane Samarco, o desespero da oposição neoliberal-conservadora explica a operação-salvamento que está em curso. “Ameaçado de perder o ‘espólio’ do DEM para o governo petista de Dilma Rousseff, caso o partido desaparecesse do mapa político do Brasil, o PSDB resolveu dar um reforço eleitoral ao velho aliado nas eleições municipais”.
Aécio comanda a operação-salvamento
Os tucanos já decidiram se unir aos demos em cinco capitais e negociam parcerias em São Paulo, Recife e Campo Grande. Um dos operadores do socorro é o Aécio Neves, que tenta viabilizar seu sonho presidencial em 2014. “Vamos apoiar o candidato do DEM onde o partido tiver candidato viável... O esforço da direção partidária é para reatar a relação de confiança com o DEM”.
Prova desta disposição, segundo a reportagem, foi dada em Sergipe. A direção nacional do PSDB interveio no diretório estadual para garantir apoio à candidatura do ex-governador João Alves (DEM) a prefeito de Aracaju e pagou o preço da desfiliação do ex-governador Albano Franco. “Nossas relações com os democratas são prioritárias", justificou Sérgio Guerra, presidente do PSDB.
O jogo pragmático em São Paulo
Na capital paulista, depois de muito jogo de cena pragmático, tucanos, demos e kassabista decidiram se unir no apoio a José Serra e agora tentam curar as feridas. Para compensar a aliança com os “traidores” do PSD do ex-demo Kassab, a direção do DEM exige mais espaço no governo estadual de Geraldo Alckmin. “As mágoas serão superadas", garante Demóstenes Torres (DEM-GO).
O senador goiano ainda tenta disfarçar a decadência dos demos. “É claro que não podemos ser um partido satélite do PSDB, mas temos que estar juntos”, teoriza. O fato é que o DEM caminha para a extinção e muitos já apostam numa debandada geral ou numa fusão com o PSDB e o PPS de Roberto Freire. As eleições de 2012 serão decisivas para determinar o “espólio” dos demos.
O diabo que se cuide
Em 2010, a sigla direitista elegeu 46 deputados, menos da metade do que fez no reinado de FHC. Com a criação do PSD, ela ainda perdeu 17 deputados, uma senadora, um governador e centenas de prefeitos e vereadores. Sua maior estrela, o ex-governador José Roberto Arruda, foi preso por corrupção; e a sua “promessa” eleitoral, Gilberto Kassab, liderou a migração para o PSD.
Realmente, os demos necessitam de uma “operação-salvamento”. Do contrário, o diabo vai ter muito trabalho com os novos hóspedes.
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