Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
A Marcha de Mulheres Negras reuniu mais de 20 mil pessoas em Brasília neste dia 18. O lema da marcha é contra o racismo, a violência e pelo bem viver. Foi organizada por entidades anti-racistas e de mulheres negras.
O protagonismo de representantes de setores oprimidos gera revolta na direita. Pessoas acampadas em Brasília que fazem protesto pelo impeachment da presidenta Dilma Roussef não gostaram da presença das caras pretas das mulheres – e em número bem maior que eles.
Mulheres negras que não aceitam ser subordinadas.
Que não aceitam ter seus corpos usados como objetos sexuais; ou como instrumentos de trabalho doméstico e precário.
Ou serem sacos de pancadas da violência machista.
Por isto, são caras pretas que assustam o machismo, o racismo e os direitistas.
Na marcha, dois policiais civis foram presos por darem tiros para o alto. Estes policiais estavam no acampamento que pede a volta da ditadura militar. A alegação de um deles é que se sentiu “ameaçado” pelas manifestantes.
De fato, pessoas como esta tem que se sentir ameaçadas. Os seus privilégios de gênero e de raça estão ameaçados pela luta das mulheres negras.
Em tempo: antes que venha algum engraçadinho dizer, esta marcha NÃO RECEBEU NENHUM APOIO DE PARTIDO POLÍTICO E DE NENHUM ÓRGÃO DO GOVERNO.
Sou testemunha disto, pois conheço várias companheiras que fazem parte do núcleo que organizou e vi de perto a enorme dificuldade para garantir a estrutura mínima.
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