Por Dandara Lima, no site da UJS:
Enquanto nossa mídia hegemônica local vibrava com a votação da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a mídia internacional acompanhava estarrecida nossos parlamentares “orientados por Deus”, homenageando torturadores, dedicando seus votos às suas famílias (modelo tradicional, claro), deixando de lado em suas justificativas a questão central, as pedaladas fiscais. Só faltou o clássico “e um beijo para a Xuxa”.
O estadunidense The New York Times e o britânico The Guardian publicaram na noite desta segunda-feira (18) editoriais sobre o processo de impeachment contra a presidenta. “Uma tragédia e um escândalo”, diz editorial do The Guardian, que fez duras críticas à tentativa de afastamento da presidenta Dilma Rousseff e alertou para o fato de que o processo pode fazer com que “a ação anticorrupção desapareça”. O The New York Times, também destacou que o impeachment é conduzido por políticos corruptos.
Segundo levantamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos parlamentares que são réu ou já foram condenados criminalmente, ao menos 70% deles apoiam o impeachment. Dos 23 investigados da Lava-Jato, 17 votaram sim. E eles já conversam sobre uma possível anistia a Eduardo Cunha, que está envolvido em esquemas de corrupção desde 1991.
Revista Der Spiegel, a maior da Alemanha, classificou a sessão da Câmara no domingo (17) “insurreição de hipócritas”; “A maior parte dos deputados evocou Deus e a família na hora de dar o seu voto. Jair Bolsonaro até mesmo defendeu um dos piores torturadores da ditadura militar”, diz a revista, lembrando que tanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como o vice-presidente Michel Temer são alvos de investigações por corrupção; já o diário alemão Süddeutsche Zeitung destaca que “inúmeros parlamentares que impulsionaram o impeachment de Dilma são, eles próprios, alvos de processos por corrupção”; “Contra Dilma nenhum ato de corrupção foi provado”.
Um dos votos mais caricatos foi o da deputada Raquel Muniz (PSD-MG), que citou os filhos, a neta, a mãe, homenageou o marido “exemplo de gestor público”, enquanto gritava sim várias vezes agitando a bandeira nacional.
“O meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com a sua gestão”. Ela também pediu o fim da corrupção e inacreditavelmente seu pedido foi atendido em menos de 24 horas.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, em Brasília, o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB-MG), marido da deputada. Ele foi preso em função das investigações da ‘Operação Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde’, e vai responder pelos crimes de estelionato majorado, prevaricação, peculato, falsidade ideológica majorada e dispensa indevida de licitação pública.
O jornal espanhol El País também ridicularizou a sessão da Câmara que aprovou o pedido de impeachment, dizendo que Dilma foi derrubada por “Deus”.
Enquanto nossa mídia hegemônica local vibrava com a votação da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a mídia internacional acompanhava estarrecida nossos parlamentares “orientados por Deus”, homenageando torturadores, dedicando seus votos às suas famílias (modelo tradicional, claro), deixando de lado em suas justificativas a questão central, as pedaladas fiscais. Só faltou o clássico “e um beijo para a Xuxa”.
O estadunidense The New York Times e o britânico The Guardian publicaram na noite desta segunda-feira (18) editoriais sobre o processo de impeachment contra a presidenta. “Uma tragédia e um escândalo”, diz editorial do The Guardian, que fez duras críticas à tentativa de afastamento da presidenta Dilma Rousseff e alertou para o fato de que o processo pode fazer com que “a ação anticorrupção desapareça”. O The New York Times, também destacou que o impeachment é conduzido por políticos corruptos.
Segundo levantamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos parlamentares que são réu ou já foram condenados criminalmente, ao menos 70% deles apoiam o impeachment. Dos 23 investigados da Lava-Jato, 17 votaram sim. E eles já conversam sobre uma possível anistia a Eduardo Cunha, que está envolvido em esquemas de corrupção desde 1991.
Revista Der Spiegel, a maior da Alemanha, classificou a sessão da Câmara no domingo (17) “insurreição de hipócritas”; “A maior parte dos deputados evocou Deus e a família na hora de dar o seu voto. Jair Bolsonaro até mesmo defendeu um dos piores torturadores da ditadura militar”, diz a revista, lembrando que tanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como o vice-presidente Michel Temer são alvos de investigações por corrupção; já o diário alemão Süddeutsche Zeitung destaca que “inúmeros parlamentares que impulsionaram o impeachment de Dilma são, eles próprios, alvos de processos por corrupção”; “Contra Dilma nenhum ato de corrupção foi provado”.
Um dos votos mais caricatos foi o da deputada Raquel Muniz (PSD-MG), que citou os filhos, a neta, a mãe, homenageou o marido “exemplo de gestor público”, enquanto gritava sim várias vezes agitando a bandeira nacional.
“O meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com a sua gestão”. Ela também pediu o fim da corrupção e inacreditavelmente seu pedido foi atendido em menos de 24 horas.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, em Brasília, o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB-MG), marido da deputada. Ele foi preso em função das investigações da ‘Operação Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde’, e vai responder pelos crimes de estelionato majorado, prevaricação, peculato, falsidade ideológica majorada e dispensa indevida de licitação pública.
O jornal espanhol El País também ridicularizou a sessão da Câmara que aprovou o pedido de impeachment, dizendo que Dilma foi derrubada por “Deus”.
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