Foto: Jornalistas Livres |
Um dia depois de vazar a informação de que a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo prepara uma “guerra” contra o movimento de estudantes que ocupam escolas em protesto à reorganização escolar, os adolescentes denunciaram hoje (30) ações truculentas da Polícia Militar nas unidades ocupadas. Mesmo indo contra determinação judicial, PMs entraram uma escola no extremo sul da capital e um aluno foi levado para a delegacia. Em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, policiais agiram com truculência contra estudantes que realizaram um ato. Na zona norte, estudantes têm sofrido intimidações.
Pelo menos dez policiais entraram, sem mandato judicial, na escola Honório Monteiro, em M'Boi Mirim, extremo sul da capital. “Havia uma aglomeração de estudantes, pais e professores na porta da escola. Foi quando chegaram cinco viaturas da PM. Ficamos com medo de bater de frente e eles entrarem na força, por isso fomos obrigados a dar passagem. Eles entraram pressionando. Eu e um aluno de 17 anos filmamos a ação e fomos presos e encaminhados à 100ª delegacia de polícia”, conta Gilberto Abreu Almeida, morador vizinho da escola que tem ajudado os estudantes a cuidar da escola ocupada.
Na delegacia, foi feito um boletim de ocorrência para relatar o fato, na presença de um advogado voluntário, e os dois foram liberados na sequência. “Foi desnecessário. Agora estamos alerta. Sabemos que nessa hora quem mais sofre são os mais pobres, que estão nas periferias”, critica Almeida. A ocupação continua.
Na escola Martin Egídio Damy, na Vila Brasilândia, zona norte da capital, um grupo de policiais militares tem pressionado os estudantes a saírem da escola. Na manhã de hoje (30), oficiais intimidaram os jovens. Na quarta-feira (25), um grupo de PMs chegou a pular o muro e invadir o colégio. "Os policiais estão mais agressivos. A gente não consegue dormir à noite direito. Tem pressão psicológica dos policiais, que chegam cedo na frente da escola, chamam aluno para sair da ocupação, para ‘conversar de homem para homem’. Mas vem com arma na mão. Na quarta passada, à noite, pularam o muro, com lanterna na mão, enquanto a gente fazia atividade na quadra", diz um dos estudantes, que preferiu não se identificar.
A CUT de São Paulo protocolou hoje um pedido de audiência na Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) para que o governo paulista responda sobre denúncias de violência praticada pela Polícia Militar nas ocupações de escolas. A instituição alega que há dias vem recebendo informações de professores e estudantes sobre a pressão exercida por policiais militares diariamente nas escolas públicas estaduais ocupadas por alunos e comunidade escolar, mesmo depois de a 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça proibir as reintegrações de posse na capital.
“Exigimos esclarecimento sobre essa pressão exercida pelo governo Alckmin (PSDB). Ainda mais depois do áudio que vazou pela internet com a fala do Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação (Herman Voorwald), dizendo ser preciso organizar ações de guerra, e que parte dessa estratégia seria utilizar a PM para amedrontar os estudantes”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, em nota publicada no site da central.
Na manhã de ontem, pelo menos 40 dirigentes de ensino do estado se reuniram com Novaes e receberam instruções de como quebrar a resistência de alunos, professores e funcionários. O chefe de gabinete repetiu inúmeras vezes que se trata de "uma guerra", que merece como resposta "ações de guerra" e que "vai brigar até o fim”. Ele fala de isolar as escolas mais organizadas e diz que o objetivo é mostrar que o "dialogômetro" do lado deles só aumenta, e que a radicalização está "do lado de lá". O áudio foi publicado pelo coletivo Jornalistas Livres.
Como resposta, pelo menos 100 estudantes fizeram um protesto durante a manhã: eles levaram cadeiras da sala de aula para o cruzamento da avenida Faria Lima com a Rebouças, sentaram e travaram o fluxo de veículos. Trabalhadores que passaram pelo local aderiram ao movimento. Um grupo de policiais tentou apreender a força as cadeiras dos alunos. A ação provocou tumulto.
Entre as medidas da “reorganização” está o fechamento de pelo menos 93 escolas e a transferência compulsória de 311 mil alunos. Como resposta, 205 escolas estão ocupadas em todo o estado, segundo o último levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), divulgado na noite de hoje (30).
O governo Alckmin justificou o fechamento alegando que vai reunir apenas alunos do mesmo ciclo – fundamental 1 e 2 e médio – nas escolas e com isso melhorar a qualidade do ensino. Professores e estudantes temem que as mudanças levem à superlotação de salas, demissão de docentes e à redução de salários decorrente da redução de jornada. Além disso, a Apeoesp acredita que o número de escolas a serem fechadas será muito maior.
Pelo menos dez policiais entraram, sem mandato judicial, na escola Honório Monteiro, em M'Boi Mirim, extremo sul da capital. “Havia uma aglomeração de estudantes, pais e professores na porta da escola. Foi quando chegaram cinco viaturas da PM. Ficamos com medo de bater de frente e eles entrarem na força, por isso fomos obrigados a dar passagem. Eles entraram pressionando. Eu e um aluno de 17 anos filmamos a ação e fomos presos e encaminhados à 100ª delegacia de polícia”, conta Gilberto Abreu Almeida, morador vizinho da escola que tem ajudado os estudantes a cuidar da escola ocupada.
Na delegacia, foi feito um boletim de ocorrência para relatar o fato, na presença de um advogado voluntário, e os dois foram liberados na sequência. “Foi desnecessário. Agora estamos alerta. Sabemos que nessa hora quem mais sofre são os mais pobres, que estão nas periferias”, critica Almeida. A ocupação continua.
Na escola Martin Egídio Damy, na Vila Brasilândia, zona norte da capital, um grupo de policiais militares tem pressionado os estudantes a saírem da escola. Na manhã de hoje (30), oficiais intimidaram os jovens. Na quarta-feira (25), um grupo de PMs chegou a pular o muro e invadir o colégio. "Os policiais estão mais agressivos. A gente não consegue dormir à noite direito. Tem pressão psicológica dos policiais, que chegam cedo na frente da escola, chamam aluno para sair da ocupação, para ‘conversar de homem para homem’. Mas vem com arma na mão. Na quarta passada, à noite, pularam o muro, com lanterna na mão, enquanto a gente fazia atividade na quadra", diz um dos estudantes, que preferiu não se identificar.
A CUT de São Paulo protocolou hoje um pedido de audiência na Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) para que o governo paulista responda sobre denúncias de violência praticada pela Polícia Militar nas ocupações de escolas. A instituição alega que há dias vem recebendo informações de professores e estudantes sobre a pressão exercida por policiais militares diariamente nas escolas públicas estaduais ocupadas por alunos e comunidade escolar, mesmo depois de a 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça proibir as reintegrações de posse na capital.
“Exigimos esclarecimento sobre essa pressão exercida pelo governo Alckmin (PSDB). Ainda mais depois do áudio que vazou pela internet com a fala do Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação (Herman Voorwald), dizendo ser preciso organizar ações de guerra, e que parte dessa estratégia seria utilizar a PM para amedrontar os estudantes”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, em nota publicada no site da central.
Na manhã de ontem, pelo menos 40 dirigentes de ensino do estado se reuniram com Novaes e receberam instruções de como quebrar a resistência de alunos, professores e funcionários. O chefe de gabinete repetiu inúmeras vezes que se trata de "uma guerra", que merece como resposta "ações de guerra" e que "vai brigar até o fim”. Ele fala de isolar as escolas mais organizadas e diz que o objetivo é mostrar que o "dialogômetro" do lado deles só aumenta, e que a radicalização está "do lado de lá". O áudio foi publicado pelo coletivo Jornalistas Livres.
Como resposta, pelo menos 100 estudantes fizeram um protesto durante a manhã: eles levaram cadeiras da sala de aula para o cruzamento da avenida Faria Lima com a Rebouças, sentaram e travaram o fluxo de veículos. Trabalhadores que passaram pelo local aderiram ao movimento. Um grupo de policiais tentou apreender a força as cadeiras dos alunos. A ação provocou tumulto.
Entre as medidas da “reorganização” está o fechamento de pelo menos 93 escolas e a transferência compulsória de 311 mil alunos. Como resposta, 205 escolas estão ocupadas em todo o estado, segundo o último levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), divulgado na noite de hoje (30).
O governo Alckmin justificou o fechamento alegando que vai reunir apenas alunos do mesmo ciclo – fundamental 1 e 2 e médio – nas escolas e com isso melhorar a qualidade do ensino. Professores e estudantes temem que as mudanças levem à superlotação de salas, demissão de docentes e à redução de salários decorrente da redução de jornada. Além disso, a Apeoesp acredita que o número de escolas a serem fechadas será muito maior.
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