Por Altamiro Borges
O Judas Michel Temer - já apelidado de "Michel Treme" - não está conseguindo convencer sequer os patrocinadores do seu "golpe dos corruptos". Setores da mídia e do empresariado, que participaram ativamente da conspiração, já dão sinais de desânimo com o "governo interino". Na posse dos novos capatazes do Banco do Brasil, Caixa, BNDES e Petrobras, na manhã desta quarta-feira (1), o golpista pediu paciência aos seus críticos e fez questão de realçar que a sua gestão será marcada pelo combate à corrupção. Pelo jeito, poucos acreditaram na bravata empolada do deprimente "poeta".
"A toda hora, leio uma ou outra notícia que o objetivo é derrubar a Lava-Jato. Sem nenhum deboche, digo pela enésima vez, que não haverá a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo nesta matéria", jurou o traíra. Michel Treme, porém, evitou tratar da queda de dois dos seus ministros - ou sinistros - em menos de 20 dias. Ambos foram acusados de tentar melar e abafar as investigações da Lava-Jato. Romero Jucá, seu "ministro de confiança" do Planejamento, não durou uma semana. Já Fabiano Silveira, ministro da Transparência - que ironia - perdeu o cargo nesta segunda-feira (30).
Estancar e abafar a sangria
No caso do primeiro, a sua ficha corrida já era bem conhecida. O vazamento das conversas com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, apenas confirmou o óbvio. Como presidente nacional do PMDB, Romero Jucá liderou a conspiração golpista com o objetivo confesso de "estancar a sangria" das investigações sobre a corrupção na Petrobras. O moralista sem moral já tinha sido citado várias vezes nas "delações premiadas" da Lava-Jato. Mesmo assim, Michel Treme o nomeou para o cargo, contando com o seu poder de "persuasão" e achaque entre os congressistas.
Já Fabiano Silveira, um funcionário de carreira do Senado, era uma figura menos conhecida. Mas os áudios divulgados pelo programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (29), evidenciaram que ele também agia nas sombras para salvar a pele de vários acusados de corrupção, inclusive do presidente do Senado, Renan Calheiros. Conforme o noticiário adocicado da mídia chapa-branca, ele "prestava assessoria a políticos com pendências judiciais", Michel Treme até vacilou em exonerá-lo, mas diante da péssima repercussão interna e externa não teve como proteger o "abafador-geral" da República.
Apelo patético de Cantanhêde
A queda do segundo "sinistro" em menos de 20 dias já abala os entusiastas do "golpe dos corruptos". "A carta de demissão de Fabiano Silveira salva o presidente interino de um vexame prolongado, mas não afasta a percepção de que o governo Temer é vulnerável à transparência", registrou o editorial da Folha golpista nesta terça-feira. Já a colunista Eliane Cantanhêde, a da "massa cheirosa" tucana, até pediu uma trégua para o governo interino. "O esforço para derrubar Temer, neste momento, é contra o Brasil". Seu apelo patético, porém, não convenceu sequer outros "calunistas" da mídia chapa-branca.
Já na mídia estrangeira, a percepção da crise política foi bem mais aguda. O britânico The Guardian deu destaque para a demissão na sua primeira página, ironizando que "o ministro anticorrupção sai depois de gravação secreta". Desconfiado, o Financial Times, a bíblia dos banqueiros, observou que "Temer procura limite de gastos após perder ministro por escândalo". Já o estadunidense New York Times destacou, de maneira sarcástica, que "gravação leva o ministro anticorrupção a renunciar no Brasil". A mídia mundial já havia registrado que a nomeação de Fabiano Silveira resultou numa nota de repúdio da ONG Transparência Internacional, direto de sua sede em Berlim.
*****
Leia também:
0 comentários:
Postar um comentário