Por Bepe Damasco, em seu blog:
O primeiro passo para o enfrentamento adequado de um problema é o seu reconhecimento na medida exata. Vivemos um cerco político-midiático a um governo que só tem precedentes nas crises de 1954, que culminou com o suicídio de Vargas, e a de 1964, que desembocou no golpe militar apoiado por grandes empresários e pelos barões da mídia. É um grave erro de avaliação, de diagnóstico, político enfim, tratar com ar blasé o que está acontecendo, como faz o governo e boa parte do PT. Mas nada de alarmismos infundados . Não se vê no cenário atual espaço real para uma ruptura clássica da ordem democrática, afinal os militares não reúnem condições políticas para mais uma aventura e tampouco existiria apoio suficiente na sociedade brasileira para se rasgar a Constituição.
Tresloucados, fascistas e viúvas da ditadura à parte, o sentimento democrático é majoritário entre nós. O massacre diuturno, portanto, contra o governo da presidenta Dilma mira outro alvo. Está em curso um verdadeiro vale tudo para envenenar a população contra o governo e impedir a reeleição da presidenta nas eleições deste ano.
Tenho criticado aqui neste meu canto o excesso de republicanismo que assola o PT. Zelar pela democracia conquistada a duras penas pelo povo, pela harmonia entre os poderes e pelo funcionamento pleno das instituições é uma coisa. Outra bem diferente é adotar uma postura sadomasoquista na política, dando sempre a outra face para apanhar e, pasme, financiando os inimigos, como é o caso da montanha de dinheiro que o governo destina à Globo, Veja, Folha e ao Estadão, na distribuição de sua verba publicitária.
"Onde foi parar a velha combatividade petista ?" Essa é uma pergunta recorrente nas rodas de esquerda. Dia desses bastou a bancada de deputados federais do partido reagir à criação da CPI da Petrobras com a ampliação das investigações também para o metrô e os trens de São Paulo, além do Porto de Suape, em Pernambuco, para, no mínimo, criar um embaraço para a oposição parlamentar-midiática. O episódio trouxe à tona algumas indagações importantes :
1) Se o PT tivesse enfrentado institucionalmente o "mensalão" desde o início as consequências teriam sido estas a que assistimos ?
2) Se o PT priorizasse a disputa pela hegemonia política, pelo imaginário das pessoas, será que tanta gente da classe média teria embarcado na onda de associar o partido à corrupção ?
3) Se o PT, sem prejuízo de suas responsabilidades de governo, mantivesse a forte presença nos movimentos sociais de outrora, quais seriam os reflexos políticos dessa atuação nas manifestações de junho de 2013 ?
Voltando à crise atual, apesar de tudo, não dá para deixar de reconhecer o favoritismo da presidenta Dilma, seja pela fragilidade dos adversários, seja porque seu governo terá o que mostrar quando tiver direito a ocupar o horário nobre na TV, na propaganda eleitoral gratuita.
Entretanto, basta conversar com as pessoas de todas as origens para perceber que há perigo no ar, que a atmosfera está carregada. O bombardeio contra o governo, na linha do "tanto bate até que fura", vai ganhando terreno. E o governo, caso tenha um mínimo de juízo, deve ligar o sinal amarelo.
Como está fora do horizonte de curto e médio prazos um novo marco regulatório para as comunicações, uma vez que o governo não demonstrou coragem política para peitar o baronato da mídia, resta a alternativa de tratar, no varejo do dia a dia, tempos de guerra como tempos de guerra
Chega de subestimar a ofensiva dos adversários. Para começar, a presidenta e seus ministros mais articulados e loquazes deviam cuidar de não deixar sem resposta todas as mentiras e ataques rasteiros do PIG. Para isso, devem contar com o apoio das bancadas parlamentares, das lideranças e figuras públicas do PT. A um gabinete de crise formado pelos melhores quadros do Planalto caberia a tarefa de traçar as estratégias para a superação dessa conjuntura adversa.
É hora de parar de dar ouvidos apenas aos marqueteiros, cujas estratégias não foram capazes de evitar o rombo na imagem do governo e do PT. A população tem o direito de ouvir o outro lado, a versão do governo sobre os fatos. Mesmo que a mídia golpista boicote e distorça os esclarecimentos, o cerco acaba sendo furado. O importante é que a população perceba que existe um governo indignado com a campanha orquestrada da qual é vítima.
O primeiro passo para o enfrentamento adequado de um problema é o seu reconhecimento na medida exata. Vivemos um cerco político-midiático a um governo que só tem precedentes nas crises de 1954, que culminou com o suicídio de Vargas, e a de 1964, que desembocou no golpe militar apoiado por grandes empresários e pelos barões da mídia. É um grave erro de avaliação, de diagnóstico, político enfim, tratar com ar blasé o que está acontecendo, como faz o governo e boa parte do PT. Mas nada de alarmismos infundados . Não se vê no cenário atual espaço real para uma ruptura clássica da ordem democrática, afinal os militares não reúnem condições políticas para mais uma aventura e tampouco existiria apoio suficiente na sociedade brasileira para se rasgar a Constituição.
Tresloucados, fascistas e viúvas da ditadura à parte, o sentimento democrático é majoritário entre nós. O massacre diuturno, portanto, contra o governo da presidenta Dilma mira outro alvo. Está em curso um verdadeiro vale tudo para envenenar a população contra o governo e impedir a reeleição da presidenta nas eleições deste ano.
Tenho criticado aqui neste meu canto o excesso de republicanismo que assola o PT. Zelar pela democracia conquistada a duras penas pelo povo, pela harmonia entre os poderes e pelo funcionamento pleno das instituições é uma coisa. Outra bem diferente é adotar uma postura sadomasoquista na política, dando sempre a outra face para apanhar e, pasme, financiando os inimigos, como é o caso da montanha de dinheiro que o governo destina à Globo, Veja, Folha e ao Estadão, na distribuição de sua verba publicitária.
"Onde foi parar a velha combatividade petista ?" Essa é uma pergunta recorrente nas rodas de esquerda. Dia desses bastou a bancada de deputados federais do partido reagir à criação da CPI da Petrobras com a ampliação das investigações também para o metrô e os trens de São Paulo, além do Porto de Suape, em Pernambuco, para, no mínimo, criar um embaraço para a oposição parlamentar-midiática. O episódio trouxe à tona algumas indagações importantes :
1) Se o PT tivesse enfrentado institucionalmente o "mensalão" desde o início as consequências teriam sido estas a que assistimos ?
2) Se o PT priorizasse a disputa pela hegemonia política, pelo imaginário das pessoas, será que tanta gente da classe média teria embarcado na onda de associar o partido à corrupção ?
3) Se o PT, sem prejuízo de suas responsabilidades de governo, mantivesse a forte presença nos movimentos sociais de outrora, quais seriam os reflexos políticos dessa atuação nas manifestações de junho de 2013 ?
Voltando à crise atual, apesar de tudo, não dá para deixar de reconhecer o favoritismo da presidenta Dilma, seja pela fragilidade dos adversários, seja porque seu governo terá o que mostrar quando tiver direito a ocupar o horário nobre na TV, na propaganda eleitoral gratuita.
Entretanto, basta conversar com as pessoas de todas as origens para perceber que há perigo no ar, que a atmosfera está carregada. O bombardeio contra o governo, na linha do "tanto bate até que fura", vai ganhando terreno. E o governo, caso tenha um mínimo de juízo, deve ligar o sinal amarelo.
Como está fora do horizonte de curto e médio prazos um novo marco regulatório para as comunicações, uma vez que o governo não demonstrou coragem política para peitar o baronato da mídia, resta a alternativa de tratar, no varejo do dia a dia, tempos de guerra como tempos de guerra
Chega de subestimar a ofensiva dos adversários. Para começar, a presidenta e seus ministros mais articulados e loquazes deviam cuidar de não deixar sem resposta todas as mentiras e ataques rasteiros do PIG. Para isso, devem contar com o apoio das bancadas parlamentares, das lideranças e figuras públicas do PT. A um gabinete de crise formado pelos melhores quadros do Planalto caberia a tarefa de traçar as estratégias para a superação dessa conjuntura adversa.
É hora de parar de dar ouvidos apenas aos marqueteiros, cujas estratégias não foram capazes de evitar o rombo na imagem do governo e do PT. A população tem o direito de ouvir o outro lado, a versão do governo sobre os fatos. Mesmo que a mídia golpista boicote e distorça os esclarecimentos, o cerco acaba sendo furado. O importante é que a população perceba que existe um governo indignado com a campanha orquestrada da qual é vítima.
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