Por Roberto Amado, no blog Diário do Centro do Mundo:
A internet ameaça cada vez mais as TVs abertas. O novo sinal disso é uma pequena empresa sediada em Nova York chamada Aero. O seu criador é o indiano Chet Kanojia, que desenvolveu um sistema capaz de captar os sinais das transmissões das TVs abertas e disponibilizar aos seus clientes. Por 8 dólares mensais, os usuários podem assistir e gravar qualquer programa em qualquer equipamento conectado, como smartphones, tablets e notebooks, de qualquer emissora aberta, grande ou pequena.
Kanojia começou a operar a sua empresa no começo do 2012 apenas em Nova York, mas já expandiu para outras cidades, como Atlanta e Boston. Imediatamente a American Broadcasting Companies, entidade que reúne interesses das emissoras abertas norte-americanas, percebeu o perigo e entrou com uma representação na Suprema Corte. Agora, em janeiro, a representação foi aceita, provocando uma grande expectativa no mercado. As emissoras, como as três gigantes ABC, NBC e CBS, alegam que o sistema da Aero é um roubo de conteúdo e que fere os princípios dos direitos autorais.
Mas o problema é muito maior. As grandes emissoras, que produzem programas e noticiários, faturam 4 bilhões de dólares por ano em taxas de retransmissão cobradas das centenas de TVs a cabo que existem no país. Com o sistema da Aero, esse mercado tende a perder forças, já que o conteúdo da internet é disponível e pode ser gravado.
A questão é tão grave que, caso percam a ação, algumas emissoras, como a CBS e a Fox, já anunciaram a intenção de abandonar as transmissões abertas e passarem a opera apenas TV a cabo.
A verdade é que o sistema de Kanojia é tão simples quanto “revolucionário”. Simples porque basta apenas uma diminuta antena, que cabe na palma da mão, para ter acesso a tudo que é transmitido abertamente. E revolucionário, porque subverte o esquema clássico de poltrona-tv que alimentou as grandes emissoras por décadas a fio. Em outras palavras, é a plena tradução da eficiência mediática da internet.
A Aero está se defendendo sob o argumento de que apenas está fazendo aquilo que a lei das TVs prega: televisão gratuita acessada por transmissões aéreas.
“Essa é a primeira batalha de uma guerra que vai durar 50 anos e questionará a relação da internet com as TVs e o público”, disse Kanojia em entrevista ao New York Times. “Se a Suprema Corte aceitar a ilegalidade da Aero, irá contra uma inovação que é inevitável nas próximas décadas ou anos”. O indiano, tido como um pesquisador brilhante, garante que seu interesse é promover a democratização e portabilidade da TV, ainda que reconheça o valor de um mercado de 57 milhões de pessoas que ainda usam a antena para assistir à programação televisiva.
De fato, dinheiro não parece ser o problema de Kanojia: em 2008 ele vendeu para a Microsoft, por 250 milhões de dólares, um aplicativo que permite às empresas de TV a cabo interagir com seus assinantes.
A introdução do sistema de Kanojia pode ser um marco para uma realidade que está apenas começando a ser desenhada: a de que as novas tecnologias agregadas à internet substituirão de maneira implacável o velho modelo das comunicações, no mar, no céu ou na terra.
A internet ameaça cada vez mais as TVs abertas. O novo sinal disso é uma pequena empresa sediada em Nova York chamada Aero. O seu criador é o indiano Chet Kanojia, que desenvolveu um sistema capaz de captar os sinais das transmissões das TVs abertas e disponibilizar aos seus clientes. Por 8 dólares mensais, os usuários podem assistir e gravar qualquer programa em qualquer equipamento conectado, como smartphones, tablets e notebooks, de qualquer emissora aberta, grande ou pequena.
Kanojia começou a operar a sua empresa no começo do 2012 apenas em Nova York, mas já expandiu para outras cidades, como Atlanta e Boston. Imediatamente a American Broadcasting Companies, entidade que reúne interesses das emissoras abertas norte-americanas, percebeu o perigo e entrou com uma representação na Suprema Corte. Agora, em janeiro, a representação foi aceita, provocando uma grande expectativa no mercado. As emissoras, como as três gigantes ABC, NBC e CBS, alegam que o sistema da Aero é um roubo de conteúdo e que fere os princípios dos direitos autorais.
Mas o problema é muito maior. As grandes emissoras, que produzem programas e noticiários, faturam 4 bilhões de dólares por ano em taxas de retransmissão cobradas das centenas de TVs a cabo que existem no país. Com o sistema da Aero, esse mercado tende a perder forças, já que o conteúdo da internet é disponível e pode ser gravado.
A questão é tão grave que, caso percam a ação, algumas emissoras, como a CBS e a Fox, já anunciaram a intenção de abandonar as transmissões abertas e passarem a opera apenas TV a cabo.
A verdade é que o sistema de Kanojia é tão simples quanto “revolucionário”. Simples porque basta apenas uma diminuta antena, que cabe na palma da mão, para ter acesso a tudo que é transmitido abertamente. E revolucionário, porque subverte o esquema clássico de poltrona-tv que alimentou as grandes emissoras por décadas a fio. Em outras palavras, é a plena tradução da eficiência mediática da internet.
A Aero está se defendendo sob o argumento de que apenas está fazendo aquilo que a lei das TVs prega: televisão gratuita acessada por transmissões aéreas.
“Essa é a primeira batalha de uma guerra que vai durar 50 anos e questionará a relação da internet com as TVs e o público”, disse Kanojia em entrevista ao New York Times. “Se a Suprema Corte aceitar a ilegalidade da Aero, irá contra uma inovação que é inevitável nas próximas décadas ou anos”. O indiano, tido como um pesquisador brilhante, garante que seu interesse é promover a democratização e portabilidade da TV, ainda que reconheça o valor de um mercado de 57 milhões de pessoas que ainda usam a antena para assistir à programação televisiva.
De fato, dinheiro não parece ser o problema de Kanojia: em 2008 ele vendeu para a Microsoft, por 250 milhões de dólares, um aplicativo que permite às empresas de TV a cabo interagir com seus assinantes.
A introdução do sistema de Kanojia pode ser um marco para uma realidade que está apenas começando a ser desenhada: a de que as novas tecnologias agregadas à internet substituirão de maneira implacável o velho modelo das comunicações, no mar, no céu ou na terra.
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