Por Altamiro Borges
A representante maior do latifúndio no país acusa Dom Tomás Balduino
de ter escrito um “texto rancoroso e eivado de fúria acusatória e caluniosa”.
Diz ainda que “a fé que professo não parece ser a mesma que a dele. As palavras
que me dirigiu não foram de um cristão. Minha fé não é a do ódio
revolucionário, que incita o conflito e trata como pecadores os que dele
divergem ideologicamente”. Kátia Abreu também faz citações bíblicas e se referência
no seu ídolo, o papa Bento 16. Ela até parece temer ser excomungada!
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Na quarta-feira (23), o bispo emérito de Goiás Velho, Dom
Tomás Balduino, publicou na coluna de debates da Folha um artigo incisivo contra
Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e
senadora do PSD de Tocantins. Hoje, a ruralista que tem uma coluna semanal no mesmo
jornal retrucou no texto “Não darás falso testemunho”. Ela jura que “como
católica praticante, jamais imaginei um dia polemizar com um representante da
mais alta hierarquia da fé que professo”. Mas parte para o ataque!
Mas o que incomodou tanto a presidenta da CNA? Reproduzo
abaixo o artigo de Dom Tomás Balduino, um dos mais renomados nomes da Igreja
Católica e expoente da Teologia da Libertação.
Apreensão no campo
Eis o quadro: o pequeno agricultor Juarez Vieira foi
despejado de sua terra, em 2002, no município tocantinense de Campos Lindos,
por 15 policiais em manutenção de posse acionada por Kátia Abreu. Juarez
desfilou, sob a mira dos militares, com sua mulher e seus dez filhos, em
direção à periferia de alguma cidade.
O caso acima não é isolado. O governador Siqueira Campos decretou
de "utilidade pública", em 1996, uma área de 105 mil hectares em
Campos Lindos. Logo em 1999, uns fazendeiros foram aí contemplados com áreas de
1,2 mil hectares, por R$ 8 o hectare. A lista dos felizardos fora preparada
pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins, presidida por
Kátia Abreu (PSD-TO), então deputada federal pelo ex-PFL.
O irmão dela Luiz Alfredo Abreu conseguiu uma área do mesmo
tamanho. Emiliano Botelho, presidente da Companhia de Promoção Agrícola, ficou
com 1,7 mil hectares. Juarez não foi o único injustiçado. Do outro lado da
cerca, ficaram várias famílias expulsas das terras por elas ocupadas e
trabalhadas havia 40 anos. Uma descarada grilagem!
Campos Lindos, antes realmente lindos, viraram uma triste monocultura
de soja, com total destruição do cerrado para o enriquecimento de uma pequena
minoria. No Mapa da Pobreza e Desigualdade divulgado em 2007, o município
apareceu como o mais pobre do país. Segundo o IBGE, 84% da população viviam na
pobreza, dos quais 62,4% em estado de indigência.
Outro irmão da senadora Kátia Abreu, André Luiz Abreu, teve
sua empresa envolvida na exploração de trabalho escravo. A Superintendência
Regional de Trabalho e Emprego do Tocantins libertou, em áreas de eucaliptais e
carvoarias de propriedade dele, 56 pessoas vivendo em condições degradantes, no
trabalho exaustivo e na servidão por dívida.
Com os povos indígenas do Brasil, Kátia Abreu, senadora pelo
Estado do Tocantins e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil), tem tido uma raivosa e nefasta atuação.
Com efeito, ela vem agindo junto ao governo federal para
garantir que as condicionantes impostas pelo Supremo no julgamento da
demarcação da área indígena Raposa Serra do Sol sejam estendidas, de qualquer
forma, aos demais procedimentos demarcatórios.
Com a bancada ruralista, ela pressionou a Advocacia-Geral da
União (AGU), especialmente o ministro Luís Inácio Adams. Prova disso foi a
audiência na AGU, em novembro de 2011, na qual entregou, ao lado do senador
Waldemir Moka (PMDB-MS), documento propondo a criação de norma sobre a
demarcação de terras indígenas em todo o país.
O ministro Luís Adams se deixou levar e assinou a desastrosa
portaria nº 303, de 16/7/12. Kátia Abreu, ao tomar conhecimento desse ato,
desabafou exultante: "Com a nova portaria, o ministro Luís Adams mostrou
sensibilidade e elevou o campo brasileiro a um novo patamar de segurança
jurídica".
Até mesmo com relação à terra de posse imemorial do povo
xavante de Marãiwatsèdè, ao norte do Mato Grosso, que ganhou em todas as
instâncias do Judiciário o reconhecimento de que são terras indígenas, Kátia
Abreu assinou nota, como presidente da CNA, xingando os índios de
"invasores".
Concluindo, as lideranças camponesas e indígenas estão muito
apreensivas com o estranho poder econômico, político, classista,
concentracionista e cruel detido por essa mulher que, segundo dizem, está para
ser ministra de Dilma Rousseff. E se perguntam: "Não é isso o Poder do
Mal?" No Evangelho, Jesus ensinou aos discípulos a enfrentar o Poder do
Mal, recomendando-lhes: "Esta espécie de Poder só se enfrenta pela oração
e pelo jejum" (Cf. Mt 17,21).
* Paulo Balduino de Sousa Décio, o Dom Tomás Balduino, 90,
mestre em teologia, é bispo emérito da cidade de Goiás e conselheiro permanente
da Comissão Pastoral da Terra.
5 comentários:
Dona Katia Abreu, a sra. é o mal. A sra. é a treva. A sra. e seus comparsas serão derrotados. Esse é nosso e do mundo da luz, Dom Tomás.
Kátia Abreu só é poderosa porque votam nela. Tem cacife bastante para exigir do governo Dilma um pedação dele, como uma conquista legítima de seus eleitores. Com o Sarney é assim também. Como não dividir com eles o governo? Dilma não tem alternativa. O eleitor, que votou em Dilma, votou também nos seus (dela) opositores.
Essa mina é muito louca, doidaça.
Existe ainda muita gente que não sabe ser essa senhora uma uma grande posseira. Que tal fazer um levantamento para constatar se ela tem legítima propriedade das terras que diz serem dela?
Bando de invejosos , deveriam ver a biografia e historia de vida dela aI sim calariam a boca , mulher bem casada , viuva cedo , criou seus filhos só , administrou bens , tornou se o que e hoje por mérito , pelo voto popular como reconhecimento , mas como todo mundo , arrasta com ela o ódio e a inveja de muitos , vão trabalhar para tentarem ao menos chegar perto do que ela e .
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