Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Informação do Palácio do Planalto no começo da manhã desta segunda-feira: a presidente Dilma Rousseff só decidirá amanhã, após encontro com o chanceler Luiz Alberto Figueiredo, se confirma ou não viagem oficial aos Estados Unidos marcada para o dia 23 de outubro. O resto é especulação.
O motivo da espera: Figueiredo esteve na semana passada nos Estados Unidos e manteve longa reunião com Susan Rice, subsecretária de Estado, para saber que providências o governo americano tomará em relação às denúncias de espionagens feitas no Brasil pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos).
O chanceler disse à presidente que só poderá fazer pessoalmente um relato sobre as conversas mantidas em sigilo até agora. Até porque tudo pode estar sendo espionado e grampeado...
Faz bem a presidente Dilma em não ter pressa para se informar melhor antes de tomar a decisão de cancelar a viagem, que traria certamente sérias consequências para o relacionamento com o país que tem a maior economia do mundo e um superávit de 7 bilhões de dólares nos negócios comerciais com o Brasil.
Além disso, é preciso levar em conta também o caráter simbólico da viagem: é a única visita de um chefe de Estado estrangeiro programada para este ano nos Estados Unidos e a primeira, em caráter oficial, de um presidente brasileiro nas últimas duas décadas (a última foi a de Fernando Henrique Cardoso, em 1995).
Posso imaginar a irritação de Dilma e do governo brasileiro com a gravidade das denúncias, revelando que, entre outras espionagens, o governo americano teria invadido os arquivos da Petrobras para levantar dados sobre os projetos e as concorrências previstas para o pré-sal, a joia da coroa da economia brasileira.
A presidente considera este um caso que atinge a soberania nacional e já se queixou pessoalmente a Obama na recente reunião do G20, em São Petersburgo, mas até agora o governo americano não deu a menor bola para o assunto, nenhuma explicação oficial, nem mandou nenhum pedido de desculpas.
Como faltam cinco semanas para o início da viagem, e antes disso, a presidente Dilma terá a oportunidade de falar sobre o assunto na abertura da Conferência Geral da ONU, em Washington, os Estados Unidos ainda poderão tomar a iniciativa de dar as explicações convincentes esperadas pelo governo brasileiro, a depender do relato que o chanceler Luiz Alberto Figueiredo fará para a presidente nesta terça-feira.
Bem sabem os leitores que não sou diplomata, nada entendo de relações internacionais e não recebi mais de 50 milhões de votos para decidir o que é melhor para o Brasil, como diria o ex-presidente Lula.
Ouso, porém, propor que, no lugar de cancelar a viagem, em represália ao governo americano, talvez fosse melhor ir lá exatamente para discutir cara a cara com Obama não só este assunto da espionagem, mas outros de interesse do nosso país, como o crescente desequilíbrio nas contas comerciais, em que só levamos desvantagens.
É preciso pesar bem na balança o que ganharíamos com a presidente Dilma, que é muito brava e sabe defender tão bem os interesse do País, indo ou não indo aos Estados Unidos. Que resultados concretos isto traria para as nossas relações com o país mais poderoso do mundo, sabendo que o fragilizado Obama enfrenta várias crises ao mesmo tempo e ainda tem três anos de governo pela frente?
Esta decisão não é tão simples assim e não pode ser tomada com o fígado.
E na sua opinião, caro leitor, a presidente Dilma deve cancelar ou não a viagem aos Estados Unidos?
Informação do Palácio do Planalto no começo da manhã desta segunda-feira: a presidente Dilma Rousseff só decidirá amanhã, após encontro com o chanceler Luiz Alberto Figueiredo, se confirma ou não viagem oficial aos Estados Unidos marcada para o dia 23 de outubro. O resto é especulação.
O motivo da espera: Figueiredo esteve na semana passada nos Estados Unidos e manteve longa reunião com Susan Rice, subsecretária de Estado, para saber que providências o governo americano tomará em relação às denúncias de espionagens feitas no Brasil pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos).
O chanceler disse à presidente que só poderá fazer pessoalmente um relato sobre as conversas mantidas em sigilo até agora. Até porque tudo pode estar sendo espionado e grampeado...
Faz bem a presidente Dilma em não ter pressa para se informar melhor antes de tomar a decisão de cancelar a viagem, que traria certamente sérias consequências para o relacionamento com o país que tem a maior economia do mundo e um superávit de 7 bilhões de dólares nos negócios comerciais com o Brasil.
Além disso, é preciso levar em conta também o caráter simbólico da viagem: é a única visita de um chefe de Estado estrangeiro programada para este ano nos Estados Unidos e a primeira, em caráter oficial, de um presidente brasileiro nas últimas duas décadas (a última foi a de Fernando Henrique Cardoso, em 1995).
Posso imaginar a irritação de Dilma e do governo brasileiro com a gravidade das denúncias, revelando que, entre outras espionagens, o governo americano teria invadido os arquivos da Petrobras para levantar dados sobre os projetos e as concorrências previstas para o pré-sal, a joia da coroa da economia brasileira.
A presidente considera este um caso que atinge a soberania nacional e já se queixou pessoalmente a Obama na recente reunião do G20, em São Petersburgo, mas até agora o governo americano não deu a menor bola para o assunto, nenhuma explicação oficial, nem mandou nenhum pedido de desculpas.
Como faltam cinco semanas para o início da viagem, e antes disso, a presidente Dilma terá a oportunidade de falar sobre o assunto na abertura da Conferência Geral da ONU, em Washington, os Estados Unidos ainda poderão tomar a iniciativa de dar as explicações convincentes esperadas pelo governo brasileiro, a depender do relato que o chanceler Luiz Alberto Figueiredo fará para a presidente nesta terça-feira.
Bem sabem os leitores que não sou diplomata, nada entendo de relações internacionais e não recebi mais de 50 milhões de votos para decidir o que é melhor para o Brasil, como diria o ex-presidente Lula.
Ouso, porém, propor que, no lugar de cancelar a viagem, em represália ao governo americano, talvez fosse melhor ir lá exatamente para discutir cara a cara com Obama não só este assunto da espionagem, mas outros de interesse do nosso país, como o crescente desequilíbrio nas contas comerciais, em que só levamos desvantagens.
É preciso pesar bem na balança o que ganharíamos com a presidente Dilma, que é muito brava e sabe defender tão bem os interesse do País, indo ou não indo aos Estados Unidos. Que resultados concretos isto traria para as nossas relações com o país mais poderoso do mundo, sabendo que o fragilizado Obama enfrenta várias crises ao mesmo tempo e ainda tem três anos de governo pela frente?
Esta decisão não é tão simples assim e não pode ser tomada com o fígado.
E na sua opinião, caro leitor, a presidente Dilma deve cancelar ou não a viagem aos Estados Unidos?
2 comentários:
Miro, caríssimo! também não sou nenhuma autoridade, mas assino embaixo disso de não decidir com o fígado. tem que pesar dois aspectos: 1)a repercussão nas relações bilaterais, embora uma visita desse tipo não tenha interesses imediatos e concretos, como acordos; 2) o valor simbólico de cancelar a viagem, como única reação possível à ofensa feita à soberania. seja qual for a opção, porém, é possível guardar na manga até um possível encontro à margem da assembleia geral da onu, dentro de uma semana.
Saiu uma matéria no Estadão que diz que o governo que fecgar acordo com os EUA sobre uso da Base de Alcântara. Estranho isso, será que o governo diante dessa espionagem vai permitir que os EUA use território brasileiro. Desse jeito que a espionagem não vai acabar nunca. Sem contar a sabotagem dos EUA ao programa espacial brasileiro. Se isso ocorrer é uma guinada de novo para a subserviência aos EUA.
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