Por Mauricio Dias, na CartaCapital:
As eleições municipais de outubro podem provocar um abalo mais sério, muito além da incompatibilidade conhecida entre PT e PMDB, com reflexo perigoso na aliança política que forma a base governista no Congresso. A disputa botou os dois partidos em rota de choque.
Com quase todos os candidatos definidos nas capitais e nas grandes cidades, o Partido dos Trabalhadores entra mais uma vez na mira. Desta vez não só é alvo dos adversários como também, e principalmente, do PMDB, um aliado controvertido, mas de peso numérico fundamental para a sustentação de Dilma no Congresso. Uma base, aliás, tão expressiva numericamente quanto instável politicamente.
O crescimento numérico do PT, do piso ao topo da pirâmide partidária, inquieta aliados e adversários. Em evolução constante desde que entrou na competição, cresce velozmente o número de petistas nas prefeituras e nas câmaras municipais, nos governos estaduais e nas assembleias legislativas, no Senado e na Câmara Federal.
Na Câmara, o resultado disso está registrado no avanço da bancada de deputados do PT e do PMDB. A primeira cresce e a segunda declina.
Os peemedebistas saíram da eleição de 1986 com 131 representantes e, em 1990, caíram para 109. O PT saltou de 17 deputados naquele ano para 35 na eleição seguinte. Em 2010, o PT elegeu mais deputados: 88 ante 77 do PMDB.
“O PT desafia a estabilidade adquirida pelo PMDB ao longo dos anos. Sem chances de disputar a Presidência, o partido controla o Congresso a partir das bases municipais e domina parte da máquina administrativa”, analisa Francisco Meira, do instituto Vox Populi.
Para os petistas tudo começou em 1982, um ano após a fundação do partido. Foi um fiasco. A partir daí, o PT iniciou sua marcha para o poder.
Por injunções impostas pelo regime militar, só houve eleição em 1988. A partir desse pleito, os números foram favoráveis nos municípios e nas disputas legislativas.
“Consolidado o governo central, o PT pode dar mais um passo em 2012 e quebrar a longa hegemonia do PSDB em São Paulo”, lembra Meira.
“Temos de barrar o apetite avassalador do PT”, alertou em São Paulo o tucano José Serra, quando foi oficializada a candidatura dele à prefeitura da capital.
Algumas semanas antes, reação semelhante teve o PMDB. A inquietação do partido está exposta no manifesto assinado pela bancada na Câmara. No texto não há meias-palavras: “Estamos vivendo uma encruzilhada, em que o PT se prepara com ampla estrutura governamental para tirar do PMDB o protagonismo municipalista e assumir seu lugar como maior partido com base municipal do País”.
Em 2008, o PMDB ainda conquistou o maior número de votos, porém, perseguido de perto. Obteve mais de 18 milhões de votos e o PT, pouco mais de 16 milhões.
Naquelas eleições, no entanto, os petistas se viram empurrados para o “fundo do País”. Praticamente metade (277) das 559 prefeituras sob controle do partido está em municípios com população abaixo de 10 mil pessoas. Outras 121 ficam em cidades entre 10 mil e 20 mil habitantes.
Assim, o objetivo agora é conquistar prefeituras em cidades com população acima de 100 mil pessoas. Nelas, essencialmente, são montadas as plataformas de vitória nas eleições legislativas e o consequente domínio do Congresso nacional. É o que o PT quer. É o que o PMDB teme.
As eleições municipais de outubro podem provocar um abalo mais sério, muito além da incompatibilidade conhecida entre PT e PMDB, com reflexo perigoso na aliança política que forma a base governista no Congresso. A disputa botou os dois partidos em rota de choque.
Com quase todos os candidatos definidos nas capitais e nas grandes cidades, o Partido dos Trabalhadores entra mais uma vez na mira. Desta vez não só é alvo dos adversários como também, e principalmente, do PMDB, um aliado controvertido, mas de peso numérico fundamental para a sustentação de Dilma no Congresso. Uma base, aliás, tão expressiva numericamente quanto instável politicamente.
O crescimento numérico do PT, do piso ao topo da pirâmide partidária, inquieta aliados e adversários. Em evolução constante desde que entrou na competição, cresce velozmente o número de petistas nas prefeituras e nas câmaras municipais, nos governos estaduais e nas assembleias legislativas, no Senado e na Câmara Federal.
Na Câmara, o resultado disso está registrado no avanço da bancada de deputados do PT e do PMDB. A primeira cresce e a segunda declina.
Os peemedebistas saíram da eleição de 1986 com 131 representantes e, em 1990, caíram para 109. O PT saltou de 17 deputados naquele ano para 35 na eleição seguinte. Em 2010, o PT elegeu mais deputados: 88 ante 77 do PMDB.
“O PT desafia a estabilidade adquirida pelo PMDB ao longo dos anos. Sem chances de disputar a Presidência, o partido controla o Congresso a partir das bases municipais e domina parte da máquina administrativa”, analisa Francisco Meira, do instituto Vox Populi.
Para os petistas tudo começou em 1982, um ano após a fundação do partido. Foi um fiasco. A partir daí, o PT iniciou sua marcha para o poder.
Por injunções impostas pelo regime militar, só houve eleição em 1988. A partir desse pleito, os números foram favoráveis nos municípios e nas disputas legislativas.
“Consolidado o governo central, o PT pode dar mais um passo em 2012 e quebrar a longa hegemonia do PSDB em São Paulo”, lembra Meira.
“Temos de barrar o apetite avassalador do PT”, alertou em São Paulo o tucano José Serra, quando foi oficializada a candidatura dele à prefeitura da capital.
Algumas semanas antes, reação semelhante teve o PMDB. A inquietação do partido está exposta no manifesto assinado pela bancada na Câmara. No texto não há meias-palavras: “Estamos vivendo uma encruzilhada, em que o PT se prepara com ampla estrutura governamental para tirar do PMDB o protagonismo municipalista e assumir seu lugar como maior partido com base municipal do País”.
Em 2008, o PMDB ainda conquistou o maior número de votos, porém, perseguido de perto. Obteve mais de 18 milhões de votos e o PT, pouco mais de 16 milhões.
Naquelas eleições, no entanto, os petistas se viram empurrados para o “fundo do País”. Praticamente metade (277) das 559 prefeituras sob controle do partido está em municípios com população abaixo de 10 mil pessoas. Outras 121 ficam em cidades entre 10 mil e 20 mil habitantes.
Assim, o objetivo agora é conquistar prefeituras em cidades com população acima de 100 mil pessoas. Nelas, essencialmente, são montadas as plataformas de vitória nas eleições legislativas e o consequente domínio do Congresso nacional. É o que o PT quer. É o que o PMDB teme.
1 comentários:
(como estou em despedida como comentarista de blogs insistentemente, e este sempre foi um dos que eu gostava de deixar meus comentários por questão dos bons artigos.) Repito comentário que fiz à este artigo na Carta Capital:
Prezado Maurício Dias aprendi a ser petista, pmdebista, PC do Bbista, PSOLista, PSBista, PPista, PPSista, DEMista, PSDBista, PDTista e todos os istas de todos os partidos brasileiros com o maior respeito, porque me esforço à não ser ludibriado pela falsidade e hipocrisia à que tantos tanto recorrem para vencer uma disputa política. Háhá, não há mais vítima inconsciente da Realpolitic, sabemos o que a maioria dos políticos tentam fazer, porque não sabem o que fazem, ào atender interesses materiais pessoais geram destruição da natureza, fome, miséria, doenças e morte, de milhões de humanos, como eles, pelo mundo afora. É a Realpolitic deixando seus rastros e ovos.
Voltando ao tema, pluripartidarismo é a oportunidade de apresentarmos variedades de opções político-filosóficas diferentes por entidades partidárias diferentes, que nos leva via democracia à filosofias-políticas individuais via candidatos.
Partindo do principio de que todos querem e brigam para o melhor para todos, porque são lideranças patriotas genuínas, amam sua pátria, seu povo e a humanidade como um todo.
Seu unem em grupos, chamados de militantes, em uma destas agremiações para tentarem se eleger e colocarem em prática suas filosofias-políticas que acreditam serem o melhor para suas pátrias.
Aonde esta o fio da meada para o crescimento do PT, principalmente, fazer Realpolitic sem parecer que faz e o principal, fazer de tudo para vencer, sem orgulho. Aliar a quem quer que seja, onde for. O mesmo que o PMDB faz, sem orgulho. E o tempo todo um batendo no outro para ganharem espaço, do outro. Realpolitic.
A questão é, que os pequenos partidos aliados ou não de quem quer que seja se segurem para não serem massacrados. Por que vem crescendo a todo vapor PSOL, PSD e PC do B abocanhando grande fatia do eleitorado de todas as classes sociais e partidos. São partidos novos ou ressurgentes que começão a ganhar notoriedade e tamanho de partidos grandes. Isso aí acima é só sobre a briga da esquerda com ela mesmas.
Ainda temos a oposição, PSDB, DEM, PSB e outros partidos mais em fase de plena expansão ou queda.
E a maioria, infelizmente, perdendo, para a Realpolitic.
José da Mota.
P.S. Realpolitic, é alemão e quer dizer Realítica Política, diplomacia, a prática em detrimento de noções ideológicas, já o termo usado pejorativamente, quer dizer políticas que são coercitivas, imorais ou maquiavélicas. E Maquiavel e Nietsche defendem a “Realpolitic” pejorativa como um tipo de realismo político. Para mim no momento esta palavra virou moda, porque nada mais é do que o Vale Tudo do artigo o Vale-tudo é mundial, de Mino Carta. Provavelmente do vale-tudo do Tim Maia também.
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