Por Breno Altman, em seu blog:
O anúncio do Vaticano, de que reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina em novo tratado, provocou muxoxos e esperneios do governo liderado por Benjamin Netanyahu.
A razão é simples, embora pareça apenas simbólica em alguns aspectos.
O estatuto atual da Autoridade Palestina, inferior ao de nação plenamente estabelecida, favorece chantagem exercida pela aliança entre Israel e Estados Unidos.
Ou os palestinos aceitam exigências draconianas apresentadas pela direita sionista ou verão seu futuro nacional adiado para as calendas gregas: tais são os termos praticados por Tel Aviv, com a benção da Casa Branca.
Quando este cerco é rompido, através do estabelecimento de relações diplomáticas integrais, tanto por países quanto por fóruns internacionais, entra em crise a política de asfixia e protelação contra a Palestina.
Não é à toa a reação intempestiva protagonizada por Netanyahu desde 2011, quando Mahmoud Abbas, presidente da AP, solicitou condição de membro pleno na Organização das Nações Unidas.
Os Estados Unidos ameaçaram vetar, no Conselho de Segurança da instituição, qualquer decisão favorável a esta demanda. Acabou-se por atribuir o título de Estado observador à Palestina.
Algumas agências da ONU, no entanto, acataram a proposição de Abbas, como foi o caso da Unesco, imediatamente punida com o corte das contribuições devidas pelos norte-americanos à entidade.
A belicosidade sionista ficou ainda mais exacerbada no mês passado, quando os palestinos passaram a participar do Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia.
A medida permite que crimes cometidos nos territórios ocupados por Israel desde 1967 possam ser julgados nessa corte, incluindo o massacre de civis na Faixa de Gaza, levado a cabo em 2014, durante a chamada Operação Margem Protetora.
Vários países e parlamentos seguiram a mesma senda, entre esses o Brasil e diversas outras nações sul-americanas. O papa Francisco agora se soma, oficialmente, ao bloco que pretende esvaziar o jogo sujo patrocinado pelos piores setores do sionismo.
A chancelaria israelense não tardou a demonstrar seu desagrado, em nota oficial: “Esse passo não faz avançar o processo de paz e põe os líderes palestinos ainda mais distantes de um retorno às negociações diretas e bilaterais.”
A redação cifrada não esconde o gosto amargo da derrota diplomática: a cada avanço na recepção incondicional da Palestina em organismos da comunidade internacional, mais se deslegitima o garrote racista de Israel.
A posição do Vaticano também atinge o plano simbólico, ao fixar comunhão entre católicos e muçulmanos a respeito da questão palestina.
Este movimento dificilmente provocará recuos importantes no comportamento de Israel, mas colabora para criar um novo ambiente, de crescente isolamento, no qual podem se multiplicar operações de boicote e pressão capazes de dobrar a coluna vertebral do colonialismo sionista, forçando-o a um acordo de paz justo e permanente.
O medo de Tel Aviv é viver, mais cedo ou mais tarde, sufoco semelhante ao da África do Sul na era doapartheid, tratada como pária pela maioria das nações até bater a mão na lona.
A preocupação não é despropositada, embora longínqua. A atitude do papa Francisco, nessa lógica, aproxima a hora da verdade para Netanyahu e seus aliados.
O anúncio do Vaticano, de que reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina em novo tratado, provocou muxoxos e esperneios do governo liderado por Benjamin Netanyahu.
A razão é simples, embora pareça apenas simbólica em alguns aspectos.
O estatuto atual da Autoridade Palestina, inferior ao de nação plenamente estabelecida, favorece chantagem exercida pela aliança entre Israel e Estados Unidos.
Ou os palestinos aceitam exigências draconianas apresentadas pela direita sionista ou verão seu futuro nacional adiado para as calendas gregas: tais são os termos praticados por Tel Aviv, com a benção da Casa Branca.
Quando este cerco é rompido, através do estabelecimento de relações diplomáticas integrais, tanto por países quanto por fóruns internacionais, entra em crise a política de asfixia e protelação contra a Palestina.
Não é à toa a reação intempestiva protagonizada por Netanyahu desde 2011, quando Mahmoud Abbas, presidente da AP, solicitou condição de membro pleno na Organização das Nações Unidas.
Os Estados Unidos ameaçaram vetar, no Conselho de Segurança da instituição, qualquer decisão favorável a esta demanda. Acabou-se por atribuir o título de Estado observador à Palestina.
Algumas agências da ONU, no entanto, acataram a proposição de Abbas, como foi o caso da Unesco, imediatamente punida com o corte das contribuições devidas pelos norte-americanos à entidade.
A belicosidade sionista ficou ainda mais exacerbada no mês passado, quando os palestinos passaram a participar do Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia.
A medida permite que crimes cometidos nos territórios ocupados por Israel desde 1967 possam ser julgados nessa corte, incluindo o massacre de civis na Faixa de Gaza, levado a cabo em 2014, durante a chamada Operação Margem Protetora.
Vários países e parlamentos seguiram a mesma senda, entre esses o Brasil e diversas outras nações sul-americanas. O papa Francisco agora se soma, oficialmente, ao bloco que pretende esvaziar o jogo sujo patrocinado pelos piores setores do sionismo.
A chancelaria israelense não tardou a demonstrar seu desagrado, em nota oficial: “Esse passo não faz avançar o processo de paz e põe os líderes palestinos ainda mais distantes de um retorno às negociações diretas e bilaterais.”
A redação cifrada não esconde o gosto amargo da derrota diplomática: a cada avanço na recepção incondicional da Palestina em organismos da comunidade internacional, mais se deslegitima o garrote racista de Israel.
A posição do Vaticano também atinge o plano simbólico, ao fixar comunhão entre católicos e muçulmanos a respeito da questão palestina.
Este movimento dificilmente provocará recuos importantes no comportamento de Israel, mas colabora para criar um novo ambiente, de crescente isolamento, no qual podem se multiplicar operações de boicote e pressão capazes de dobrar a coluna vertebral do colonialismo sionista, forçando-o a um acordo de paz justo e permanente.
O medo de Tel Aviv é viver, mais cedo ou mais tarde, sufoco semelhante ao da África do Sul na era doapartheid, tratada como pária pela maioria das nações até bater a mão na lona.
A preocupação não é despropositada, embora longínqua. A atitude do papa Francisco, nessa lógica, aproxima a hora da verdade para Netanyahu e seus aliados.
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