Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Faltam apenas seis meses e cinco dias para as eleições presidenciais. Com o Marco Civil da Internet aprovado na Câmara (ainda falta o Senado) e concluída a reforma ministerial, a tendência do governo Dilma daqui para frente é fechar a defesa e tocar a bola de lado, sem arriscar grandes jogadas. O clima no Palácio do Planalto é de "no news, good news", ou seja, se não acontecer mais nada de relevante até as eleições, já está de bom tamanho.
Após a titubeada da articulação política, que permitiu à oposição colher o número de assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI da Petrobras no Senado, com a valiosa colaboração de parlamentares de cinco partidos da base aliada, na mesma semana em que o Ibope mostrava uma queda de sete pontos na aprovação do governo, Dilma vive o momento mais difícil e mais tenso desde a posse, sem ter muito o que fazer para virar a maré negativa.
Para uma presidente que dá muito valor às pesquisas, e tem hoje no marqueteiro João Santana seu principal conselheiro, foi um baque. Assim como Dilma contava com seus bons índices nas pesquisas para conter os rebelados da base, que não querem largar o osso, e abafar o fogo amigo do "volta Lula", agora acontece exatamente o contrário.
Se as próximas pesquisas mostrarem tendência de queda nas suas intenções de voto, aumenta o risco de uma debandada dos partidos aliados, que cobrarão mais caro o seu apoio e, em consequência, petistas descontentes poderão pressionar o ex-presidente a entrar no jogo para salvar a lavoura.
Por isso, o grande desafio dos articuladores políticos Aloizio Mercadante e Ricardo Berzoini, que acabou de entrar lugar de Ideli Salvatti para atender antigo pedido de Lula e do PT, é não deixar que a CPI da Petrobras vire um palanque permanente da oposição, que agora ganhou um discurso e uma bandeira para desgastar o governo.
Eleição, como sabemos, ganha-se com boas propostas e trabalho realizado, mas também com a demolição da imagem do adversário, e é só isso que move agora Aécio Neves e Eduardo Campos, cada vez mais unidos numa frente anti-PT, bem no momento em que começam a ser montados os debates e sabatinas pelos veículos de comunicação. Até agora, os assessores de Dilma mostraram pouco interesse em participar destas iniciativas, deixando a presidente na situação de "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
Se não for aos debates e deixarem sua cadeira vazia, é prejuízo na certa, como aconteceu com Lula no final do primeiro turno de 2006. Se for, será uma luta desigual, com todos, além de Aécio e Eduardo, contra a presidente, que está numa cruel encruzilhada.
Por mais que se garimpe, está difícil encontrar alguma notícia boa para o governo, uma agenda positiva. Assim, é melhor mesmo ficar na retranca e esperar que o tempo passe logo, sem grandes novidades.
Faltam apenas seis meses e cinco dias para as eleições presidenciais. Com o Marco Civil da Internet aprovado na Câmara (ainda falta o Senado) e concluída a reforma ministerial, a tendência do governo Dilma daqui para frente é fechar a defesa e tocar a bola de lado, sem arriscar grandes jogadas. O clima no Palácio do Planalto é de "no news, good news", ou seja, se não acontecer mais nada de relevante até as eleições, já está de bom tamanho.
Após a titubeada da articulação política, que permitiu à oposição colher o número de assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI da Petrobras no Senado, com a valiosa colaboração de parlamentares de cinco partidos da base aliada, na mesma semana em que o Ibope mostrava uma queda de sete pontos na aprovação do governo, Dilma vive o momento mais difícil e mais tenso desde a posse, sem ter muito o que fazer para virar a maré negativa.
Para uma presidente que dá muito valor às pesquisas, e tem hoje no marqueteiro João Santana seu principal conselheiro, foi um baque. Assim como Dilma contava com seus bons índices nas pesquisas para conter os rebelados da base, que não querem largar o osso, e abafar o fogo amigo do "volta Lula", agora acontece exatamente o contrário.
Se as próximas pesquisas mostrarem tendência de queda nas suas intenções de voto, aumenta o risco de uma debandada dos partidos aliados, que cobrarão mais caro o seu apoio e, em consequência, petistas descontentes poderão pressionar o ex-presidente a entrar no jogo para salvar a lavoura.
Por isso, o grande desafio dos articuladores políticos Aloizio Mercadante e Ricardo Berzoini, que acabou de entrar lugar de Ideli Salvatti para atender antigo pedido de Lula e do PT, é não deixar que a CPI da Petrobras vire um palanque permanente da oposição, que agora ganhou um discurso e uma bandeira para desgastar o governo.
Eleição, como sabemos, ganha-se com boas propostas e trabalho realizado, mas também com a demolição da imagem do adversário, e é só isso que move agora Aécio Neves e Eduardo Campos, cada vez mais unidos numa frente anti-PT, bem no momento em que começam a ser montados os debates e sabatinas pelos veículos de comunicação. Até agora, os assessores de Dilma mostraram pouco interesse em participar destas iniciativas, deixando a presidente na situação de "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
Se não for aos debates e deixarem sua cadeira vazia, é prejuízo na certa, como aconteceu com Lula no final do primeiro turno de 2006. Se for, será uma luta desigual, com todos, além de Aécio e Eduardo, contra a presidente, que está numa cruel encruzilhada.
Por mais que se garimpe, está difícil encontrar alguma notícia boa para o governo, uma agenda positiva. Assim, é melhor mesmo ficar na retranca e esperar que o tempo passe logo, sem grandes novidades.
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