Ilustração: Taro Aso cometendo harakiri |
Num lapso de sinceridade, o ministro das Finanças do Japão,
Taro Aso, escancarou nesta segunda-feira o que muitos rentistas pensam, mas não
falam. Para ele, os idosos devem “se apressar e morrer” para salvar a economia
capitalista. Em pleno debate sobre as novas medidas de arrocho contra os
trabalhadores, inclusive com mais uma contrarreforma da Previdência no país, o porta-voz
dos banqueiros no governo insinuou que os aposentados e pensionistas são um
dreno desnecessário às finanças do país e só geram prejuízos.
A declaração, porém, não deve ser encarada apenas como um
deslize retórico. Muitos capitalistas gostariam de adotar a proposta de Taro
Aso como receita de choque para superar a grave crise que atinge o seu sistema.
Na prática, eles já fazem isto com a imposição de planos contra os direitos dos
trabalhadores e dos aposentados. Na Europa, estes planos regressivos têm gerado em recordes de suicídio. O desespero toma conta de milhões de trabalhadores
descartados como bagaços pelo sistema capitalista.
Para os representantes do capital, os aposentados e
pensionistas drenam recursos que poderiam socorrer os banqueiros e os ricaços.
Na semana passada, por exemplo, o diário The Wall Street Journal publicou um
artigo defendendo a retirada de direitos previdenciários sob o argumento de que
“a população idosa pesa mais nas finanças da União Europeia”. E quem não se lembra
da repugnante frase do ex-presidente FHC, que chamou os aposentados de “vagabundos”.
Taro Aso exagerou na retórica, mas não inventou!
2 comentários:
Ele levou ao pé da letra o filme A Balada de Narayama"
No Brasil, o encarregado de apressar a morte dos idosos é o sistema de saúde. E dos adolescentes pobres, a segurança pública cuida, com a fachada da "guerra ao tráfico".
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