Por Luis Nassif, em seu blog:
A lógica da alta do dólar é a seguinte.
Com a crise financeira, o FED (Banco Central norte-americano) inaugurou uma era de ampla liquidez, injetando dólares a rodo na economia. Nos EUA, o excesso de dólares provocou uma queda nas taxas de juros de curto prazo. Com a economia norte-americana estagnada, os dólares ficaram empoçados nos bancos. E os investidores foram atrás de outras oportunidades de ganhos, vindo aportar em economias emergentes.
Esse movimento acabou realimentando os circuitos especulativos e promovendo a apreciação das moedas nacionais – especialmente do real.
*****
A falta de coragem de enfrentar essa apreciação, o medo de uma desvalorização do real pressionar mais a inflação, fez com que a política monetária fosse condescendente com o câmbio, mantendo a herança maldita de apreciação que vem desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
*****
Houve dois efeitos maléficos, um consequência do outro.
O primeiro, foi o estrangulamento das contas externas, com a perda do dinamismo das exportações e o aumento violento das importações, especialmente de produtos chineses.
O segundo foi a perda de dinamismo da economia. Os grandes ganhos da ampliação do mercado interno acabaram sendo apropriados pelos importados.
O Banco Central elevou as cotações do dólar de suicidas R$ 1,70 para R$ 2,00, mas foi insuficiente. A indústria não conseguiu se aproveitar do aumento do consumo interno e o ciclo de crescimento foi quebrado.
*****
Nesse período, o nó das contas externas foi driblado por dois movimentos – que agora se esgotam. Um deles, a manutenção das cotações de commodities em níveis elevados, garantindo os dólares via exportação de produtos primários. O segundo, a manutenção das taxas de juros dos EUA em níveis historicamente baixos, garantindo o financiamento das contas externas brasileiras via conta de capitais.
*****
Agora, chega-se ao fim dos dois ciclos. As cotações de commodities começaram a cair, em função do desaquecimento relativo da economia chinesa. E é questão de tempo para o FED tirar os estímulos monetários, o excesso de dólares em circulação.
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A leitura do mercado, então, foi mecânica.
Sempre que ocorre uma mudança nas condições internacionais de juros, há o chamado “overshooting” – ou seja, um movimento de desvalorização cambial mais do que proporcional.
*****
Trata-se da repetição de outras crises enfrentadas pelo país desde os tempos de FHC.
A desvalorização do real promove, per si, o reequilíbrio das contas externas. Há um efeito instantâneo sobre gastos com viagem, um efeito a curto prazo de redução das importações e de médio prazo de recuperação das exportações. Por outro lado, o BC promove uma estilingada nos juros..Menos risco cambial de um lado, mais remuneração de outro, traz de volta os dólares, para especular e promover nova apreciação do real.
*****
Há dois pontos a se considerar para não repetir a escrita.
O primeiro, é que o FED estuda maneiras de promover o enxugamento dos dólares sem influenciar em demasia as taxas de juros de curto prazo.
A segunda, é saber se, desta vez, o governo Dilma aproveitará esse movimento para manter, vez por todas, o câmbio em uma posição competitiva ou pensará nas eleições de 2014.
Com a crise financeira, o FED (Banco Central norte-americano) inaugurou uma era de ampla liquidez, injetando dólares a rodo na economia. Nos EUA, o excesso de dólares provocou uma queda nas taxas de juros de curto prazo. Com a economia norte-americana estagnada, os dólares ficaram empoçados nos bancos. E os investidores foram atrás de outras oportunidades de ganhos, vindo aportar em economias emergentes.
Esse movimento acabou realimentando os circuitos especulativos e promovendo a apreciação das moedas nacionais – especialmente do real.
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A falta de coragem de enfrentar essa apreciação, o medo de uma desvalorização do real pressionar mais a inflação, fez com que a política monetária fosse condescendente com o câmbio, mantendo a herança maldita de apreciação que vem desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
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Houve dois efeitos maléficos, um consequência do outro.
O primeiro, foi o estrangulamento das contas externas, com a perda do dinamismo das exportações e o aumento violento das importações, especialmente de produtos chineses.
O segundo foi a perda de dinamismo da economia. Os grandes ganhos da ampliação do mercado interno acabaram sendo apropriados pelos importados.
O Banco Central elevou as cotações do dólar de suicidas R$ 1,70 para R$ 2,00, mas foi insuficiente. A indústria não conseguiu se aproveitar do aumento do consumo interno e o ciclo de crescimento foi quebrado.
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Nesse período, o nó das contas externas foi driblado por dois movimentos – que agora se esgotam. Um deles, a manutenção das cotações de commodities em níveis elevados, garantindo os dólares via exportação de produtos primários. O segundo, a manutenção das taxas de juros dos EUA em níveis historicamente baixos, garantindo o financiamento das contas externas brasileiras via conta de capitais.
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Agora, chega-se ao fim dos dois ciclos. As cotações de commodities começaram a cair, em função do desaquecimento relativo da economia chinesa. E é questão de tempo para o FED tirar os estímulos monetários, o excesso de dólares em circulação.
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A leitura do mercado, então, foi mecânica.
Sempre que ocorre uma mudança nas condições internacionais de juros, há o chamado “overshooting” – ou seja, um movimento de desvalorização cambial mais do que proporcional.
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Trata-se da repetição de outras crises enfrentadas pelo país desde os tempos de FHC.
A desvalorização do real promove, per si, o reequilíbrio das contas externas. Há um efeito instantâneo sobre gastos com viagem, um efeito a curto prazo de redução das importações e de médio prazo de recuperação das exportações. Por outro lado, o BC promove uma estilingada nos juros..Menos risco cambial de um lado, mais remuneração de outro, traz de volta os dólares, para especular e promover nova apreciação do real.
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Há dois pontos a se considerar para não repetir a escrita.
O primeiro, é que o FED estuda maneiras de promover o enxugamento dos dólares sem influenciar em demasia as taxas de juros de curto prazo.
A segunda, é saber se, desta vez, o governo Dilma aproveitará esse movimento para manter, vez por todas, o câmbio em uma posição competitiva ou pensará nas eleições de 2014.
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