Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:
Ser imbecil é uma característica que a turba mobilizada pela mídia contra a presidenta Dilma Rousseff nunca fez questão de esconder. Nem tem como. Seria a famosa contradição em si, como diria o líder revolucionário chinês Mao Tse-tung - não é possível ser uma coisa sem ser outra. São pessoas que abraçaram delinquentes como Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro simplesmente por estarem inoculadas com o vírus da raiva “anti-petista”, com a desfaçatez de dizer que estavam lutando contra a “corrupção”. Essa limitação cognitiva é perfeitamente compreensiva para quem engoliu a tese do “mensalão”, outra contradição em si, e do “petrolão”, uma gigantesca operação para ocultar a verdadeira corrupção do “caso Petrobras” no covil de farsantes comandado pelo juiz Sérgio Moro com sua “Operação Lava Jato”.
Na primeira farsa era fácil pensar que não tem o menor sentido deputados receberem dinheiro do partido do governo para votar a favor do governo sendo do próprio partido do governo. E mais: esses incautos engoliram também a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-ministro José Dirceu sem que houvesse uma única assinatura dele nos autos alegando que “a literatura jurídica” permitia aquele abuso, referindo-se à “teoria do domínio do fato”, a síntese de uma fraude jurídica de dimensões históricas, comandada por Joaquim Barbosa, que mandou muita gente inocente para a cadeia.
Suposições e acusações infundadas
Na farsa do “petrolão”, a delinquência jurídica se deu com a utilização de declarações de ex-funcionários corruptos da Petrobras dando conta da formação de um cartel de empreiteiras para participar de contratos da empresa — prática, aliás, contumaz e que atingiu não só a Petrobras (o metrô de São Paulo é outro exemplo, para citar um caso de dimensões semelhantes ao da Petrobras). Na investida sobre as empreiteiras, com métodos criminosamente coercitivos, Moro conseguiu, em suas delações premidas forçadas por prisões em escala, apenas confissões de que o dinheiro não saiu da Petrobras, mas dos lucros dos contratos obtidos pelo cartel.
Não há, em todas as delações, nenhuma afirmação de que o dinheiro saiu da estatal ilegalmente. Desse lucro, uma parte foi para doações aos partidos políticos (outra os ex-funcionários corruptos que pediam as doações mandaram para suas contas), sendo que o único perseguido, o Partido dos Trabalhadores (PT), foi, entre os grandes, o que menos recebeu recursos dessa fonte. Como todos os partidos tiveram suas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral, o que resta são ilações, suposições e acusações infundadas.
Demência progressiva dos golpistas
Ninguém da “Lava Jato” se deu ao trabalho de pedir uma auditoria nas contas desses partidos para rastrear as alegadas ilegalidades. Como o PT é o principal partido governista, ficou fácil para os acusadores da “Lava Jato” divulgar a versão de que ele forçou a assinatura dos contratos da Petrobras com as empreiteiras para se beneficiar das doações – acusação facilmente desmentida pelos registros de arrecadação de recursos pelos partidos na Justiça Eleitoral.
Tudo simples, tudo fácil de compreender. Mas a mídia bateu tanto nessa farsa comandada por Moro que a população em geral não tem a menor ideia do que realmente acontece. E foi na esteira dessa “desinformação organizada”, como dizia Umberto Eco, que se chegou ao clima do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, uma situação que leva o país a se afundar ainda mais na companhia de algumas das nações mais tenebrosas do planeta em matéria de violação constitucional. E a cada metro de avanço da marcha golpista fica evidente que vai tudo de pior a pior ainda.
O STF, que deveria ter colocado algum freio nessa demência progressiva dos golpistas afastando Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados antes do desencadeamento dessa insanidade, acabou se perdendo num miserável processo de imobilidade e desmoralização. O vice-presidente da República, o capitão do golpe — segundo o ex-ministro Ciro Gomes —, e seu “programa de governo” chamado “Uma ponte para o futuro” não têm nada que se possa chamar de “plano de ação” para interromper a degeneração na qual ele e seus asseclas se enfiaram.
O grande problema do Brasil
Não sabem nem querem fazer qualquer coisa certa; e tudo o que querem é errado, inútil ou impossível. Botaram na cabeça que a volta do projeto neoliberal vai resolver tudo e, como em toda atitude maníaco-depressiva, não conseguem pensar em mais nada — nem se sentem obrigados a mover uma palha para buscar soluções efetivas para a crise enquanto esperam a consumação do golpe. Esse é o lado ruim da moeda — e quanto ao lado bom? Não existe o lado bom. Não existe nem o lado mais ou menos. O que há é isso aí mesmo, e é com isso que se pode contar caso eles vençam o jogo sujo do golpe.
Qual seria a utilidade de ficar escrevendo essas coisas, quando se considera que elas estão aí na frente de todo mundo, todos os dias, e não existe o mais tênue risco de que alguém possa sofrer um surto de otimismo com elas? A utilidade é pouca, para falar a verdade. Mas sempre é bom lembrar que o país vive, realmente, um momento inédito — não há, como ocorreu em outras calamidades políticas, a possibilidade de esperar dos golpistas, mesmo não esperando, que haja alguma mudança para melhor no curto e no médio prazo, ou que a situação deixe de piorar.
Perde por completo seu tempo quem imagina que um eventual governo Temer venha a acertar em alguma coisa, mesmo sem querer. Há gente assim. Em geral são empresários em busca de auxílio, favor ou dinheiro públicos, mas não só eles. Conta-se, aqui e ali, que a recessão vai segurar a inflação. Talvez contem com a possibilidade de que o governo fantoche possa fazer, logo de cara, largas concessões ao capital financeiro e com isso atraia fortes campanhas midiáticas — inclusive internacional — para vendê-lo aos incautos como o salvador da pátria. Quem sabe aconteça isso ou aquilo. Mas a lógica mostra o contrário. O grande problema do Brasil chama-se “golpistas”.
Um mar de imbecis
Enquanto eles estiverem aí, continuarão a envenenar tudo aquilo em que tocam e a impedirem qualquer melhoria, pois só sabem agir como têm agido até agora - e não admitem, nem por um segundo, a possibilidade de que possam estar errados em alguma coisa ou precisem mudar o que quer que seja. O que esperar de um eventual presidente da República que insulta os cidadãos de seu país tramando nas costas deles um golpe em votações de quinta categoria no Congresso Nacional? Um panorama político trágico e indigno. Chega a ser vergonhosa a versão que vem predominando nas “análises” que a mídia tem feito desse episódio.
O bestialógico consome papel, tinta, espaço na TV e na internet, e uma quantidade ainda maior (e ainda menos aceitável) de graves reflexões vindas daquilo que se imagina a nata da intelligentsia nacional - a soma de quem produz e de quem consome informação no país, que na verdade não passa de vigaristia apresentada na forma de burritsia. A marola se move pela aparente incompetência que se apresenta como uma característica irremediável, quase genética, que marca tudo aquilo que a grossa maioria dos ”analistas” políticos que frequentam a mídia comentam. Escrevo aparente incompetência porque no fundo o que há é descarada manipulação ideológica.
Os “analistas” - figuras inventadas com o propósito de emprestar credibilidade às manipulações - estão dizendo que o golpe não é golpe, como quem diz que noite é dia e dia é noite. Nas entrelinhas, dizem que agora é a hora de uma virada para a redenção de uma situação criada por um povo que escolheu mal o destino do país em 2002, 2006, 2010 e 2014. Desde a primeira votação contra os golpistas de hoje, eles movem uma campanha de baixa reputação, que foi se afunilando até chegar ao último degrau cronológico de sua tática abjeta para voltar ao poder. Chegam com a língua de fora, todos enlameados e cercados de um mar de imbecis que conseguiram aliciar ao longo dessa marcha da insensatez.
Ser imbecil é uma característica que a turba mobilizada pela mídia contra a presidenta Dilma Rousseff nunca fez questão de esconder. Nem tem como. Seria a famosa contradição em si, como diria o líder revolucionário chinês Mao Tse-tung - não é possível ser uma coisa sem ser outra. São pessoas que abraçaram delinquentes como Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro simplesmente por estarem inoculadas com o vírus da raiva “anti-petista”, com a desfaçatez de dizer que estavam lutando contra a “corrupção”. Essa limitação cognitiva é perfeitamente compreensiva para quem engoliu a tese do “mensalão”, outra contradição em si, e do “petrolão”, uma gigantesca operação para ocultar a verdadeira corrupção do “caso Petrobras” no covil de farsantes comandado pelo juiz Sérgio Moro com sua “Operação Lava Jato”.
Na primeira farsa era fácil pensar que não tem o menor sentido deputados receberem dinheiro do partido do governo para votar a favor do governo sendo do próprio partido do governo. E mais: esses incautos engoliram também a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-ministro José Dirceu sem que houvesse uma única assinatura dele nos autos alegando que “a literatura jurídica” permitia aquele abuso, referindo-se à “teoria do domínio do fato”, a síntese de uma fraude jurídica de dimensões históricas, comandada por Joaquim Barbosa, que mandou muita gente inocente para a cadeia.
Suposições e acusações infundadas
Na farsa do “petrolão”, a delinquência jurídica se deu com a utilização de declarações de ex-funcionários corruptos da Petrobras dando conta da formação de um cartel de empreiteiras para participar de contratos da empresa — prática, aliás, contumaz e que atingiu não só a Petrobras (o metrô de São Paulo é outro exemplo, para citar um caso de dimensões semelhantes ao da Petrobras). Na investida sobre as empreiteiras, com métodos criminosamente coercitivos, Moro conseguiu, em suas delações premidas forçadas por prisões em escala, apenas confissões de que o dinheiro não saiu da Petrobras, mas dos lucros dos contratos obtidos pelo cartel.
Não há, em todas as delações, nenhuma afirmação de que o dinheiro saiu da estatal ilegalmente. Desse lucro, uma parte foi para doações aos partidos políticos (outra os ex-funcionários corruptos que pediam as doações mandaram para suas contas), sendo que o único perseguido, o Partido dos Trabalhadores (PT), foi, entre os grandes, o que menos recebeu recursos dessa fonte. Como todos os partidos tiveram suas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral, o que resta são ilações, suposições e acusações infundadas.
Demência progressiva dos golpistas
Ninguém da “Lava Jato” se deu ao trabalho de pedir uma auditoria nas contas desses partidos para rastrear as alegadas ilegalidades. Como o PT é o principal partido governista, ficou fácil para os acusadores da “Lava Jato” divulgar a versão de que ele forçou a assinatura dos contratos da Petrobras com as empreiteiras para se beneficiar das doações – acusação facilmente desmentida pelos registros de arrecadação de recursos pelos partidos na Justiça Eleitoral.
Tudo simples, tudo fácil de compreender. Mas a mídia bateu tanto nessa farsa comandada por Moro que a população em geral não tem a menor ideia do que realmente acontece. E foi na esteira dessa “desinformação organizada”, como dizia Umberto Eco, que se chegou ao clima do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, uma situação que leva o país a se afundar ainda mais na companhia de algumas das nações mais tenebrosas do planeta em matéria de violação constitucional. E a cada metro de avanço da marcha golpista fica evidente que vai tudo de pior a pior ainda.
O STF, que deveria ter colocado algum freio nessa demência progressiva dos golpistas afastando Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados antes do desencadeamento dessa insanidade, acabou se perdendo num miserável processo de imobilidade e desmoralização. O vice-presidente da República, o capitão do golpe — segundo o ex-ministro Ciro Gomes —, e seu “programa de governo” chamado “Uma ponte para o futuro” não têm nada que se possa chamar de “plano de ação” para interromper a degeneração na qual ele e seus asseclas se enfiaram.
O grande problema do Brasil
Não sabem nem querem fazer qualquer coisa certa; e tudo o que querem é errado, inútil ou impossível. Botaram na cabeça que a volta do projeto neoliberal vai resolver tudo e, como em toda atitude maníaco-depressiva, não conseguem pensar em mais nada — nem se sentem obrigados a mover uma palha para buscar soluções efetivas para a crise enquanto esperam a consumação do golpe. Esse é o lado ruim da moeda — e quanto ao lado bom? Não existe o lado bom. Não existe nem o lado mais ou menos. O que há é isso aí mesmo, e é com isso que se pode contar caso eles vençam o jogo sujo do golpe.
Qual seria a utilidade de ficar escrevendo essas coisas, quando se considera que elas estão aí na frente de todo mundo, todos os dias, e não existe o mais tênue risco de que alguém possa sofrer um surto de otimismo com elas? A utilidade é pouca, para falar a verdade. Mas sempre é bom lembrar que o país vive, realmente, um momento inédito — não há, como ocorreu em outras calamidades políticas, a possibilidade de esperar dos golpistas, mesmo não esperando, que haja alguma mudança para melhor no curto e no médio prazo, ou que a situação deixe de piorar.
Perde por completo seu tempo quem imagina que um eventual governo Temer venha a acertar em alguma coisa, mesmo sem querer. Há gente assim. Em geral são empresários em busca de auxílio, favor ou dinheiro públicos, mas não só eles. Conta-se, aqui e ali, que a recessão vai segurar a inflação. Talvez contem com a possibilidade de que o governo fantoche possa fazer, logo de cara, largas concessões ao capital financeiro e com isso atraia fortes campanhas midiáticas — inclusive internacional — para vendê-lo aos incautos como o salvador da pátria. Quem sabe aconteça isso ou aquilo. Mas a lógica mostra o contrário. O grande problema do Brasil chama-se “golpistas”.
Um mar de imbecis
Enquanto eles estiverem aí, continuarão a envenenar tudo aquilo em que tocam e a impedirem qualquer melhoria, pois só sabem agir como têm agido até agora - e não admitem, nem por um segundo, a possibilidade de que possam estar errados em alguma coisa ou precisem mudar o que quer que seja. O que esperar de um eventual presidente da República que insulta os cidadãos de seu país tramando nas costas deles um golpe em votações de quinta categoria no Congresso Nacional? Um panorama político trágico e indigno. Chega a ser vergonhosa a versão que vem predominando nas “análises” que a mídia tem feito desse episódio.
O bestialógico consome papel, tinta, espaço na TV e na internet, e uma quantidade ainda maior (e ainda menos aceitável) de graves reflexões vindas daquilo que se imagina a nata da intelligentsia nacional - a soma de quem produz e de quem consome informação no país, que na verdade não passa de vigaristia apresentada na forma de burritsia. A marola se move pela aparente incompetência que se apresenta como uma característica irremediável, quase genética, que marca tudo aquilo que a grossa maioria dos ”analistas” políticos que frequentam a mídia comentam. Escrevo aparente incompetência porque no fundo o que há é descarada manipulação ideológica.
Os “analistas” - figuras inventadas com o propósito de emprestar credibilidade às manipulações - estão dizendo que o golpe não é golpe, como quem diz que noite é dia e dia é noite. Nas entrelinhas, dizem que agora é a hora de uma virada para a redenção de uma situação criada por um povo que escolheu mal o destino do país em 2002, 2006, 2010 e 2014. Desde a primeira votação contra os golpistas de hoje, eles movem uma campanha de baixa reputação, que foi se afunilando até chegar ao último degrau cronológico de sua tática abjeta para voltar ao poder. Chegam com a língua de fora, todos enlameados e cercados de um mar de imbecis que conseguiram aliciar ao longo dessa marcha da insensatez.
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