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Desconsertada e sem qualquer autocrítica, a mídia rentista divulgou nesta sexta-feira (10) que a inflação brasileira ficou “dentro da meta” no ano passado. Durante vários meses, quase todos os dias, a imprensa alardeou que os preços dos produtos e serviços iriam explodir e que o Brasil não tinha como escapar do colapso econômico. Num dos momentos mais patéticos desta campanha terrorista, a apresentadora Ana Maria Braga, da TV Globo, usou um ridículo colar de tomates para criticar a “explosão inflacionária”. Agora, o IBGE registra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou em 5,91% em 2013 - abaixo do draconiano teto da meta do governo, que é de 6,5% ao ano.
Em entrevista à Agência Brasil, o ministro interino da Fazenda, Dyogo Henrique, festejou o resultado e afirmou que o índice “não surpreendeu o governo”. Ele também explicou a pequena alta da inflação no último mês do ano passado. “Já esperávamos que dezembro tivesse um índice um pouco mais alto por conta do aumento do preço da gasolina e também do período de férias, quando as passagens aéreas contribuíram para que o índice viesse um pouco mais alto”. Os jornalões online, porém, preferiram dar manchete para os preços de dezembro, ao invés de destacarem o cumprimento da meta inflacionária. Isto confirma que a “guerra psicológica” prosseguirá neste ano.
O terrorismo da mídia rentista tem dois objetivos básicos. O primeiro é político. Os urubólogos de plantão e os tais “especialistas de mercado” – nome fictício dos banqueiros – tentam criar um clima de pânico na sociedade para desgastar a presidenta Dilma Rousseff e alavancar as frágeis lideranças da velha e da nova oposição. Daí as manchetes pessimistas, como a da Folha, de que a inflação “pode elevar o desemprego” e reduzir os salários. O segundo intento é econômico. Boa parte da mídia nativa é ligada ao capital financeiro, muitos veículos inclusive estão endividados nos bancos. A gritaria sobre a explosão inflacionária visa elevar os juros para manter os altos rendimentos dos rentistas, dos agiotas financeiros.
Neste esforço para manipular a sociedade, com objetivos políticos e econômicos, a mídia distorce números e faz terrorismo. A comparação com a inflação nos governos anteriores confirma esta distorção. Como reconhece o repórter Sílvio Guedes Crespo, do UOL, “embora a presidente Dilma seja duramente acusada de leniência com a inflação, o ritmo de aumento de preços durante o seu governo é próximo ao do período Luiz Inácio Lula da Silva e inferior ao da gestão Fernando Henrique Cardoso. A inflação foi de 6,5% em 2011, 5,84% em 2012 e 5,91% em 2013, o que dá uma média anual de 6,1%. Na era Lula (2003-2010), os preços subiram 5,8% ao ano. Já na gestão FHC (1995-2002), o aumento médio foi de 9,1%”.
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