Por Glauco Faria, na revista Fórum:
A divulgação de duas pesquisas nacionais hoje (15), com base em dados de entrevistas feitas nos dias de ontem e nesta quarta-feira, podem fazer parecer que nada mudou no cenário, já que permanece o empate técnico entre Aécio Neves e Dilma Rousseff com a mesma diferença numérica de dois pontos a favor do tucano.
Mas descendo aos detalhes, vê-se que não é assim. Primeiro, é importante destacar o contexto entre a realização das duas últimas pesquisas dos institutos. De lá pra cá, houve o depoimento vazado de Paulo Roberto Costa e a exploração da mídia tradicional de forma quase exaustiva a respeito do caso Petrobras. Além disso, a série de apoios recebidos pelo candidato tucano, entre eles o da família de Eduardo Campos e o de Marina Silva, ajudavam a dar a sensação, trabalhada por jornalistas e apoiadores, de que havia um clima de “onda azul”, com a continuidade do crescimento de Aécio. Números mais que favoráveis e igualmente suspeitos de institutos de pesquisas foram divulgados largamente por apoiadores tucanos (reais e robôs) nas redes sociais.
Mas a onda virou marola. Dilma, exposta há quase quatro anos diariamente na mídia, já é conhecida do eleitorado. Aécio, não. E o trabalho da campanha da petista em mostrar aspectos do presidenciável ainda desconhecidos por parte da população acabou anulando os possíveis efeitos positivos que a série de apoios poderia ter na campanha do PSDB.
Os dados das duas pesquisas de hoje mostram que há alguns números positivos para a presidenta, e nenhum que favoreça Aécio. No Ibope, por exemplo, a avaliação ótimo/bom do governo subiu de 39% para 43%. Como, na pesquisa de hoje, Dilma apresenta a mesma porcentagem de intenções de votos, é perfeitamente crível que parte daqueles que avaliam o governo como regular possa optar pela petista ao comparar as candidaturas. Há margem para crescimento.
Já no Datafolha, a rejeição à petista oscilou para baixo, passando de 43% para 42%, e a de Aécio subiu de 34% para 38%. No limite, há um empate técnico entre os dois percentuais, sendo que a diferença entre um e outro era de nove pontos no levantamento anterior, e agora é de quatro.
Ambas as sondagens mostram que houve aumento do percentual daqueles que pretendem votar branco ou nulo. Mas isso não significa que não possam mudar de ideia até o pleito. O alto índice de audiência do debate da Band mostra essa disposição de muitos em conhecer melhor o que dizem os dois candidatos. A propósito, a repercussão do encontro entre os presidenciáveis pode ainda não ter se refletido plenamente em ambas as pesquisas, já que parte dos dados foi coletada ontem. Por enquanto, o vento é quase uma brisa, mas sopra a favor de Dilma. Em uma disputa acirrada, pode ser a diferença na reta final.
A divulgação de duas pesquisas nacionais hoje (15), com base em dados de entrevistas feitas nos dias de ontem e nesta quarta-feira, podem fazer parecer que nada mudou no cenário, já que permanece o empate técnico entre Aécio Neves e Dilma Rousseff com a mesma diferença numérica de dois pontos a favor do tucano.
Mas descendo aos detalhes, vê-se que não é assim. Primeiro, é importante destacar o contexto entre a realização das duas últimas pesquisas dos institutos. De lá pra cá, houve o depoimento vazado de Paulo Roberto Costa e a exploração da mídia tradicional de forma quase exaustiva a respeito do caso Petrobras. Além disso, a série de apoios recebidos pelo candidato tucano, entre eles o da família de Eduardo Campos e o de Marina Silva, ajudavam a dar a sensação, trabalhada por jornalistas e apoiadores, de que havia um clima de “onda azul”, com a continuidade do crescimento de Aécio. Números mais que favoráveis e igualmente suspeitos de institutos de pesquisas foram divulgados largamente por apoiadores tucanos (reais e robôs) nas redes sociais.
Mas a onda virou marola. Dilma, exposta há quase quatro anos diariamente na mídia, já é conhecida do eleitorado. Aécio, não. E o trabalho da campanha da petista em mostrar aspectos do presidenciável ainda desconhecidos por parte da população acabou anulando os possíveis efeitos positivos que a série de apoios poderia ter na campanha do PSDB.
Os dados das duas pesquisas de hoje mostram que há alguns números positivos para a presidenta, e nenhum que favoreça Aécio. No Ibope, por exemplo, a avaliação ótimo/bom do governo subiu de 39% para 43%. Como, na pesquisa de hoje, Dilma apresenta a mesma porcentagem de intenções de votos, é perfeitamente crível que parte daqueles que avaliam o governo como regular possa optar pela petista ao comparar as candidaturas. Há margem para crescimento.
Já no Datafolha, a rejeição à petista oscilou para baixo, passando de 43% para 42%, e a de Aécio subiu de 34% para 38%. No limite, há um empate técnico entre os dois percentuais, sendo que a diferença entre um e outro era de nove pontos no levantamento anterior, e agora é de quatro.
Ambas as sondagens mostram que houve aumento do percentual daqueles que pretendem votar branco ou nulo. Mas isso não significa que não possam mudar de ideia até o pleito. O alto índice de audiência do debate da Band mostra essa disposição de muitos em conhecer melhor o que dizem os dois candidatos. A propósito, a repercussão do encontro entre os presidenciáveis pode ainda não ter se refletido plenamente em ambas as pesquisas, já que parte dos dados foi coletada ontem. Por enquanto, o vento é quase uma brisa, mas sopra a favor de Dilma. Em uma disputa acirrada, pode ser a diferença na reta final.
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