Da Rede Brasil Atual:
O analista político Paulo Vannuchi avalia que Eduardo Campos e Marina Silva adotaram uma postura arriscada ao longo da primeira semana em que selaram parceria em torno da candidatura ao Palácio do Planalto em 2014. Uma sequência de divergências foi atenuada pelo programa partidário do PSB, exibido na quinta-feira (10), quando o governador de Pernambuco e a ex-senadora subiram o tom contra Dilma Rousseff, afirmando que o governo do PT “já deu o que tinha que dar”.
“Foi um programa que tentou firmar uma ideia de terceira via. Quando usa o termo 'já deu' deixa implícito que o Brasil acertou com Lula, mas com Dilma errou, o Brasil avançou muito, mas agora parou de avançar. Tudo isso é uma aposta de risco que não tem fundamento no sentimento popular das pesquisas”, argumenta o colunista da Rádio Brasil Atual. “Junho, como nós sabemos, foi uma explosão democrática necessária e benéfica para a democracia brasileira, para o próprio governo Dilma, mas em nenhum momento significou o descontentamento geral. Nada mudou de lá para cá e as manifestações não permanecem.”
No programa, Eduardo Campos, que no último mês entregou os cargos que o PSB tinha no governo federal, mas que mantém seus deputados e senadores na base aliada a Dilma, critica especialmente a presidenta: “Cadê aquele país que alguns anos atrás despertou a admiração do mundo? Que deixou de ser devedor para ser credor? O que está acontecendo com esse país que voltou a ter receio da inflação? Que levou um homem do povo ao poder e hoje sente que o poder não fala a língua do povo?”
Campos testou o discurso que deve utilizar nas eleições do próximo ano, que tenta ao mesmo tempo se opor a Dilma, que defenderá a continuidade tal e qual, e se diferenciar do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, pela origem, tem mais dificuldade em admitir avanços do governo. Para Vannuchi, é cedo para definir o quadro eleitoral.
Desde que decidiu entrar no PSB, Marina vem provocando rebuliço no cenário do próximo ano. A ex-senadora não conseguiu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desse o aval para a criação da Rede Sustentabilidade, partido que tentava ganhar ares de uma nova política. Mas, sem sucesso no pedido ao Judiciário, a ex-ministra do Meio Ambiente acabou pedindo ao governador de Pernambuco para ingressar na sigla, representante de uma velha política, e ao longo da semana deu declarações que irritaram aliados do pernambucano, especialmente na negociação de alianças, particularmente com representantes do agronegócio.
Para Vannuchi, Marina teve dias de superexposição que não combinam com a figura do vice. “Sendo Eduardo Campos o candidato, o natural seria Marina, que tem muita vantagem sobre Eduardo nas pesquisas, se recolher a uma posição mais discreta e não antecipar posicionamentos firmes que ela tomou, por exemplo, dizendo que recusa Ronaldo Caiado. Ora, se ela está agora aderindo à chapa de Eduardo Campos, ela não tem o direito de chegar dando o tom dessa aliança.”
Após dizer que tudo estava em aberto, Marina enfatizou que cabia a Campos a cabeça de chapa, mas, quinta-feira, em São Paulo, os dois se juntaram para informar que essa questão será definida apenas em 2014, com um cenário mais consolidado. No mesmo dia, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Dilma e líderes petistas para discutir o quadro eleitoral.
Vannuchi considera equivocada a visão divulgada por veículos da mídia tradicional de que Lula orientou o PT a isolar o governador de Pernambuco como forma de dificultar a situação para 2014, passando a tratar o PSB como integrante da oposição. “É o oposto do que Lula faz. Lula orienta o PT a não queimar todos os canais de pontes com Eduardo Campos porque a eleição é de dois turnos e Dilma provavelmente vence o primeiro turno e precisa do apoio de Eduardo Campos e de Marina no segundo turno.”
O analista político Paulo Vannuchi avalia que Eduardo Campos e Marina Silva adotaram uma postura arriscada ao longo da primeira semana em que selaram parceria em torno da candidatura ao Palácio do Planalto em 2014. Uma sequência de divergências foi atenuada pelo programa partidário do PSB, exibido na quinta-feira (10), quando o governador de Pernambuco e a ex-senadora subiram o tom contra Dilma Rousseff, afirmando que o governo do PT “já deu o que tinha que dar”.
“Foi um programa que tentou firmar uma ideia de terceira via. Quando usa o termo 'já deu' deixa implícito que o Brasil acertou com Lula, mas com Dilma errou, o Brasil avançou muito, mas agora parou de avançar. Tudo isso é uma aposta de risco que não tem fundamento no sentimento popular das pesquisas”, argumenta o colunista da Rádio Brasil Atual. “Junho, como nós sabemos, foi uma explosão democrática necessária e benéfica para a democracia brasileira, para o próprio governo Dilma, mas em nenhum momento significou o descontentamento geral. Nada mudou de lá para cá e as manifestações não permanecem.”
No programa, Eduardo Campos, que no último mês entregou os cargos que o PSB tinha no governo federal, mas que mantém seus deputados e senadores na base aliada a Dilma, critica especialmente a presidenta: “Cadê aquele país que alguns anos atrás despertou a admiração do mundo? Que deixou de ser devedor para ser credor? O que está acontecendo com esse país que voltou a ter receio da inflação? Que levou um homem do povo ao poder e hoje sente que o poder não fala a língua do povo?”
Campos testou o discurso que deve utilizar nas eleições do próximo ano, que tenta ao mesmo tempo se opor a Dilma, que defenderá a continuidade tal e qual, e se diferenciar do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, pela origem, tem mais dificuldade em admitir avanços do governo. Para Vannuchi, é cedo para definir o quadro eleitoral.
Desde que decidiu entrar no PSB, Marina vem provocando rebuliço no cenário do próximo ano. A ex-senadora não conseguiu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desse o aval para a criação da Rede Sustentabilidade, partido que tentava ganhar ares de uma nova política. Mas, sem sucesso no pedido ao Judiciário, a ex-ministra do Meio Ambiente acabou pedindo ao governador de Pernambuco para ingressar na sigla, representante de uma velha política, e ao longo da semana deu declarações que irritaram aliados do pernambucano, especialmente na negociação de alianças, particularmente com representantes do agronegócio.
Para Vannuchi, Marina teve dias de superexposição que não combinam com a figura do vice. “Sendo Eduardo Campos o candidato, o natural seria Marina, que tem muita vantagem sobre Eduardo nas pesquisas, se recolher a uma posição mais discreta e não antecipar posicionamentos firmes que ela tomou, por exemplo, dizendo que recusa Ronaldo Caiado. Ora, se ela está agora aderindo à chapa de Eduardo Campos, ela não tem o direito de chegar dando o tom dessa aliança.”
Após dizer que tudo estava em aberto, Marina enfatizou que cabia a Campos a cabeça de chapa, mas, quinta-feira, em São Paulo, os dois se juntaram para informar que essa questão será definida apenas em 2014, com um cenário mais consolidado. No mesmo dia, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Dilma e líderes petistas para discutir o quadro eleitoral.
Vannuchi considera equivocada a visão divulgada por veículos da mídia tradicional de que Lula orientou o PT a isolar o governador de Pernambuco como forma de dificultar a situação para 2014, passando a tratar o PSB como integrante da oposição. “É o oposto do que Lula faz. Lula orienta o PT a não queimar todos os canais de pontes com Eduardo Campos porque a eleição é de dois turnos e Dilma provavelmente vence o primeiro turno e precisa do apoio de Eduardo Campos e de Marina no segundo turno.”
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