Arte: Marcio Baraldi |
A partir de amanhã (12), cerca de 600 donos e executivos da
mídia do continente estarão em São Paulo, no Hotel Renaissance, para participar
da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). A
entidade regional, um biombo da famigerada CIA, aprovará resoluções raivosas
contra governos da América Latina que promovem mudanças democratizantes no
setor da comunicação e fará discursos acalorados em defesa da liberdade de expressão e "contra a censura". Balela pura!
Hoje, o juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas reforçou
a perseguição à entidade sindical, fixando multa de R$ 5 mil pela edição da
Folha Bancária sobre as eleições. Um verdadeiro absurdo! No Brasil,
os sindicatos de trabalhadores são proibidos de participar das eleições. Já as
entidades patronais doam grana, que ainda é debitada do Imposto de Renda. Em
vários países, inclusive nos EUA, a legislação permite a participação
do sindicalismo nas disputas eleitorais, inclusive fixando cotas de
contribuição financeira.
Para não cair no total descrédito – se é que ainda possui algum
–, a SIP deveria condenar a truculência do PSDB contra a Folha Bancária. Também
poderia aproveitar o convescote para manifestar solidariedade aos blogueiros
brasileiros vítimas de perseguição, violência e da judicialização da censura.
Ela até poderia dar uma bronca num de seus afiliados, a famiglia Frias, que
censurou o sítio irreverente Falha de S.Paulo. Evidente que ela não fará nada
disto. A SIP representa os barões da mídia. O discurso sobre liberdade de
expressão é pura falsidade. Ela defende, de fato, a liberdade dos monopólios e
a ditadura midiática.
2 comentários:
A reunião do SIP ocorre no Brasil justamente no momento do julgamento do mensalão e dos trabalhos da CPI do Cachoeira, onde a mídia está enterrada até a alma.
Será mera coincidência ?
Creio sentir um mal cheiro.
A atualidade do que Chomsky falou num programa da Cultura, o Roda Viva, já faz um tempo:"Começava aí, um caminho sem volta contra qualquer modelo de poder, do comunismo ao liberalismo totalitário norte-americano. Outro alvo de ataque é a mídia de massa. Chomsky trata as grandes redes de comunicação como veículos manipuladores a serviço de quem ele considera os verdadeiros donos de governos e nações, os grandes conglomerados multinacionais. Decifrar a história por trás da mídia é um dos passatempos favoritos desse anarquista confesso. Em Repensando Camelot, um de seus mais de 50 livros, o filósofo estarrece os leitores com uma interpretação reveladora, arranca a máscara pacifista do ex-presidente John Kennedy e apresenta JFK como um dos mentores da invasão de Cuba e articulador da guerra contra o Vietnã e dos golpes no Chile e no Brasil."
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