Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Na mesma terça-feira da prisão do marqueteiro petista João Santana pela Operação Lava Jato, como se só estivessem esperando uma ordem de comando para ir ao ataque, as oposições voltaram com a corda toda, em mais uma tentativa de provocar o impeachment ou a cassação da presidente Dilma Rousseff.
A ofensiva simultânea no Judiciário, no Congresso e nas ruas, liderada pelo PSDB, com a participação de DEM, PV, PPS, Solidariedade e PP, além de dissidentes do PMDB, foi desencadeada para promover as manifestações de protesto do dia 13 de março, com o mote "Ou você vai, ou ela fica". Lideranças destes partidos formaram no Congresso o Comitê Pró-Impeachment.
Pela primeira vez, os partidos de oposição se uniram para convocar formalmente seus militantes a aderirem às manifestações organizadas por movimentos como Vem Pra Rua, Revoltados Online e Brasil Livre.
Até o presidente tucano Aécio Neves reapareceu em cena para dar a palavra de ordem da oposição: "Estaremos conclamando nossos companheiros de todas as regiões do país, em todos os municípios, para que se façam presentes nesse momento de profundo agravamento da crise política, econômica, social e moral que vem devastando o Brasil. E tenho muita confiança de que teremos manifestações muito consistentes e muito representativas neste dia 13". Aécio só não informou se desta vez também irá às ruas.
Ao mesmo tempo, o PSDB pediu ao TSE para juntar ao processo que move contra Dilma e Temer as provas obtidas pela Operação Lava Jato de que o marqueteiro João Santana teria recebido dinheiro de propina do petrolão, em contas no exterior, durante a última campanha presidencial.
Sempre prestativo, poucas horas depois o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do TSE, já saiu dando declarações de apoio à iniciativa dos tucanos: "Tem que saber o que existe subjacente a isso. Se isso estiver associado à campanha é de seriedade inexcedível".
O primeiro teste da volta às ruas, ou melhor, das varandas, depois do fracasso das últimas manifestações do ano passado, aconteceu na mesma noite: um panelaço convocado pelas redes sociais para fazer barulho durante a exibição do programa político do PT, com a participação de Lula, mas não de Dilma. Em 14 Estados, foram ouvidos os protestos dos paneleiros numa ação que serviu de "esquenta" para os protestos do dia 13.
Pela amostra, as últimas revelações feitas pela Lava Jato deixaram o pessoal anti-governo mais animado, e não se tem notícia até o momento de qualquer manifestação marcada em defesa da presidente.
Depois de dois meses de trégua, em que o movimento pelo impeachment de Dilma parecia ter hibernado e o governo retomado a iniciativa política, o vento virou de novo. Com a criação do Comitê Pró-Impeachment, a oposição já está pensando até em reviver a campanha das "Diretas Já", como informa a coluna "Painel" da Folha nesta quarta-feira:
"A oposição tentará criar um clima de `vigília permanente´depois da manifestação pela deposição de Dilma Rousseff marcada para o dia 13 de março. A ideia é organizar um calendário de atos em capitais do país, como São Paulo, Rio e Salvador, em defesa da saída da petista. O grupo pretende se inspirar nos comícios das Diretas Já. Ainda busca artistas e atletas que topem subir nos palcos e possam dar visibilidade ao movimento".
É bom ir com calma. Esquecem-se os oposicionistas mais afoitos que as circunstâncias e as lideranças políticas de hoje são bem diferentes daquelas de 1984.
Em primeiro lugar, lutava-se naquela época contra uma ditadura militar e pela volta das eleições diretas para presidente da República, e agora estamos vivendo, apesar de todas as crises, o mais longo período de liberdades democráticas da nossa história recente.
Depois, é bom lembrar que não temos mais um Ulysses Guimarães para comandar o processo. Em seu lugar, liderando a tropa, temos agora Eduardo Cunha.
Vida que segue.
Na mesma terça-feira da prisão do marqueteiro petista João Santana pela Operação Lava Jato, como se só estivessem esperando uma ordem de comando para ir ao ataque, as oposições voltaram com a corda toda, em mais uma tentativa de provocar o impeachment ou a cassação da presidente Dilma Rousseff.
A ofensiva simultânea no Judiciário, no Congresso e nas ruas, liderada pelo PSDB, com a participação de DEM, PV, PPS, Solidariedade e PP, além de dissidentes do PMDB, foi desencadeada para promover as manifestações de protesto do dia 13 de março, com o mote "Ou você vai, ou ela fica". Lideranças destes partidos formaram no Congresso o Comitê Pró-Impeachment.
Pela primeira vez, os partidos de oposição se uniram para convocar formalmente seus militantes a aderirem às manifestações organizadas por movimentos como Vem Pra Rua, Revoltados Online e Brasil Livre.
Até o presidente tucano Aécio Neves reapareceu em cena para dar a palavra de ordem da oposição: "Estaremos conclamando nossos companheiros de todas as regiões do país, em todos os municípios, para que se façam presentes nesse momento de profundo agravamento da crise política, econômica, social e moral que vem devastando o Brasil. E tenho muita confiança de que teremos manifestações muito consistentes e muito representativas neste dia 13". Aécio só não informou se desta vez também irá às ruas.
Ao mesmo tempo, o PSDB pediu ao TSE para juntar ao processo que move contra Dilma e Temer as provas obtidas pela Operação Lava Jato de que o marqueteiro João Santana teria recebido dinheiro de propina do petrolão, em contas no exterior, durante a última campanha presidencial.
Sempre prestativo, poucas horas depois o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do TSE, já saiu dando declarações de apoio à iniciativa dos tucanos: "Tem que saber o que existe subjacente a isso. Se isso estiver associado à campanha é de seriedade inexcedível".
O primeiro teste da volta às ruas, ou melhor, das varandas, depois do fracasso das últimas manifestações do ano passado, aconteceu na mesma noite: um panelaço convocado pelas redes sociais para fazer barulho durante a exibição do programa político do PT, com a participação de Lula, mas não de Dilma. Em 14 Estados, foram ouvidos os protestos dos paneleiros numa ação que serviu de "esquenta" para os protestos do dia 13.
Pela amostra, as últimas revelações feitas pela Lava Jato deixaram o pessoal anti-governo mais animado, e não se tem notícia até o momento de qualquer manifestação marcada em defesa da presidente.
Depois de dois meses de trégua, em que o movimento pelo impeachment de Dilma parecia ter hibernado e o governo retomado a iniciativa política, o vento virou de novo. Com a criação do Comitê Pró-Impeachment, a oposição já está pensando até em reviver a campanha das "Diretas Já", como informa a coluna "Painel" da Folha nesta quarta-feira:
"A oposição tentará criar um clima de `vigília permanente´depois da manifestação pela deposição de Dilma Rousseff marcada para o dia 13 de março. A ideia é organizar um calendário de atos em capitais do país, como São Paulo, Rio e Salvador, em defesa da saída da petista. O grupo pretende se inspirar nos comícios das Diretas Já. Ainda busca artistas e atletas que topem subir nos palcos e possam dar visibilidade ao movimento".
É bom ir com calma. Esquecem-se os oposicionistas mais afoitos que as circunstâncias e as lideranças políticas de hoje são bem diferentes daquelas de 1984.
Em primeiro lugar, lutava-se naquela época contra uma ditadura militar e pela volta das eleições diretas para presidente da República, e agora estamos vivendo, apesar de todas as crises, o mais longo período de liberdades democráticas da nossa história recente.
Depois, é bom lembrar que não temos mais um Ulysses Guimarães para comandar o processo. Em seu lugar, liderando a tropa, temos agora Eduardo Cunha.
Vida que segue.
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