Por Ana Luíza Matos, Guilherme Mello e Pedro Rossi, no site Carta Maior:
1- Não houve crime de Dilma
Talvez o maior motivo para gritar golpe é o fato de que só pode haver impeachment de um governante caso ele tenha cometido crime de responsabilidade. Ao contrário do que muitos foram levados a acreditar, Dilma não foi julgada por atos de corrupção. Diga-se de passagem, ela nunca foi acusada de tais atos, ao contrário dos que a julgaram, como bem apontou quase toda imprensa internacional (http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,ny-times-impeachment-e-liderado-por-politicos-acusados-de-corrupcao,10000026184 ). Também não foi julgada por ter feito um mau governo, até por que esse fato se corrige nas urnas, não através de impeachment.
A acusação que levou ao impeachment da presidenta Dilma foi a edição de três créditos suplementares, de valores irrisórios no gasto público total, que não aumentaram o gasto público e que estavam totalmente respaldados pela lei até o momento de sua edição (link: http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/209483/Planejamento-decretos-de-Dilma-n%C3%A3o-aumentaram-despesas.htm ). Tanto é assim que até o Ministério Público Federal, ao investigar o caso, admitiu que não havia crime de responsabilidade cometido pela presidenta da República (link:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,para-mp-pedaladas-do-governo-dilma-nao-sao-crime,10000062862 ). No caso das chamadas “pedaladas fiscais”, além de não configurarem crime de responsabilidade (como bem disse o MPF), foram atos praticados por ao menos 17 governadores em seus mandatos, dentre eles o relator do impeachment Antônio Anastasia (PSDB) e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) (https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/237368/17-governadores-cometeram-pedaladas-fiscais.htm )
O pretexto dos créditos suplementares é tão supérfluo quanto irrelevante. Em 2015, o governo fez o maior ajuste fiscal da história (http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/05/governo-federal-anuncia-o-maior-corte-no-orcamento-da-historia.html ). Como bem disse o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, foi um ano marcado pela contenção de gastos e pelo ajuste recessivo, pagando ao final do período todas as contas em atraso do governo federal. A retórica de que o desleixo fiscal levou à crise econômica é absurdamente falsa. A crise econômica levou à crise fiscal, e o rigor fiscal de Dilma foi o combustível da crise.
2 - O vice é um traidor
Nem o então político americano Frank Underwood da série House of Cards conspirou tão abertamente contra um presidente eleito, a ponto dos criadores da série fazerem piada com a política brasileira e o vice golpista (http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2016/03/17/house-of-cards-faz-piada-com-crise-politica-brasileira/ ). Desde o ridículo episódio da carta pública em que Temer reclamava da “desconfiança infundada” da presidenta (http://veja.abril.com.br/politica/em-carta-a-dilma-temer-reclama-de-falta-de-confianca/ ), passando pela divulgação “não intencional” de um vídeo falando como presidente mesmo antes da votação do golpe (https://www.youtube.com/watch?v=qgA5EfA4-V8), o golpista não teve nenhuma vergonha de puxar o tapete de Dilma ao longo de todo processo de impeachment.
3- Eduardo Cunha é o líder político do golpe
O herói do golpe foi eleito presidente da Câmara com o apoio do PSDB e do “centrão” para desestabilizar o governo em conchavo com Temer e a oposição. Ele aceitou o processo de impeachment como mera retaliação ao PT, que havia anunciado que votaria pela cassação do deputado (http://www.valor.com.br/politica/4339938/irritado-com-pt-cunha-aceita-abrir-processo-de-impeachment-de-dilma ), notoriamente corrupto e portador de contas ilegais fora do país (http://noticias.r7.com/brasil/contas-de-cunha-na-suica-tem-mais-de-r-20-milhoes-01102015 ). Ter em Eduardo Cunha o mentor político do impeachment é uma mancha que os golpistas terão que carregar o resto da vida.
4- O golpe é o refugo dos corruptos e oligarcas
Mudar o governo foi uma estratégia de conveniência dos corruptos para “estancar a sangria”, como disse o ex-ministro interino golpista Romero Jucá (http://jovempan.uol.com.br/noticias/brasil/politica/ministro-de-temer-juca-fala-em-estancar-sangria-da-lava-jato-em-conversa-com-investigado-revela-jornal.html ). Hipócrita, o golpe “contra a corrupção” produziu um governo recheado de investigados pela operação Lava Jato (http://oglobo.globo.com/brasil/entre-ministros-nomeados-por-temer-nove-envolvidos-na-lava-jato-19298825 ). Além de vários corruptos, a totalidade dos ministros de Temer são homens, brancos, velhos e ricos (http://veja.abril.com.br/blog/sergio-praca/michel-temer/os-17-homens-brancos-de-michel-temer/ ).
5- O golpe tem motivações econômicas e visa destruir direitos
O governo interino mal assumiu o poder e já mostrou a quem serve. A lista de retrocessos é longa: “Privatizar tudo o que for possível” (http://oglobo.globo.com/brasil/programa-de-temer-preve-privatizacao-de-tudo-que-for-possivel-19193319 ), desmontar o SUS (http://extra.globo.com/noticias/economia/governo-temer-cria-grupo-de-trabalho-para-revisao-do-sus-20011026.html ), reduzir salários, desvincular as aposentadorias do salário mínimo (http://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/governo-quer-desvincular-aposentadorias-do-inss-do-salario-minimo/ ), entregar o pré-sal para os estrangeiros (http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/214491/Aécio-defende-projeto-de-Serra-para-abrir-o-pré-sal.htm ), desvincular recursos da educação e saúde, reformar a previdência para aumentar o tempo de trabalho (http://correiodopovo-al.com.br/index.php/noticia/2016/08/30/medo-das-eleicoes-temer-fara-reforma-da-previdencia-apos-outubro) , flexibilizar os direitos trabalhistas (http://falandoverdades.com.br/reforma-trabalhista-de-temer-da-mais-poder-ao-patrao-para-negociar-e-tira-direitos-do-trabalhador/) , retroceder na reforma agrária e na demarcação de terras indígenas (http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/172618-temer-diz-a-ruralistas-que-vai-revisar-desapropriacoes-e-demarcacoes-aceleradas-por-dilma.html#.V8cs6o-cHcs ), etc. Todas mudanças que favorecem os ricos em detrimento dos pobres e dos trabalhadores, que acabarão pagando “a conta” da crise, mesmo sem perceberem. Assim, quer-se consolidar o projeto do golpe, que é implementar um modelo privatista e concentrador do ponto de vista social.
Por fim, cabe lembrar que o golpe não é apenas parlamentar, mas uma articulação entre as elites econômicas e políticas mais atrasadas do Brasil, um verdadeiro golpe de classe contra os interesses dos trabalhadores e das minorias no Brasil. A participação de setores da mídia e do judiciário foi fundamental para consolidar o golpe, em particular ao criar uma narrativa supostamente neutra e repetida em uníssono diariamente para a população de que o golpe era justificado, democrático e necessário (http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-fim-do-torpor,10000073087). Basta perceber que aqueles veículos da grande mídia que olham o processo político de fora não tem dúvida: foi golpe (https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/222613/Imprensa-internacional-denuncia-o-golpe-no-Brasil.htm)!
E Fora Temer!
1- Não houve crime de Dilma
Talvez o maior motivo para gritar golpe é o fato de que só pode haver impeachment de um governante caso ele tenha cometido crime de responsabilidade. Ao contrário do que muitos foram levados a acreditar, Dilma não foi julgada por atos de corrupção. Diga-se de passagem, ela nunca foi acusada de tais atos, ao contrário dos que a julgaram, como bem apontou quase toda imprensa internacional (http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,ny-times-impeachment-e-liderado-por-politicos-acusados-de-corrupcao,10000026184 ). Também não foi julgada por ter feito um mau governo, até por que esse fato se corrige nas urnas, não através de impeachment.
A acusação que levou ao impeachment da presidenta Dilma foi a edição de três créditos suplementares, de valores irrisórios no gasto público total, que não aumentaram o gasto público e que estavam totalmente respaldados pela lei até o momento de sua edição (link: http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/209483/Planejamento-decretos-de-Dilma-n%C3%A3o-aumentaram-despesas.htm ). Tanto é assim que até o Ministério Público Federal, ao investigar o caso, admitiu que não havia crime de responsabilidade cometido pela presidenta da República (link:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,para-mp-pedaladas-do-governo-dilma-nao-sao-crime,10000062862 ). No caso das chamadas “pedaladas fiscais”, além de não configurarem crime de responsabilidade (como bem disse o MPF), foram atos praticados por ao menos 17 governadores em seus mandatos, dentre eles o relator do impeachment Antônio Anastasia (PSDB) e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) (https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/237368/17-governadores-cometeram-pedaladas-fiscais.htm )
O pretexto dos créditos suplementares é tão supérfluo quanto irrelevante. Em 2015, o governo fez o maior ajuste fiscal da história (http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/05/governo-federal-anuncia-o-maior-corte-no-orcamento-da-historia.html ). Como bem disse o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, foi um ano marcado pela contenção de gastos e pelo ajuste recessivo, pagando ao final do período todas as contas em atraso do governo federal. A retórica de que o desleixo fiscal levou à crise econômica é absurdamente falsa. A crise econômica levou à crise fiscal, e o rigor fiscal de Dilma foi o combustível da crise.
2 - O vice é um traidor
Nem o então político americano Frank Underwood da série House of Cards conspirou tão abertamente contra um presidente eleito, a ponto dos criadores da série fazerem piada com a política brasileira e o vice golpista (http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2016/03/17/house-of-cards-faz-piada-com-crise-politica-brasileira/ ). Desde o ridículo episódio da carta pública em que Temer reclamava da “desconfiança infundada” da presidenta (http://veja.abril.com.br/politica/em-carta-a-dilma-temer-reclama-de-falta-de-confianca/ ), passando pela divulgação “não intencional” de um vídeo falando como presidente mesmo antes da votação do golpe (https://www.youtube.com/watch?v=qgA5EfA4-V8), o golpista não teve nenhuma vergonha de puxar o tapete de Dilma ao longo de todo processo de impeachment.
3- Eduardo Cunha é o líder político do golpe
O herói do golpe foi eleito presidente da Câmara com o apoio do PSDB e do “centrão” para desestabilizar o governo em conchavo com Temer e a oposição. Ele aceitou o processo de impeachment como mera retaliação ao PT, que havia anunciado que votaria pela cassação do deputado (http://www.valor.com.br/politica/4339938/irritado-com-pt-cunha-aceita-abrir-processo-de-impeachment-de-dilma ), notoriamente corrupto e portador de contas ilegais fora do país (http://noticias.r7.com/brasil/contas-de-cunha-na-suica-tem-mais-de-r-20-milhoes-01102015 ). Ter em Eduardo Cunha o mentor político do impeachment é uma mancha que os golpistas terão que carregar o resto da vida.
4- O golpe é o refugo dos corruptos e oligarcas
Mudar o governo foi uma estratégia de conveniência dos corruptos para “estancar a sangria”, como disse o ex-ministro interino golpista Romero Jucá (http://jovempan.uol.com.br/noticias/brasil/politica/ministro-de-temer-juca-fala-em-estancar-sangria-da-lava-jato-em-conversa-com-investigado-revela-jornal.html ). Hipócrita, o golpe “contra a corrupção” produziu um governo recheado de investigados pela operação Lava Jato (http://oglobo.globo.com/brasil/entre-ministros-nomeados-por-temer-nove-envolvidos-na-lava-jato-19298825 ). Além de vários corruptos, a totalidade dos ministros de Temer são homens, brancos, velhos e ricos (http://veja.abril.com.br/blog/sergio-praca/michel-temer/os-17-homens-brancos-de-michel-temer/ ).
5- O golpe tem motivações econômicas e visa destruir direitos
O governo interino mal assumiu o poder e já mostrou a quem serve. A lista de retrocessos é longa: “Privatizar tudo o que for possível” (http://oglobo.globo.com/brasil/programa-de-temer-preve-privatizacao-de-tudo-que-for-possivel-19193319 ), desmontar o SUS (http://extra.globo.com/noticias/economia/governo-temer-cria-grupo-de-trabalho-para-revisao-do-sus-20011026.html ), reduzir salários, desvincular as aposentadorias do salário mínimo (http://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/governo-quer-desvincular-aposentadorias-do-inss-do-salario-minimo/ ), entregar o pré-sal para os estrangeiros (http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/214491/Aécio-defende-projeto-de-Serra-para-abrir-o-pré-sal.htm ), desvincular recursos da educação e saúde, reformar a previdência para aumentar o tempo de trabalho (http://correiodopovo-al.com.br/index.php/noticia/2016/08/30/medo-das-eleicoes-temer-fara-reforma-da-previdencia-apos-outubro) , flexibilizar os direitos trabalhistas (http://falandoverdades.com.br/reforma-trabalhista-de-temer-da-mais-poder-ao-patrao-para-negociar-e-tira-direitos-do-trabalhador/) , retroceder na reforma agrária e na demarcação de terras indígenas (http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/172618-temer-diz-a-ruralistas-que-vai-revisar-desapropriacoes-e-demarcacoes-aceleradas-por-dilma.html#.V8cs6o-cHcs ), etc. Todas mudanças que favorecem os ricos em detrimento dos pobres e dos trabalhadores, que acabarão pagando “a conta” da crise, mesmo sem perceberem. Assim, quer-se consolidar o projeto do golpe, que é implementar um modelo privatista e concentrador do ponto de vista social.
Por fim, cabe lembrar que o golpe não é apenas parlamentar, mas uma articulação entre as elites econômicas e políticas mais atrasadas do Brasil, um verdadeiro golpe de classe contra os interesses dos trabalhadores e das minorias no Brasil. A participação de setores da mídia e do judiciário foi fundamental para consolidar o golpe, em particular ao criar uma narrativa supostamente neutra e repetida em uníssono diariamente para a população de que o golpe era justificado, democrático e necessário (http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-fim-do-torpor,10000073087). Basta perceber que aqueles veículos da grande mídia que olham o processo político de fora não tem dúvida: foi golpe (https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/222613/Imprensa-internacional-denuncia-o-golpe-no-Brasil.htm)!
E Fora Temer!
2 comentários:
Faltou falar da "AJUDINHA" dos U$A, no planejamento e gerenciamento deste BIG GOLPE "SOFT" !!! (já testado, em pequena escala, em Honduras e no Paraguai).
SENSACIONAL
No passinho dos canalhas, canalhas, canalhas golpistas
https://www.facebook.com/midiaNINJA/videos/712847605540054/
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