Inácio Teixeira / coperphoto.com.br |
Em assembleia realizada nesta sexta-feira (15), os professores de rede estadual de São Paulo decidiram manter a greve iniciada em 16 de março. A paralisação já é a terceira mais longa da história da combativa categoria – em 1989, ela durou 80 dias; em 1993, teve 79 dias de duração. Após a assembleia, os professores saíram em passeata pelas ruas centrais da capital paulista. Segundo o sindicato da categoria, a Apeoesp, o protesto reuniu mais de 40 mil participantes. O comando da Polícia Militar, tão generoso com a marcha golpista de março passado – quando estimou em mais de um milhão de presentes –, “calculou” que a passeata dos grevistas reuniu 1.800 pessoas!
Já a mídia golpista, que também adora os protestos da direita pelo impeachment da presidenta Dilma e pelo retorno dos milicos ao poder – tanto que libera os seus artistas globais para estrelarem vídeos de convocação das marchas, altera os horários das partidas de futebol e faz coberturas entusiastas dos “atos pela democracia” –, segue sabotando a greve dos professores de São Paulo. Alguns telejornais voltaram a repetir o bordão antissindical de que a passeata “congestionou o trânsito” – algo bastante incomum na capital paulista! Já o oligárquico Estadão voltou a acusar a Apeoesp de liderar uma “greve política” contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), um santo blindado pela mídia!
Até agora, o Palácio dos Bandeirantes não apresentou uma contraproposta à categoria em greve, que reivindica reajuste salarial e melhorias no ensino público. O tucano Geraldo Alckmin, conhecido por sua postura truculenta e intransigente, aposta no esvaziamento da mobilização e conta com a inestimável ajuda da mídia chapa-branca, que faz de tudo para invisibilizar a prolongada greve. A Apeoesp garante que 62% dos docentes estão parados no Estado. Já o governo afirma que a paralisação atinge 5% da categoria – antes, ele negava a existência da greve. A Folha tucana, metida a fazer cálculos, informa que “apenas” 15% dos 235 mil professores de São Paulo aderiram à paralisação.
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