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Por mais que as Jornadas de Junho tenham aberto novo ciclo político no Brasil e permitido tanto uma renovação geracional do protesto de esquerda quanto uma ressurreição de espectros da direita, a decisão dos eleitores ainda guarda uma memória institucional que não é alterada no curto prazo.
A estreita margem de distância entre Dilma e Aécio reflete parte dos ventos de junho porque subiram ligeiramente os votos nulos, as abstenções e o voto em outras forças políticas, especialmente a candidatura alternativa da Direita: Marina Silva.
Isso significa que se o PT vencer enfrentará um país muito mais dividido. Fenômeno que já é visível na Venezuela e na Argentina. Em condições políticas “normais” ainda assim, Dilma mantem vantagem. Por qual razão?
Para que ela seja derrotada não basta que não deva mais governar, é preciso que haja quem governe em seu lugar.
Ou seja, a oposição teria que ter duas qualidades que não possui: popularidade e programa alternativo. Na verdade a oposição tem programa, mas ele é impublicável: são as “medidas impopulares” de Aécio Neves.
Uma provável vitória de Dilma se dará por pequena margem de diferença de votos. No entanto, a luta política não se resume aos programas, aos apoios consolidados e à orientação ideológica do eleitorado.
Como numa guerra (Clausewitz), a destreza do comando, o objetivo político e o apoio popular se conjugam ainda com duas outras variáveis: o jogo das probabilidades e a força do acaso.
O acaso está sendo provocado. Previsivelmente, toda a grande imprensa articulou a enésima denúncia às vésperas de uma eleição. Mas dessa vez, com a possibilidade concreta de derrotar o PT, está em curso um gigantesco golpe midiático-eleitoral.
Na fase das escaramuças, começaram as demissões de jornalistas, o terrorismo eleitoral, a intimidação nas ruas e a manipulação sofisticada de pesquisas. Na fase de guerra aberta, veremos as armas de destruição em massa que a Direita usará ou não.
A campanha petista percebeu isso e adotou um tom de combate, desmontando a candidatura Aécio em suas três linhas de defesa mais frágeis: uma história pessoal que o incapacita ao governo de um país; o programa econômico do seu partido e a corrupção encouraçada de impunidade.
Mas para vencer, o PT precisará montar um verdadeiro contra–golpe de base popular. Se terá um resto de força ideológica para isso, não sabemos. Mas se perder, todo o “continente latino-americano” sofrerá um retrocesso político de dimensões inimagináveis.
1 comentários:
Estou preocupado. Nos últimos dias, estou vendo na Folha e Estadão algumas denúncias de corrupção dos Tucanos envolvendo Aécio, já divulgadas há algum tempo nos blogs progressistas. Por que estes jornais resolveram falar um pouco mais das corrupções no ninho tucano, em plena reta final da eleição? Eu penso que há tres alternativas: 1) Eles sabem que o Aécio despencou e está 10 pontos atrás e caindo; 2)Preparam uma bala-de-prata na próxima semana contra o PT; 3)Eles controlam as urnas eletrônicas em alguns estados e sabem que vão levar na fraude, por isso tentam nivelar as notícias de corrupção entre os dois partidos, se mostrando neutros nas últimas semanas. Bem, teoria sao teorias, vamos aguardar. Eu voto Dilma 13. Pela Reforma Política. Pela Reforma Econômica da Mídia e pela Reforma da Justiça (A reforma da justiça se faz necessária, é um órgao velho e facilmente aparelhado, como estamos assistindo nestas eleições).
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