Manhã de segunda-feira, 1º de Dezembro.
Já se passaram 35 dias desde que o Tribunal Superior Eleitoral anunciou o resultado do segundo turno, na noite de 26 de outubro, com a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mas tem muita gente até hoje, na oposição e na mídia tucana que, simplesmente, não aceita a quarta derrota consecutiva.
Algum amigo precisa urgentemente avisar o candidato derrotado Aécio Neves e seu mentor Fernando Henrique Cardoso que a eleição já acabou, os palanques foram desmontados e a vida continua. Quem ganhou, ganhou; quem perdeu, perdeu. Agora, para tentar voltar ao poder novamente, é preciso esperar a próxima eleição presidencial, daqui a quatro anos. É assim que acontece nas democracias.
Até lá, cabe à oposição fazer oposição, dentro das regras do jogo, apresentando críticas e alternativas ao programa de governo do partido vencedor, que ainda nem foi anunciado em detalhes pelos ministros já indicados. A posse de Dilma e de sua nova equipe no segundo governo só se dará no dia 1º de janeiro de 2015.
O que importa, daqui para a frente, é saber o que será melhor para o nosso país, independentemente do que cada candidato falou ou deixou de falar durante a campanha eleitoral, uma página virada na nossa história. Não há mais candidatos, mas apenas uma presidente da República reeleita pela vontade da maioria do povo brasileiro, de forma tão inconteste como foi o bicampeonato do Cruzeiro no Brasileirão, conquistado dentro de campo.
Ao afirmar, em entrevista a Roberto D´Ávila, exibida na noite de sábado pela Globonews, que perdeu a eleição para uma "organização criminosa", Aécio Neves em nada contribui para desmontar as orquestrações golpistas dos que fazem protestos nas ruas defendendo o impeachment de Dilma e a volta dos militares ao poder. Ao contrário, não contribui nem mesmo para o seu futuro político como novo líder da oposição, ao se inspirar no triste papel desempenhado por Henrique Capriles na Venezuela. Não foi esse o Aécio que conheci nas lutas pela redemocratização do país.
Vejam o que ele disse ao meu amigo Roberto D´Ávila:
"Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas patrocinadas por esse grupo político que está aí".
Ainda em clima de disputa eleitoral, o tucano fez duras críticas à campanha da sua adversária: "Essa campanha passará para a História. A sordidez, as calúnias, as ofensas, o aparelhamento da máquina pública, a chantagem para com os mais pobres, dizendo que nós terminaríamos com todos os programas sociais (...) Essa sordidez para se manter no poder é uma marca perversa que essa eleição deixará".
Esta postura radicalizada de Aécio, na linha dos discursos do cantor Lobão, só se justifica se ele estiver preocupado em garantir desde já sua liderança no PSDB para as eleições de 2018. Mais do que ninguém, ele sabe que, até lá, seus principais concorrentes não estão no PT, mas dentro do seu próprio partido, em que o governador paulista Geraldo Alckmin já se perfila para a sucessão de Dilma, e nunca se pode esquecer da sombra de José Serra, agora de volta à ribalta do Senado.
A resposta aos ataques fora de época de Aécio não demorou. O secretário nacional de Comunicação do PT, José Américo, qualificou a declaração de irresponsável e anunciou que vai pedir ao departamento jurídico do partido uma análise da entrevista para estudar alguma ação contra o tucano na Justiça.
"É desagradável. Aécio mostra que não sabe perder. Não é um problema político, ele está abalado psicologicamente. A derrota em Minas abalou Aécio porque, ao perder no seu estado, perdeu também a corrida dentro do próprio PSDB. Está em desvantagem na sociedade e no seu partido. E aí faz uma acusação irresponsável deste tipo".
É melhor todo mundo agora esfriar um pouco a cabeça. Papai Noel já está chegando.
Já se passaram 35 dias desde que o Tribunal Superior Eleitoral anunciou o resultado do segundo turno, na noite de 26 de outubro, com a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mas tem muita gente até hoje, na oposição e na mídia tucana que, simplesmente, não aceita a quarta derrota consecutiva.
Algum amigo precisa urgentemente avisar o candidato derrotado Aécio Neves e seu mentor Fernando Henrique Cardoso que a eleição já acabou, os palanques foram desmontados e a vida continua. Quem ganhou, ganhou; quem perdeu, perdeu. Agora, para tentar voltar ao poder novamente, é preciso esperar a próxima eleição presidencial, daqui a quatro anos. É assim que acontece nas democracias.
Até lá, cabe à oposição fazer oposição, dentro das regras do jogo, apresentando críticas e alternativas ao programa de governo do partido vencedor, que ainda nem foi anunciado em detalhes pelos ministros já indicados. A posse de Dilma e de sua nova equipe no segundo governo só se dará no dia 1º de janeiro de 2015.
O que importa, daqui para a frente, é saber o que será melhor para o nosso país, independentemente do que cada candidato falou ou deixou de falar durante a campanha eleitoral, uma página virada na nossa história. Não há mais candidatos, mas apenas uma presidente da República reeleita pela vontade da maioria do povo brasileiro, de forma tão inconteste como foi o bicampeonato do Cruzeiro no Brasileirão, conquistado dentro de campo.
Ao afirmar, em entrevista a Roberto D´Ávila, exibida na noite de sábado pela Globonews, que perdeu a eleição para uma "organização criminosa", Aécio Neves em nada contribui para desmontar as orquestrações golpistas dos que fazem protestos nas ruas defendendo o impeachment de Dilma e a volta dos militares ao poder. Ao contrário, não contribui nem mesmo para o seu futuro político como novo líder da oposição, ao se inspirar no triste papel desempenhado por Henrique Capriles na Venezuela. Não foi esse o Aécio que conheci nas lutas pela redemocratização do país.
Vejam o que ele disse ao meu amigo Roberto D´Ávila:
"Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas patrocinadas por esse grupo político que está aí".
Ainda em clima de disputa eleitoral, o tucano fez duras críticas à campanha da sua adversária: "Essa campanha passará para a História. A sordidez, as calúnias, as ofensas, o aparelhamento da máquina pública, a chantagem para com os mais pobres, dizendo que nós terminaríamos com todos os programas sociais (...) Essa sordidez para se manter no poder é uma marca perversa que essa eleição deixará".
Esta postura radicalizada de Aécio, na linha dos discursos do cantor Lobão, só se justifica se ele estiver preocupado em garantir desde já sua liderança no PSDB para as eleições de 2018. Mais do que ninguém, ele sabe que, até lá, seus principais concorrentes não estão no PT, mas dentro do seu próprio partido, em que o governador paulista Geraldo Alckmin já se perfila para a sucessão de Dilma, e nunca se pode esquecer da sombra de José Serra, agora de volta à ribalta do Senado.
A resposta aos ataques fora de época de Aécio não demorou. O secretário nacional de Comunicação do PT, José Américo, qualificou a declaração de irresponsável e anunciou que vai pedir ao departamento jurídico do partido uma análise da entrevista para estudar alguma ação contra o tucano na Justiça.
"É desagradável. Aécio mostra que não sabe perder. Não é um problema político, ele está abalado psicologicamente. A derrota em Minas abalou Aécio porque, ao perder no seu estado, perdeu também a corrida dentro do próprio PSDB. Está em desvantagem na sociedade e no seu partido. E aí faz uma acusação irresponsável deste tipo".
É melhor todo mundo agora esfriar um pouco a cabeça. Papai Noel já está chegando.
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