sábado, 16 de março de 2013

Sardenberg prega privatizar Petrobras

Por Altamiro Borges

Com grande alarde na mídia, o PSDB realizou nesta semana um evento para discutir a “crise” da Petrobras. Na maior caradura, Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano, defendeu “reestatizar” a empresa. Nas entrelinhas, porém, ele deixou escapar que prega o retorno das concessões de petróleo e é contra o modelo de partilha no pré-sal – que garante maior soberania ao Brasil. Na prática, os tucanos gostariam que a Petrobras se chamasse Petrobrax e que fosse privatizada. O que eles não têm coragem de explicitar por motivos eleitoreiros, o jornalista Carlos Alberto Sardenberg escancarou em artigo ontem no jornal O Globo.

O colunista da famiglia Marinho e do Instituto Millenium, que é um neoliberal convicto e um tucano disfarçado, afirma taxativamente que a melhor saída para a Petrobras é a sua imediata venda. Adorador do “deus-mercado”, ele considera que as estatais são antros de corrupção e que a empresa privada é o paraíso da lisura e eficiência – ele só não explica as roubalheiras dos bancos e de outras corporações empresariais pelo mundo afora, que inclusive resultaram numa das mais graves crises do sistema capitalista mundial.

Sardenberg escreveu: “Se a gente pensar seriamente na história recente da Petrobras, sem paixões e sem provocações, vai acabar caindo na hipótese maldita, a privatização. A estatal teve bons momentos, colecionou êxitos, acumulou tecnologias e formou quadros. Mas, sempre que isso aconteceu, não foi porque se tratava de uma estatal... Já quando foi mal, como vai hoje, a causa é evidente: a condição de estatal”. Haja malabarismo para defender a entrega da estatal ao capital privado – de preferência estrangeiro!

Para ele, a alardeada crise da Petrobras decorre do “pecado mortal da politização”. Ele gostaria que ela fosse privatizada e comandada pelos sempre honestos empresários – talvez um Daniel Dantas ou um Salvatore Cacciola. O seu alvo, evidente, é o atual governo, que “partidarizou” a estatal. “Não é preciso pesquisar nada para se verificar que a Petrobras caiu nesse buraco nos governo Lula e Dilma”, afirma. Uma pesquisa séria, entretanto, indicaria que a Petrobras vive seus piores momentos e quase faliu no reinado do seu ídolo FHC.

Considerando o seu leitor um imbecil, Sardenberg chega a afirma que o ex-presidente tucano até tentou “blindar” a estatal diante dos interesses partidários. Ele só não menciona o ex-genro de FHC no comando do setor e outras práticas fisiológicas na empresa – nem os escândalos da privataria tucana. No final, ele ainda orienta os seus seguidores:

“O PSDB ataca a gestão petista na Petrobras e diz que, no governo, faria a ‘reestatização’ da companhia. Ou seja, voltaria ao sistema da era FHC. Nada garante que isso garantiria despolitização. Na verdade, a história recente prova o contrário: na política brasileira, não há como garantir uma gestão eficiente das estatais - e sem falar de corrupção. Logo...”.

3 comentários:

gilsonsampaio disse...

Caro Miro,
O link abaixo poderia ilustrar a sabujice do baba-ovo Sardenberg.
Abs

kivas Arquitetura disse...

Essa falácia da virgindade eficiente dos mercados já deu o que tinha que dar. O Fato é que vivemos no capitalismo e temos que "torce-lo" o mais possível para uma condição socialmente mais justa e só. O capitalismo não acaba amanhã e ficou evidente que mesmo na questão petrobras o governo do PT está tendo uma estratégia capitalista muito mais coerente ao tornar a empresa um "major player" justamente garantindo vantagens mercadológicas justamente pela sua condição de gerenciamento e pelo fato de ser uma empresa ancora de um país cada vez mais protagonista o que, de novo nos dá um futuro de mais lucratividade para esta mesma empresa. Qualquer empresa no sistema capitalista pagaria muito para ter um sócio como o estado brasileiro como fator de aumento da sua vantagem competitiva.Estratégia e os empresários sabem disto, não se discute com um balanço. Uma empresa com 60 anos que planeja pelo menos mais 60 de vida não fica brincando com superficialidades de colunista oportunista.

Anônimo disse...

Como diz o Santayana: os tucanos e os bonecos de ventríloquos deles pensam que nós somos parvos.