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Algum tempo atrás, meu amigo Sérgio Berezovski, então diretor da 4 Rodas, me contou uma história.
A revista procurara o jornalista Flávio Gomes para ouvi-lo numa determinada reportagem.
Flávio, polidamente, avisou que não falaria com uma empresa cujo carro-chefe é a Veja. Deixou claro não ter nada, especificamente, contra a 4 Rodas.
Nesta semana, um episódio da mesma natureza - mas que ganhou ampla repercussão na internet - mostrou a deterioração da imagem da Veja como uma publicação séria.
A socióloga Sílvia Viana, procurada para uma reportagem sobre o BBB 14, produziu uma resposta que a posteridade vai poder usar como medida do repúdio despertado pela Veja depois que se transformou num panfleto de baixo jornalismo, nos últimos dez anos.
Disse Sílvia a quem pedira a entrevista:
“Respondo seu e-mail pelo respeito que tenho por sua profissão, bem como pela compreensão das condições precárias às quais o trabalho do jornalista está submetido. Contudo, considero a ‘Veja’ uma revista muito mais que tendenciosa, considero-a torpe. Trata-se de uma publicação que estimula o reacionarismo ressentido, paranoico e feroz que temos visto se alastrar pela sociedade; uma revista que aplaude o estado de exceção permanente, cada vez mais escancarado em nossa “democracia”; uma revista que mente, distorce, inverte, omite, acusa, julga, condena e pune quem não compartilha de suas infâmias – e faz tudo isso descaradamente; por fim, uma revista que desestimula o próprio pensamento ao ignorar a argumentação, baseando suas suposições delirantes em meras ofensas.
Sendo assim, qualquer forma de participação nessa publicação significa a eliminação do debate (nesse caso, nem se poderia falar em empobrecimento do debate, pois na ‘Veja’ a linguagem nasce morta) – e isso ainda que a revista respeitasse a integridade das palavras de seus entrevistados e opositores, coisa que não faz, exceto quando tais palavras já tem a forma do vírus.
Dito isso, minha resposta é: Preferiria não.”
Clap, clap, clap. De pé.
Tal sentimento está amplamente espalhado pela sociedade. Descontados fanáticos conservadores, ou simplesmente analfabetos políticos cujos heróis são Diogo Mainardi ou Reinaldo Azevedo, a Veja é objeto de uma mistura de desprezo e ódio.
O mérito da resposta de Sílvia é expressar um sentimento comum a tantos e tantos brasileiros.
Em meus tempos de Abril, fazíamos às vezes um exercício. Se determinada revista fosse uma pessoa, qual seria?
A Veja, hoje, por esse sistema, seria uma mistura de Olavo de Carvalho e Marco Feliciano.
Olavo de Carvalho ocupou, por seus discípulos, a revista. E Marco Feliciano é alma gêmea de OC: conforme demos na seção Essencial, o pastor fez na Câmara dos Deputados, esta semana, uma defesa apaixonada do astrólogo que hoje é um ídolo dos reacionários do Brasil.
A Veja teria já problemas extraordinários de sobrevivência caso fizesse bom jornalismo. Revista, na era digital, é um objeto de obsolescência espectral.
São cada vez menos os leitores e os anunciantes.
Fazendo o que faz, uma panfletagem abjeta, a Veja apenas apressará sua marcha rumo ao cemitério. E deixará não memórias agradáveis, mas a sensação de alívio por o horror que ela representa ter enfim acabado.
Quem chorará a morte de uma revista que, para usar as palavras de Sílvia Viana, “mente, distorce, inverte, omite, acusa, julga, condena e pune quem não compartilha de suas infâmias”?
2 comentários:
Eu espero que não demore muito para que esse lixo desapareça, Silvia eu adorei,espero outras pessoas faça a mesma coisa, kkkk
Graça
[QUADRILHEIROS SEM QUADRILHA (SIC). ENTENDA O PIG!]
O Mensalão e a retórica
(...)
Antes da reviravolta, quando os petistas eram *quadrilheiros...
(...)
Trata-se de uma guerra retórica... [**“a oposição não ganhou um voto sequer a mais com este julgamento!”]
***O fato é que a guerra está perdida para os mensaleiros...
****Quando um político subtrai dinheiro público...
(...)
*****Fora isso ninguém mais aguenta falar em mensalão.
Por jornalista Fernando Rodrigues
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandorodrigues/2014/03/1419623-o-mensalao-e-a-retorica.shtml
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*quer dizer, “intonci”, que os petistas foram quadrilheiros ainda que não tenha havido formação de quadrilha, segundo o entendimento da [suposta] Corte Suprema brasileira?;
**qual foi a pesquisa que apresentou estes dados para o articulista?;
***a História acabou?;
****é público o dinheiro da empresa privada Visanet Internacional?;
*****Aí é que o articulista engana-se, quadradamente: a história do MENTIRÃO está, apenas, no prefácio!...
Lá isso é jornalismo, sô?!...
República de 'Nois' Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
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