Por Altamiro Borges
Na sexta-feira (17), os jornalistas Fausto Macedo e Julia Affonso, do Estadão, informaram em primeira mão que “o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia (acusação formal) à Justiça contra 11 executivos de empresas do setor ferroviário e um ex-funcionário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo a Promotoria, os denunciados participaram de cartel em contratos firmados para ‘o fornecimento de trens e materiais ferroviários na execução de três projetos da estatal’. Os contratos foram firmados em 2007 e 2008 (Governo José Serra-PSDB)”. A notícia, porém, não teve qualquer repercussão no restante da mídia. Não virou manchete nos jornalões nem gerou comentários ácidos nas emissoras de rádio e tevê. Como não saiu no “Jornal Nacional”, a denúncia da promotoria não existe... nem José Serra ou o “trensalão tucano”!
Ainda de acordo com a reportagem do Estadão, os 11 executivos foram denunciados por crimes contra a ordem econômica e contra a administração pública. Já o ex-diretor da CPTM, Reynaldo Ranger Dinamarco, foi acusado da prática de crimes contra a administração pública por três vezes. O “trensalão tucano” – que a mídia insiste em chamar pelo pomposo nome de “cartel dos trens” – foi revelado em 2013 pela multinacional Siemens, em acordo de leniência firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Segundo a denúncia, o conluio teria operado entre 1998 e 2008, em São Paulo, nos governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB. Em dezembro de 2014, a Polícia Federal concluiu inquérito sobre o caso e indiciou 33 investigados, entre eles o então presidente da CPTM, Mario Manuel Bandeira.
Segundo a denúncia do promotor Marcelo Batlouni Mendroni, do Grupo Especial de Delitos Econômicos, as empresas citadas dividiram entre si três contratos “combinando as propostas que apresentariam nas concorrências públicas... Elas dividiram o mercado e o preço final superfaturado, direcionando cada licitação e sabendo previamente qual empresa seria a vencedora de cada um dos contratos e quais os preços de cada uma, o que fazia com que as outras empresas que participavam do cartel ofertassem suas propostas a preços superiores ou simplesmente não participassem da concorrência na referida licitação, deixando de oferecer proposta”. O promotor mostra que os processos licitatórios ocorreram num único mês – em outubro de 2007, durante o governo de José Serra –, de forma a facilitar o controle da divisão dos contratos entre as empresas.
Pelos cálculos parciais do promotor, o esquema de corrupção do “cartel dos trens” resultou num superfaturamento de R$ 110 milhões. “As empresas só montam cartel para superfaturar contratos. No caso desses três contratos, que somam R$ 550 milhões, em valores de 2007, estimamos que o superfaturamento tenha sido de 20%, ou R$ 110 milhões”, afirma Marcelo Mendroni. Procuradas pela reportagem do Estadão, todas as onze empresas citadas na denúncia da promotoria – entre elas, as já famosas Tejofran, Bombardier e Alstom – negaram as acusações. Já os tucanos, que adoram posar de vestais da ética e gostam do barulho de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), não se manifestaram. O senador José Serra, como sempre, fingiu-se de morto. Todos os envolvidos contam com a cumplicidade da Justiça paulista e o silêncio amigo da mídia!
Em editorial publicado em 23 de fevereiro, intitulado “Investigação parada”, a própria Folha tucana reconheceu – ou confessou – que o PSDB goza de enorme impunidade em São Paulo. De forma indireta e singela, o jornal até criticou o governador Geraldo Alckmin, acusado de barrar “qualquer tentativa de investigar o caso [do cartel dos trens] no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado”. O jornal também questionou a ação do Supremo Tribunal Federal, que “suspendeu processo disciplinar contra o procurador Rodrigo de Grandis, que deixou parado por quase três anos um pedido de investigação da Suíça a respeito do caso Alstom". E ainda citou o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) e o ex-deputado José Anibal (PSDB-SP), "incriminados por um executivo da Siemens em depoimento considerado inconsistente pelo STF”.
Na sexta-feira (17), os jornalistas Fausto Macedo e Julia Affonso, do Estadão, informaram em primeira mão que “o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia (acusação formal) à Justiça contra 11 executivos de empresas do setor ferroviário e um ex-funcionário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo a Promotoria, os denunciados participaram de cartel em contratos firmados para ‘o fornecimento de trens e materiais ferroviários na execução de três projetos da estatal’. Os contratos foram firmados em 2007 e 2008 (Governo José Serra-PSDB)”. A notícia, porém, não teve qualquer repercussão no restante da mídia. Não virou manchete nos jornalões nem gerou comentários ácidos nas emissoras de rádio e tevê. Como não saiu no “Jornal Nacional”, a denúncia da promotoria não existe... nem José Serra ou o “trensalão tucano”!
Ainda de acordo com a reportagem do Estadão, os 11 executivos foram denunciados por crimes contra a ordem econômica e contra a administração pública. Já o ex-diretor da CPTM, Reynaldo Ranger Dinamarco, foi acusado da prática de crimes contra a administração pública por três vezes. O “trensalão tucano” – que a mídia insiste em chamar pelo pomposo nome de “cartel dos trens” – foi revelado em 2013 pela multinacional Siemens, em acordo de leniência firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Segundo a denúncia, o conluio teria operado entre 1998 e 2008, em São Paulo, nos governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB. Em dezembro de 2014, a Polícia Federal concluiu inquérito sobre o caso e indiciou 33 investigados, entre eles o então presidente da CPTM, Mario Manuel Bandeira.
Segundo a denúncia do promotor Marcelo Batlouni Mendroni, do Grupo Especial de Delitos Econômicos, as empresas citadas dividiram entre si três contratos “combinando as propostas que apresentariam nas concorrências públicas... Elas dividiram o mercado e o preço final superfaturado, direcionando cada licitação e sabendo previamente qual empresa seria a vencedora de cada um dos contratos e quais os preços de cada uma, o que fazia com que as outras empresas que participavam do cartel ofertassem suas propostas a preços superiores ou simplesmente não participassem da concorrência na referida licitação, deixando de oferecer proposta”. O promotor mostra que os processos licitatórios ocorreram num único mês – em outubro de 2007, durante o governo de José Serra –, de forma a facilitar o controle da divisão dos contratos entre as empresas.
Pelos cálculos parciais do promotor, o esquema de corrupção do “cartel dos trens” resultou num superfaturamento de R$ 110 milhões. “As empresas só montam cartel para superfaturar contratos. No caso desses três contratos, que somam R$ 550 milhões, em valores de 2007, estimamos que o superfaturamento tenha sido de 20%, ou R$ 110 milhões”, afirma Marcelo Mendroni. Procuradas pela reportagem do Estadão, todas as onze empresas citadas na denúncia da promotoria – entre elas, as já famosas Tejofran, Bombardier e Alstom – negaram as acusações. Já os tucanos, que adoram posar de vestais da ética e gostam do barulho de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), não se manifestaram. O senador José Serra, como sempre, fingiu-se de morto. Todos os envolvidos contam com a cumplicidade da Justiça paulista e o silêncio amigo da mídia!
Em editorial publicado em 23 de fevereiro, intitulado “Investigação parada”, a própria Folha tucana reconheceu – ou confessou – que o PSDB goza de enorme impunidade em São Paulo. De forma indireta e singela, o jornal até criticou o governador Geraldo Alckmin, acusado de barrar “qualquer tentativa de investigar o caso [do cartel dos trens] no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado”. O jornal também questionou a ação do Supremo Tribunal Federal, que “suspendeu processo disciplinar contra o procurador Rodrigo de Grandis, que deixou parado por quase três anos um pedido de investigação da Suíça a respeito do caso Alstom". E ainda citou o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) e o ex-deputado José Anibal (PSDB-SP), "incriminados por um executivo da Siemens em depoimento considerado inconsistente pelo STF”.
A chiadeira da Folha, porém, foi puro jogo de cena de um jornal que também tem o rabo preso com os tucanos.
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