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Numa das eleições mais disputadas para a prefeitura de São
Paulo, as duas principais redes privadas de tevê, que exploram concessões
públicas, boicotaram a reflexão sobre os graves problemas da cidade e as
propostas dos candidatos para o seu enfrentamento. A TV Record cancelou o
debate agendado para segunda-feira com a desculpa de que o tucano José Serra
não respondeu ao convite oficial. Já a TV Globo suspendeu o debate marcado para
amanhã (4) sob o argumento de que o formato não era conveniente.
O eleitor paulistano saiu perdendo com estas decisões
autoritárias. Ele não pode confrontar as propostas e conhecer melhor as
virtudes e defeitos dos candidatos. Outro prejudicado foi o petista Fernando
Haddad, conforme atesta a própria Folha. O jornalista Nelson de Sá ouviu o
cientista político Cláudio Gonçalves Couto, da Fundação Getúlio Vargas. Para
ele, não há dúvida que “o candidato mais atingido pelo cancelamento dos debates
é Fernando Haddad”.
“Ainda pouco familiar aos eleitores, ele precisava da
exposição não só na TV Globo, mas na TV Record, a segunda audiência... A Record
cancelou porque Russomanno não queria e porque a equipe de Serra se negou a
participar das reuniões de organização. Agora a Globo cancela porque [Levy] Fidélix
obteve liminar para participar. É o mesmo Fidélix que vinha sendo elogiado por
Serra em debates anteriores e, segundo a ‘Veja’, procurou Geraldo Alckmin na
última semana para ensaiar apoio ao tucano no segundo turno”.
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