Por Jandira Feghali
Em um episódio lamentável vemos, na semana em que comemoramos o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, a impunidade prevalecer na Câmara dos Deputados. Foi proposto o arquivamento, sob a relatoria do deputado federal Washington Reis (PMDB/RJ), no Conselho de Ética da Câmara, o processo que investiga a agressão do deputado Alberto Fraga (DEM/DF) dirigida a mim e a todas as mulheres em Plenário. O parecer do relator banaliza a violência praticada contra a mulher e, particularmente, a atuação política delas. Essa decisão também coloca uma questão que só tomou relevo pela luta de mulheres corajosas, como uma coisa menor.
Em maio, ao tentar impedir que o deputado federal Roberto Freire (PPS/SP) parasse de empurrar as costas de um parlamentar da minha bancada durante seu discurso, o mesmo pegou meu braço e o puxou com força, torcendo-o. Foi neste momento que a fala de Fraga veio à tona e não deixa margens para dúvidas: “Eu digo sempre que mulher que participa da política e bate como homem tem que apanhar como homem também”.
A tradução é clara. Se as mulheres se atrevem a entrar na política e defender com veemência suas opiniões estão assumindo um comportamento que é próprio dos homens e, portanto, devem ser tratadas como ele julga normal tratar outro homem, na violência.
No momento em que milhares de mulheres tomam as ruas de diversas capitais em sua “primavera”, é desalentador que tenhamos que assistir esse espetáculo de machismo e de uma visão deturpada sobre o espaço da mulher na política. Uma fala como essa tem repercussões e consequências gravíssimas.
Cada vez que se incorpora e alivia um discurso desse, a violência contra a mulher e o feminicídio ganham força. Num país em que mais de 2 mil mulheres morrem ao ano pela violência cometida pelo parceiro ou ex-parceiro, é terrível que cheguemos ao ponto de ouvir que a “agressão dita em Plenário” não passou de uma fala “mal educada”. Que a verdadeira vítima é o agressor. Que não houve incitação à violência ou qualquer traço de preconceito contra a participação das mulheres na política.
Vivemos tempos de luta contra o fim de direitos históricos garantidos a nós, no mundo do trabalho, na saúde, na educação e diversos outros campos da vida. Desta luta não abrimos mão e a revolta contra o parecer não diminuirá nossa determinação. Não vamos abaixar a cabeça para qualquer atitude preconceituosa ou misógina. Para qualquer discurso que banalize ou queira justificar a violência. Estamos todas chamadas a redobrar a resistência e reverberar o levante feminino contra a opressão de gênero que, como querem alguns, não é uma questão menor, mas uma questão de justiça.
Firmeza, coragem e destemor não são características exclusivamente masculinas. São características das mulheres e englobam desde a dor do parto até a luta política concreta, não só pela proteção dos filhos, mas também contra as adversidades da vida. As mulheres que têm essa atitude na vida também a tem na política. nem todos compreendam qual é o sacrifício pessoal que nós mulheres fazemos para estar nesta luta, cotidianamente, batalhando por aquilo em que nós acreditamos. Mas, mesmo incompreendidas, prosseguiremos porque essa é uma opção de vida. Já demos grandes passos no passado e não vamos retroceder em nossa caminho pela igualdade de direitos. Táo pouco, iremos esmorecer na tentativa de dar a punição merecida ao parlamentar envolvido no Conselho de Ética.
Em um episódio lamentável vemos, na semana em que comemoramos o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, a impunidade prevalecer na Câmara dos Deputados. Foi proposto o arquivamento, sob a relatoria do deputado federal Washington Reis (PMDB/RJ), no Conselho de Ética da Câmara, o processo que investiga a agressão do deputado Alberto Fraga (DEM/DF) dirigida a mim e a todas as mulheres em Plenário. O parecer do relator banaliza a violência praticada contra a mulher e, particularmente, a atuação política delas. Essa decisão também coloca uma questão que só tomou relevo pela luta de mulheres corajosas, como uma coisa menor.
Em maio, ao tentar impedir que o deputado federal Roberto Freire (PPS/SP) parasse de empurrar as costas de um parlamentar da minha bancada durante seu discurso, o mesmo pegou meu braço e o puxou com força, torcendo-o. Foi neste momento que a fala de Fraga veio à tona e não deixa margens para dúvidas: “Eu digo sempre que mulher que participa da política e bate como homem tem que apanhar como homem também”.
A tradução é clara. Se as mulheres se atrevem a entrar na política e defender com veemência suas opiniões estão assumindo um comportamento que é próprio dos homens e, portanto, devem ser tratadas como ele julga normal tratar outro homem, na violência.
No momento em que milhares de mulheres tomam as ruas de diversas capitais em sua “primavera”, é desalentador que tenhamos que assistir esse espetáculo de machismo e de uma visão deturpada sobre o espaço da mulher na política. Uma fala como essa tem repercussões e consequências gravíssimas.
Cada vez que se incorpora e alivia um discurso desse, a violência contra a mulher e o feminicídio ganham força. Num país em que mais de 2 mil mulheres morrem ao ano pela violência cometida pelo parceiro ou ex-parceiro, é terrível que cheguemos ao ponto de ouvir que a “agressão dita em Plenário” não passou de uma fala “mal educada”. Que a verdadeira vítima é o agressor. Que não houve incitação à violência ou qualquer traço de preconceito contra a participação das mulheres na política.
Vivemos tempos de luta contra o fim de direitos históricos garantidos a nós, no mundo do trabalho, na saúde, na educação e diversos outros campos da vida. Desta luta não abrimos mão e a revolta contra o parecer não diminuirá nossa determinação. Não vamos abaixar a cabeça para qualquer atitude preconceituosa ou misógina. Para qualquer discurso que banalize ou queira justificar a violência. Estamos todas chamadas a redobrar a resistência e reverberar o levante feminino contra a opressão de gênero que, como querem alguns, não é uma questão menor, mas uma questão de justiça.
Firmeza, coragem e destemor não são características exclusivamente masculinas. São características das mulheres e englobam desde a dor do parto até a luta política concreta, não só pela proteção dos filhos, mas também contra as adversidades da vida. As mulheres que têm essa atitude na vida também a tem na política. nem todos compreendam qual é o sacrifício pessoal que nós mulheres fazemos para estar nesta luta, cotidianamente, batalhando por aquilo em que nós acreditamos. Mas, mesmo incompreendidas, prosseguiremos porque essa é uma opção de vida. Já demos grandes passos no passado e não vamos retroceder em nossa caminho pela igualdade de direitos. Táo pouco, iremos esmorecer na tentativa de dar a punição merecida ao parlamentar envolvido no Conselho de Ética.
Violência contra mulher, NÃO!
* Jandira Feghali é médica, deputada federal (RJ) e líder do PCdoB.
* Jandira Feghali é médica, deputada federal (RJ) e líder do PCdoB.
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