Por Altamiro Borges
O prefeito e o governador
As denúncias contra o governador Marconi Perillo (PSDB-GO)
ganham maior consistência a cada dia que passa. Ontem foi confirmado que o tucano recebeu
um estranho empréstimo de R$ 356 mil do seu ex-assessor especial, Lúcio Fiuza. Pelas
investigações da Operação Monte Carlo, o aspone é apontado como um dos
principais elos entre o governador e o mafioso Carlinhos Cachoeira, preso desde
fevereiro pela Polícia Federal. Foi ele quem intermediou a venda da famosa mansão de Perillo.
Também nesta semana surgiu outra denúncia ainda mais bombástica.
Em mais um vazamento das escutas realizadas pela Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira
aparece numa conversa com a sua mulher, Andressa Mendonça, afirmando que o tucano
recebeu R$ 7 milhões da empreiteira Delta para sua campanha eleitoral em 2010.
“Deve ter investido uns sete paus nele”, garante o mafioso no telefonema. A construtora,
porém, não registrou a doação na Justiça Eleitoral, o que confirmaria a
existência de caixa-2.
Quadrilha sacou R$ 16 milhões em 2010
Já na semana passada, em depoimento na Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito, o jornalista Luis Carlos Bordoni reafirmou a denúncia de
que o pagamento por seu trabalho nas eleições de 2010 – ele coordenou a
campanha de rádio de Perillo – foi feito com recursos ilegais. Ele foi remunerado
por meio de empresas-fantasmas ligadas a Cachoeira. O senador Álvaro Dias
(PSDB-PR), no desespero para proteger o governador tucano, até tentou
desqualificar o depoimento, mas acabou sendo motivo de risadas.
As investigações da PF e da CPMI indicam que a quadrilha de Cachoeira
montou um poderoso esquema para eleger representantes no Executivo e
Legislativo. Dados das quebras de sigilo bancário das empresas ligadas ao
mafioso mostram que o grupo sacou R$ 16 milhões em 2010, o que reforça a
suspeita de que a grana foi usada nas eleições. O esquema não bancava apenas o
ex-demo Demóstenes Torres. Tudo indica que dinheiro dos criminosos serviu
também para irrigar a campanha do tucano Marconi Perillo.
Apesar dos fortes indícios, a mídia evita apontar os seus
holofotes contra o governador do PSDB. Perillo até aparece nos noticiários, mas
nunca é manchete nos jornalões ou destaque nos telejornais. No final de semana,
o Fantástico, da TV Globo, preferiu exibir um vídeo gravado por Carlinhos
Cachoeira que sugere que o prefeito de Palmas (TO), Raul Filho, do PT, também
se envolveu com a máfia. O ventilador é ligado no esgoto, mas o governador
tucano não vira o alvo principal da mídia demotucana. Por que será?
2 comentários:
Eles estão a sorrir de felicidade.
Quando foi isso mesmo?
Goiás é um estado governado pelo fascismo de extrema-direita misturado ao banditismo patrocinado pelo coronelismo político. Foram trezentos homicídios, somente neste ano, numa capital que um dia foi considerada entre as melhores para se viver no Brasil. Além de celeiro de uma elite que concentra poder e riqueza, gananciosa e inescrupulosa ao se unir a criminosos perigosos, como Cachoeira e traficantes da pesada, Goiás passou a exportar políticos corruptos com cara de bobinhos. O Juquinha da Valec é um entre dezenas que poderia citar aqui. Temos deputados federais totalmente corruptores e corrompidos. Não se envergonham de pedir conselhos e tomar dinheiro de Cachoeira para mandar filho para a Disney (Dep Sandes Júnior), fazer campanha eleitoral (Marconi Perillo, Jovair Arantes, Lereia, etc) ou comprar mimos de preços exorbitantes, tal qual Demóstenes e seu conjunto de geladeira e fogão de R$ 46 mil.
A verdade é que o Cachoeira é o verdadeiro governador de Goiás. Ele que deu as diretrizes de comunicação, marketing, gestão, segurança pública, indústria, comércio, trabalho, etc. Tudo aqui em Goiás tem a marca ou respingo de Cachoeira. O poder publico foi totalmente cooptado pelo crime organizado, que se transformou em máfia instalada no governo Marconi Perillo.
Nesse cenário, ninguém tem coragem de se contrapor a tanta gente criminosa que domina os aparelhos do estado, inclusive o de repressão, que é sofisticado a ponto de terem grampeado os computadores dos promotores públicos com vírus que fotografa os displays de tantos em tantos segundos. Outra parcela de culpa pelo imobiliso social se deve à cooptação de meios de comunicação, que se venderam e se calaram para poder angariar recursos que são distribuídos, segundo critérios de Cachoeira, aos veículos impressos, de rádio, de internet e audiovisuais parceiros do atual estado calamitoso de coisas.
Pai jornalista vende a alma do filho jornalista, tanto para ganhar dinheiro quanto para também não ser morto. Tudo é conveniente ao crime organizado. A Força do Coração do Brasil - slogam marconista - é a força da tirania, da repressão e do ultrage à democracia e ao bem público. São muito covardes. Eu temo esses fascistas que tomaram Goiás. Por isso sou anônimo. Tenho filhos e netos. Não quero ser a próxima vítima da PM e nem de pistoleiros de aluguel.
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