Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
"Eleições concluídas são, para o Poder Judiciário Eleitoral, uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que especuladores se calem. Não há espaço. Já conversei com a Corte e essa é a posição inclusive do nosso corregedor-geral eleitoral. Não há espaço para, repito, terceiro turno que possa vir a cassar o voto destes 54.501.118 eleitores".
Poucas horas antes da cerimonia de diplomação de Dilma Rousseff, na noite desta quinta-feira, para governar o país no período 2015-1018, os líderes do PSDB e seus advogados ainda fizeram mais uma tentativa de virar o jogo no tapetão, pedindo a cassação da presidente reeleita e a sua imediata substituição por Aécio Neves, o candidato derrotado nas urnas.
Pode parecer piada, mas foi exatamente isso que aconteceu, fazendo imaginar que Aécio já estava paramentado em casa, com seu melhor terno, só esperando o chamado para receber o diploma de presidente da República no lugar de Dilma.
Ao mandar os "especuladores" se calarem, o presidente do TSE procurou dar um fim à patética campanha desencadeada logo após a eleição pelas oposições partidário-midiáticas para impedir Dilma de assumir seu segundo mandato daqui a duas semanas.
No Jornal da Record News, transmitido também pelo R7, Heródoto Barbeiro lembrou bem que o papel da oposição é este mesmo, quer dizer, infernizar a vida do governo eleito, e que o PT também fez a mesma coisa quando os papéis eram invertidos, mas tudo tem sua hora e lugar. É verdade que alguns setores minoritários e radicais do PT lançaram uma campanha "Fora FHC" após a reeleição do tucano, no que foram prontamente desautorizados pela direção do partido. Só que isso aconteceu depois da posse dele no segundo mandato, não no ato da diplomação do presidente eleito, um ritual solene na democracia.
O recado embutido no discurso de Toffoli acabou sendo uma resposta ao pedido feito no mesmo dia pelo PSDB para a abertura de uma investigação judicial eleitoral contra Dilma, alegando supostos atos que teriam afetado a igualdade dos candidatos durante a campanha e acusando a presidente reeleita de utilizar a máquina pública e abusar do poder econômico.
Seria mais ou menos como se, no futebol, na festa da entrega das faixas ao campeão, algum advogado do time derrotado entrasse em campo com um pedido de liminar e simplesmente levasse o troféu para casa, alegando que o resultado foi injusto para seu clube.
Em seu discurso, a presidente Dilma não fez referência à apelação do PSDB e procurou contemporizar, propondo um "pacto nacional contra a corrupção". Para ela, "cumprir a vontade popular é uma missão generosa que, em vez de oprimir, liberta e, em vez de enfraquecer, fortalece".
No trecho central da sua fala, a presidente também mandou um conselho à oposição:
"Como uma eleição democrática não é uma guerra, ela não produz vencidos. O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer que governe e quem ele quer que seja oposição, simples assim. Cabe a quem foi escolhido para governar, governar bem. Cabe a quem foi escolhido para ser oposição, exercer da melhor forma possível o seu papel. Mais importante e mais difícil do que saber perder, é saber vencer".
Que assim seja.
*****
Com este texto, encerro, quase dois meses após a proclamação dos resultados pelo TSE, a minha participação na cobertura das Eleições 2014, que me ocuparam a maior parte do tempo durante todo este ano.
Não faço nenhuma questão de ter razão, nem em casa, nem no trabalho, nem no debate político. Só quero mesmo é ser feliz, com a consciência tranquila do dever cumprido da forma mais honesta possível, só escrevendo e falando o que penso, mesmo que ninguém concorde comigo.
Apanhei, como de costume, dos dois lados envolvidos na disputa, mas não me queixo. A vida de repórter é assim mesmo. Entre ser feliz e estar com a razão, ficarei com a primeira alternativa, sempre.
Vida que segue.
Até usei meu parco inglês no título para ver se consigo me fazer entender melhor. Em bom português, o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, ministro Dias Toffoli, foi direto ao ponto para não deixar margem a dúvidas, e mandou um duro recado aos tucanos inconformados:
"Eleições concluídas são, para o Poder Judiciário Eleitoral, uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que especuladores se calem. Não há espaço. Já conversei com a Corte e essa é a posição inclusive do nosso corregedor-geral eleitoral. Não há espaço para, repito, terceiro turno que possa vir a cassar o voto destes 54.501.118 eleitores".
Poucas horas antes da cerimonia de diplomação de Dilma Rousseff, na noite desta quinta-feira, para governar o país no período 2015-1018, os líderes do PSDB e seus advogados ainda fizeram mais uma tentativa de virar o jogo no tapetão, pedindo a cassação da presidente reeleita e a sua imediata substituição por Aécio Neves, o candidato derrotado nas urnas.
Pode parecer piada, mas foi exatamente isso que aconteceu, fazendo imaginar que Aécio já estava paramentado em casa, com seu melhor terno, só esperando o chamado para receber o diploma de presidente da República no lugar de Dilma.
Ao mandar os "especuladores" se calarem, o presidente do TSE procurou dar um fim à patética campanha desencadeada logo após a eleição pelas oposições partidário-midiáticas para impedir Dilma de assumir seu segundo mandato daqui a duas semanas.
No Jornal da Record News, transmitido também pelo R7, Heródoto Barbeiro lembrou bem que o papel da oposição é este mesmo, quer dizer, infernizar a vida do governo eleito, e que o PT também fez a mesma coisa quando os papéis eram invertidos, mas tudo tem sua hora e lugar. É verdade que alguns setores minoritários e radicais do PT lançaram uma campanha "Fora FHC" após a reeleição do tucano, no que foram prontamente desautorizados pela direção do partido. Só que isso aconteceu depois da posse dele no segundo mandato, não no ato da diplomação do presidente eleito, um ritual solene na democracia.
O recado embutido no discurso de Toffoli acabou sendo uma resposta ao pedido feito no mesmo dia pelo PSDB para a abertura de uma investigação judicial eleitoral contra Dilma, alegando supostos atos que teriam afetado a igualdade dos candidatos durante a campanha e acusando a presidente reeleita de utilizar a máquina pública e abusar do poder econômico.
Seria mais ou menos como se, no futebol, na festa da entrega das faixas ao campeão, algum advogado do time derrotado entrasse em campo com um pedido de liminar e simplesmente levasse o troféu para casa, alegando que o resultado foi injusto para seu clube.
Em seu discurso, a presidente Dilma não fez referência à apelação do PSDB e procurou contemporizar, propondo um "pacto nacional contra a corrupção". Para ela, "cumprir a vontade popular é uma missão generosa que, em vez de oprimir, liberta e, em vez de enfraquecer, fortalece".
No trecho central da sua fala, a presidente também mandou um conselho à oposição:
"Como uma eleição democrática não é uma guerra, ela não produz vencidos. O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer que governe e quem ele quer que seja oposição, simples assim. Cabe a quem foi escolhido para governar, governar bem. Cabe a quem foi escolhido para ser oposição, exercer da melhor forma possível o seu papel. Mais importante e mais difícil do que saber perder, é saber vencer".
Que assim seja.
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Com este texto, encerro, quase dois meses após a proclamação dos resultados pelo TSE, a minha participação na cobertura das Eleições 2014, que me ocuparam a maior parte do tempo durante todo este ano.
Não faço nenhuma questão de ter razão, nem em casa, nem no trabalho, nem no debate político. Só quero mesmo é ser feliz, com a consciência tranquila do dever cumprido da forma mais honesta possível, só escrevendo e falando o que penso, mesmo que ninguém concorde comigo.
Apanhei, como de costume, dos dois lados envolvidos na disputa, mas não me queixo. A vida de repórter é assim mesmo. Entre ser feliz e estar com a razão, ficarei com a primeira alternativa, sempre.
Vida que segue.
1 comentários:
Que considerações finais perfeitas,Kotscho,às boas informações do seu balaio sempre vou me alegrar em ter acesso, mesmo que tenha que bater na porta com toda a cerimônia (http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/)!
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