Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
O desemprego voltou a subir e a taxa trimestral de junho a agosto chegou a 8,7%, segundo o IBGE, o maior índice dos últimos três anos. Isso quer dizer que a população desocupada chegou a 8,8 milhões de brasileiros. Este ano, o rombo nas contas do governo, segundo as últimas informações, ameaça ultrapassar R$ 100 bilhões. Os cálculos da recessão em 2015 já estão próximos de 3%. E todos os dias ficamos sabendo que hospitais públicos estão deixando de atender pacientes por falta de recursos.
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados, ainda presidida pelo homem-bomba Eduardo Cunha, tem outra prioridade: construir mais um prédio para maior conforto de suas excelências. Escondidinha num canto de pé de página da Folha, como se fosse a coisa mais normal do mundo, leio a notícia que deveria estar na manchete: "Deputado autoriza obra de expansão da Câmara".
No meio do furacão da crise política e econômica que varre o País, Cunha encontrou tempo para reunir a Mesa Diretora nesta quarta-feira com o objetivo de autorizar o início das obras do "Parlashopping", um conjunto de prédios que inclui novos gabinetes e auditório, garagem subterrânea, restaurantes e lojas. Coisa fina.
Como se todo mundo fosse idiota, o presidente da Câmara antecipou-se às críticas e foi logo avisando que a grana para dar início das obras - módicos R$ 400 milhões - já está no cofre. "Não é dinheiro do Tesouro. Isso não afeta o ajuste fiscal".
Segundo ele, a verba foi obtida com a venda da folha de pagamento dos milhares dos funcionários da Câmara. Como assim? Vendida para quem, quando, como, com que objetivos? Eduardo Cunha não se viu na obrigação de dar maiores esclarecimentos sobre o negócio, nem lhe foi solicitado. Também não informou qual será o custo total da obra.
Tempos atrás, quando este inacreditável personagem assumiu a presidência da Câmara e logo anunciou a construção do "Parlashopping", chegou-se a falar num orçamento de R$ 1 bilhão, que seria parcialmente custeado pela iniciativa privada. Claro que, no final das contas, vai custar muito mais do que isso e quem vai pagar somos nós, como aconteceu com os estádios da Copa no Brasil.
Ao anunciar a grande novidade, porém, Cunha não falou mais sobre a parceria com empresas privadas, alegando que, por culpa da situação econômica, ainda não houve uma decisão sobre o assunto. Como se ele nada tivesse a ver com esta crise econômica, depois de se dedicar nos últimos meses a emperrar as discussões sobre as propostas de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda para equilibrar as contas públicas.
Ao contrário, com suas pautas-bomba, o presidente da Câmara, preocupado unicamente em desgastar o governo federal na tentativa desesperada de salvar seu cargo e o mandato, fez todo o possível para aumentar as despesas e diminuir a arrecadação, levando ao atual impasse político e econômico que está ameaçando paralisar o País. De forma cínica e irresponsável, com um sorrisinho no canto da boca, o homem-bomba está dando uma banana para todos nós.
A cada dia, Eduardo Cunha e sua fiel tropa de choque do baixo clero sempre conseguem avançar mais um passo rumo ao abismo, sem dar a menor bola à distinta platéia. Até quando?
E vamos que vamos.
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados, ainda presidida pelo homem-bomba Eduardo Cunha, tem outra prioridade: construir mais um prédio para maior conforto de suas excelências. Escondidinha num canto de pé de página da Folha, como se fosse a coisa mais normal do mundo, leio a notícia que deveria estar na manchete: "Deputado autoriza obra de expansão da Câmara".
No meio do furacão da crise política e econômica que varre o País, Cunha encontrou tempo para reunir a Mesa Diretora nesta quarta-feira com o objetivo de autorizar o início das obras do "Parlashopping", um conjunto de prédios que inclui novos gabinetes e auditório, garagem subterrânea, restaurantes e lojas. Coisa fina.
Como se todo mundo fosse idiota, o presidente da Câmara antecipou-se às críticas e foi logo avisando que a grana para dar início das obras - módicos R$ 400 milhões - já está no cofre. "Não é dinheiro do Tesouro. Isso não afeta o ajuste fiscal".
Segundo ele, a verba foi obtida com a venda da folha de pagamento dos milhares dos funcionários da Câmara. Como assim? Vendida para quem, quando, como, com que objetivos? Eduardo Cunha não se viu na obrigação de dar maiores esclarecimentos sobre o negócio, nem lhe foi solicitado. Também não informou qual será o custo total da obra.
Tempos atrás, quando este inacreditável personagem assumiu a presidência da Câmara e logo anunciou a construção do "Parlashopping", chegou-se a falar num orçamento de R$ 1 bilhão, que seria parcialmente custeado pela iniciativa privada. Claro que, no final das contas, vai custar muito mais do que isso e quem vai pagar somos nós, como aconteceu com os estádios da Copa no Brasil.
Ao anunciar a grande novidade, porém, Cunha não falou mais sobre a parceria com empresas privadas, alegando que, por culpa da situação econômica, ainda não houve uma decisão sobre o assunto. Como se ele nada tivesse a ver com esta crise econômica, depois de se dedicar nos últimos meses a emperrar as discussões sobre as propostas de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda para equilibrar as contas públicas.
Ao contrário, com suas pautas-bomba, o presidente da Câmara, preocupado unicamente em desgastar o governo federal na tentativa desesperada de salvar seu cargo e o mandato, fez todo o possível para aumentar as despesas e diminuir a arrecadação, levando ao atual impasse político e econômico que está ameaçando paralisar o País. De forma cínica e irresponsável, com um sorrisinho no canto da boca, o homem-bomba está dando uma banana para todos nós.
A cada dia, Eduardo Cunha e sua fiel tropa de choque do baixo clero sempre conseguem avançar mais um passo rumo ao abismo, sem dar a menor bola à distinta platéia. Até quando?
E vamos que vamos.
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