Por José Dirceu, em seu blog:
Se fizemos uma rápida cronologia, o movimento dos órgãos de imprensa foi assim: no começo, pediam repressão contra os manifestantes que diariamente promovem concentrações em diversas cidades e capitais do país há dois meses; depois abraçaram as manifestações e tentaram cooptá-las, ignorando e em alguns casos estimulando os atos violentos; agora se posicionam de novo contrariamente aos atos públicos, justificando a reviravolta como decorrência da violência que encerra os protestos.
Em outras palavras, primeiro a mídia pediu repressão e depois tentou manipular e dirigir as manifestações. Agora quer repressão de novo. Alguns articulistas já invocam a ordem e um salvador da pátria. No fim de semana, direta ou veladamente na linha imprimida ao noticiário, a mídia pedia o fim das manifestações. Articulistas, editorialistas, comentaristas no rádio e TV, todos voltaram a essa postura.
A Veja, a Folha, o Estadão (e o Globo na 6ª feira) agora defendem o fim das manifestações. Na 6ª, O Globo tinha usado a manchete para criticar os manifestantes. Agora uma entrevista da ex-senadora e presidenciável Marina Silva, com uma única declaração em que ela afirma que a violência nos atos públicos extrapola limites, virou a principal manchete da Folha de S.Paulo no domingo.
Governo deu resposta às ruas; mídia esconde o fato
Dentro da volta dessa política, há uma matéria também na Folha de S.Paulo hoje - "Voz das ruas ainda não ecoa no Planalto" - na qual vão nessa linha, a pretexto de publicarem a agenda política e administrativa da Secretaria-Geral da Presidência da República. Deixam de lado os cinco pactos propostos pelo governo da presidenta Dilma Rousseff em resposta às reivindicações das ruas e as medidas, também em resposta, aprovadas pelo Congresso Nacional.
O fato é que a mídia ficou contra o plebiscito proposto inicialmente pelo governo em resposta às manifestações. Para ela povo só protestando; decidindo não. Soberania só em palavra de ordem; já seu real exercício em um plebiscito para acabar com a corrupção via reforma politica, não. A proposta de plebiscito foi enterrada na Câmara dos Deputados com o apoio aberto da mídia. Já na página seguinte a essa matéria da "voz das ruas", a Folha dá uma materinha tipo pegadinha, sobre as viagens e acompanhantes do presidente Lula quando no governo.
Como vocês observam, o movimento de oscilação da mídia quanto às manifestações é aberto e direto. Para os jornalões, manifestações só contra o governo e o PT. Como não conseguiram converter os protestos das ruas em atos antipetistas, agora eles querem repressão de novo. Vale tudo. Volta a criminalização dos movimentos e a tentativa de desconstituição de lideranças. Sem contar a ofensiva contra o Mídia Ninja, o site que convocou os primeiros protestos e acompanha online as manifestações.
Mais um triste capítulo na história da velha mídia e de seus donos
Volta o jornalismo investigativo dirigido e os apelos ao Judiciário para punir os manifestantes. Tudo ao contrário de junho, quando os protestos se iniciaram e a mídia fechou os olhos. Foi conivente. Chegou a justificar a violência contra os partidos registrada em alguns atos e a agressão organizada pela repressão policial contra os manifestantes.
Nossa condenação feita desde a primeira hora contra violência e o vandalismo caiu no vazio. A velha mídia se limitou a separar em sua narrativa os manifestantes dos vândalos. Nada mais. E assim, com mais uma reviravolta na linha da cobertura, vive-se agora mais um triste capítulo na história da velha mídia e de seus donos.
Se fizemos uma rápida cronologia, o movimento dos órgãos de imprensa foi assim: no começo, pediam repressão contra os manifestantes que diariamente promovem concentrações em diversas cidades e capitais do país há dois meses; depois abraçaram as manifestações e tentaram cooptá-las, ignorando e em alguns casos estimulando os atos violentos; agora se posicionam de novo contrariamente aos atos públicos, justificando a reviravolta como decorrência da violência que encerra os protestos.
Em outras palavras, primeiro a mídia pediu repressão e depois tentou manipular e dirigir as manifestações. Agora quer repressão de novo. Alguns articulistas já invocam a ordem e um salvador da pátria. No fim de semana, direta ou veladamente na linha imprimida ao noticiário, a mídia pedia o fim das manifestações. Articulistas, editorialistas, comentaristas no rádio e TV, todos voltaram a essa postura.
A Veja, a Folha, o Estadão (e o Globo na 6ª feira) agora defendem o fim das manifestações. Na 6ª, O Globo tinha usado a manchete para criticar os manifestantes. Agora uma entrevista da ex-senadora e presidenciável Marina Silva, com uma única declaração em que ela afirma que a violência nos atos públicos extrapola limites, virou a principal manchete da Folha de S.Paulo no domingo.
Governo deu resposta às ruas; mídia esconde o fato
Dentro da volta dessa política, há uma matéria também na Folha de S.Paulo hoje - "Voz das ruas ainda não ecoa no Planalto" - na qual vão nessa linha, a pretexto de publicarem a agenda política e administrativa da Secretaria-Geral da Presidência da República. Deixam de lado os cinco pactos propostos pelo governo da presidenta Dilma Rousseff em resposta às reivindicações das ruas e as medidas, também em resposta, aprovadas pelo Congresso Nacional.
O fato é que a mídia ficou contra o plebiscito proposto inicialmente pelo governo em resposta às manifestações. Para ela povo só protestando; decidindo não. Soberania só em palavra de ordem; já seu real exercício em um plebiscito para acabar com a corrupção via reforma politica, não. A proposta de plebiscito foi enterrada na Câmara dos Deputados com o apoio aberto da mídia. Já na página seguinte a essa matéria da "voz das ruas", a Folha dá uma materinha tipo pegadinha, sobre as viagens e acompanhantes do presidente Lula quando no governo.
Como vocês observam, o movimento de oscilação da mídia quanto às manifestações é aberto e direto. Para os jornalões, manifestações só contra o governo e o PT. Como não conseguiram converter os protestos das ruas em atos antipetistas, agora eles querem repressão de novo. Vale tudo. Volta a criminalização dos movimentos e a tentativa de desconstituição de lideranças. Sem contar a ofensiva contra o Mídia Ninja, o site que convocou os primeiros protestos e acompanha online as manifestações.
Mais um triste capítulo na história da velha mídia e de seus donos
Volta o jornalismo investigativo dirigido e os apelos ao Judiciário para punir os manifestantes. Tudo ao contrário de junho, quando os protestos se iniciaram e a mídia fechou os olhos. Foi conivente. Chegou a justificar a violência contra os partidos registrada em alguns atos e a agressão organizada pela repressão policial contra os manifestantes.
Nossa condenação feita desde a primeira hora contra violência e o vandalismo caiu no vazio. A velha mídia se limitou a separar em sua narrativa os manifestantes dos vândalos. Nada mais. E assim, com mais uma reviravolta na linha da cobertura, vive-se agora mais um triste capítulo na história da velha mídia e de seus donos.
1 comentários:
Seu ponto de vista está correto, porem, as manifestações já ultrapassaram qualquer limite de civilidade. Aqui no Rio até os blocos de carnaval para serem autorizados são obrigados a informar dia / hora e trajeto. Antes de junho toda passeata tambem era obrigada a informar à prefeitura e à policia militar. Agora TODO dia tem tumulto, paciência tem limite. Passeata com mascara para não ser reconhecido?
Na minha bola de cristal eu fui informado que estas manifestações são uma preparação para maio/2014.
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